Carolina Ambrogini
Assoalho pélvico: prolapso genital pode melhorar naturalmente?
Nem sempre as fibras da musculatura dessa região irão retornar à posição original após o parto. A ginecologista Carolina Ambrogini explica quais são as alternativas para lidar com o problema
2 min de leituraProlapso genital
“Depois que tive meu filho, há um ano, fui diagnosticada com prolapso genital, e o sexo está bem incômodo. Essa situação pode melhorar naturalmente? Como lidar com ela?”
Eduarda Pacheco, via e-mail
![(Foto: Thinkstock) vagina mulher corpo (Foto: Thinkstock)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/wvwy3RIFa6wg1BQdbbZMDqwQAfY=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2017/08/30/vagina.jpg)
(Foto: Thinkstock)
O prolapso genital é caracterizado pelo enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico, que propicia a descida de órgãos, como bexiga, reto e útero para o canal vaginal. Com isso, surgem protuberâncias na vagina que atrapalham a penetração vaginal, gerando incômodos e dores. Quem tem prolapso também é mais susceptível a sofrer de incontinência urinária pela fragilidade desses músculos.
O assoalho pélvico é uma importante e complexa estrutura muscular que gera sustentação, estabilidade, flexibilidade e continência vesical e fecal para a pelve e seus órgãos. Como todos os músculos, precisam de cuidado. Ao longo da vida, vão perdendo colágeno e podem ficar mais frouxos com o peso das gestações, com o sobrepeso ou a atividade física intensa. O trabalho de parto, sobretudo se o período expulsivo for prolongado ou o bebê muito grande, pode gerar um estiramento maior nas fibras musculares, que não voltam à sua posição original, ficando mais laceadas.
No seu caso, como se passou um ano do parto, já era esperado que a situação estivesse reestabelecida, portanto, não deve melhorar. O primeiro passo é a avaliação do seu ginecologista para ver se é o caso de cirurgia. Os órgãos podem ser reposicionados cirurgicamente e, se houver incontinência urinária, é possível utilizar uma faixa de sustentação da uretra. Também há opção de fechar um pouco a entrada da vagina, se isso a estiver incomodando. Em todos os casos, graves ou não, a fisioterapia pélvica é indicada.
Sou fã dessa fisioterapia: ela gera consciência do períneo, melhora a vida sexual e reestabelece o equilíbrio da região. Mas cuidado com cursos de “pompoarismo” vendidos pela internet. Eles são muito genéricos e podem até piorar o prolapso.
Enquanto isso, por que não tentar o sexo sem penetração? Existem outras formas de prazer. Converse com seu/sua parceiro/parceira e liberte-se dos tabus!
Para fortalecer o assoalho pélvico:
1. Sempre que fizer atividade física, lembre-se de contrair essa musculatura, principalmente se envolver peso ou impacto. Se tiver algum grau de prolapso ou incontinência urinária, evite a musculação com cargas muito altas.
2. O uso de cones vaginais com pesos variáveis pode ajudar no fortalecimento dessa musculatura, mas, de preferência, devem ser prescritos por uma fisioterapeuta pélvica.
3. As terapias de calor, como o laser vaginal ou a radiofrequência, ajudam a estimular a produção local de colágeno, prevenindo prolapsos e incontinência urinária e até tratando casos leves.
![Carolina Ambrogini é ginecologista, sexóloga e mãe de Marina e Victor (Foto: Guto Seixas/Editora Globo) Carolina Ambrogini é ginecologista, sexóloga e mãe de Marina e Victor (Foto: Guto Seixas/Editora Globo)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/mCpE1yv3JdKX7N8OD0m_Ym0oRwM=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2021/09/20/carolina_ambrogini.png)
Carolina Ambrogini é ginecologista, sexóloga e mãe de Marina e Victor (Foto: Guto Seixas/Editora Globo)
Quer falar com a colunista? Escreva para: crescer@edglobo.com.br
Saiba como assinar a Crescer para ter acesso a nossos conteúdos exclusivos.