• Malu Echeverria
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Chupeta, mamadeira e bico de silicone podem confundir o recém-nascido e, assim, prejudicar a amamentação (Foto: Thinkstock)

Chupeta, mamadeira e bico de silicone podem confundir o recém-nascido e, assim, prejudicar a amamentação (Foto: Thinkstock)

Chupeta, mamadeira e bico de silicone

Acessórios como chupeta, mamadeira e bico de silicone podem interferir no processo do aleitamento, especialmente durante o primeiro mês de vida do bebê, quando a amamentação ainda está se estabelecendo. A principal razão, que já foi mostrada em diferentes estudos, é simples: o bebê tem de sugá-los de um jeito diferente que faz ao mamar. “Mesmo os bicos mais tecnológicos que vemos hoje são diferentes dos mamilos. Sendo assim, pode confundir o recém-nascido”, alerta a pediatra Patrícia Hernandez, do Fleury Medicina e Saúde (SP), que também dá aulas no curso de gestantes do laboratório. Para mamar no peito, o bebê deve abocanhar todo o mamilo e parte da aréola, realizando um movimento mais trabalhoso do que sugar a mamadeira, por exemplo. O risco, então, é ele se habituar a fazer menos esforço e rejeitar o peito posteriormente. E para quem achar que seria melhor facilitar o trabalho do pequeno, a pediatra explica: os músculos utilizados durante a amamentação serão importantes para a mastigação e a linguagem. Por isso, se possível, evite os diferentes tipos de bicos ao máximo.

Horário para mamar

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que até o sexto mês de vida o bebê seja amamentado em livre demanda, isto é, a hora que quiser e o quanto quiser. Na prática, entre o primeiro e o segundo mês, o bebê começa a espaçar as mamadas em intervalos mais regulares, em seu próprio ritmo. “Vale ressaltar que o número de horas entre uma e outra é bastante individual. Enquanto alguns bebês aguentam até três horas, outros já sinalizam que estão com fome duas horas depois de mamar”, afirma Patrícia. Por isso, de acordo com a pediatra, a recomendação é evitar uma rotina muito rígida neste começo. A mãe está começando a entender as vontades do filho, afinal, e, quanto menos pressão, melhor. Alguns recém-nascidos podem prolongar este intervalo durante a noite, de acordo com a pediatra. Neste caso, como há risco de hipoglicemia (diminuição da glicose no sangue), a recomendação é acordá-los para mamar depois de quatro horas. Depois desta fase, no entanto, os pais não precisam mais se preocupar.

Preocupações demais

Os primeiros dias com um bebê em casa já são motivo o suficiente de estresse para as mães, principalmente as de primeira viagem. Será que ele está com fome? Está bem agasalhado? Arrotou? As dúvidas são inúmeras… Isso sem contar o cansaço provocado pelas noites mal dormidas. Uma vez que a amamentação depende apenas da mãe, ao menos fisiologicamente falando, uma rede de apoio é fundamental para cuidar de todo o resto. “Ainda que a busca pelo peito e o reflexo da sucção sejam primitivos (ou seja, os bebês já nascem sabendo), a mãe tem de aprender a amamentar. Não acontece instantaneamente”, ressalta a pediatra Patrícia. Por essa razão, a atenção dela deve estar 100% voltada para o bebê. Além disso, o estresse pode comprometer a produção de prolactina, conhecida como o hormônio do leite materno.

Desidratação

O leite materno, além de todos os nutrientes já conhecidos, é composto basicamente por água. Não há como mensurar exatamente o volume de leite produzido pelo organismo ao dia, quantidade que pode variar conforme a sucção e a necessidade de cada bebê. No entanto, estima-se que a média seja de 750 ml. Para garantir que a produção continue a todo vapor, portanto, é preciso ingerir bastante líquido, no mínimo três litros para ser mais exato. Mas não se preocupe que o próprio corpo vai se encarregar de lembrá-la: é normal sentir mais sede no período em que durar a amamentação. Além de (muita) água, a mãe também pode beber sucos naturais (sem açúcar, de preferência) e chás (sem cafeína) para complementar.

Palpiteiros de plantão

Trocar experiências com outras mães é bem-vindo, mas atenção: em vez de ajudar, alguns conselhos podem atrapalhar. Para não cair no conto do “o seu leite é fraco”, a dica é buscar informações em fontes confiáveis – como cursos de gestantes e bancos de leite, por exemplo. “Vale também buscar ajuda de obstetras, pediatras e maternidades que sejam ‘amigos da amamentação’”, sugere Patrícia. Ou seja, que não irão indicar que o bebê seja alimentado com fórmula infantil diante da primeira dificuldade que surgir durante o processo de aleitamento. E, a propósito, não existe leite fraco.

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