"Eu tenho medo de crescer nesse mundo". Essa frase entre aspas é de uma criança de 8 anos, mas que não está sozinha em sua angústia. Depois de tanto tempo convivendo com medos e incertezas sem resposta, e num país em que os heróis não têm conseguido impedir que os males aconteçam a tantos milhares ou milhões de pessoas infectadas, internadas, intubadas e enlutadas, as crianças estão entendendo que o futuro que as aguarda parece mais sombrio do que sua capacidade lúdica consegue suportar. O bicho-papão da pandemia não obedece ao comando da mãe, que, em outras situações, já teria dado ordens para que ele desaparecesse do fundo escuro da cama do quarto das crianças.
"Em meio à pandemia, mortes e assombros, nossos filhos estão perdendo a esperança neles e na vida. Como lidar com isso?", diz psicólogo Alexandre Coimbra
Segundo ele, não é justo que nós, adultos, que cuidamos de tantos pratos ao mesmo tempo numa vida que ficou ainda mais complexa, nos culpabilizemos pelo sofrimento de nossas crianças. Reflita!
Por Alexandre Coimbra Amaral