Sustentabilidade

Por Rosana Ferreira

Carnaval é festa e alegria, e reúne milhares de pessoas pelo país, mas também tem como resultado uma ressaca perigosa: o lixo acumulado nas ruas. Isso porque nessa época do ano o uso de itens descartáveis é significativo por sua praticidade, porém causa um impacto negativo e duradouro no meio ambiente.

Gabriela Gugelmin, diretora de inovação e sustentabilidade da ERT (Earth Renewable Technologies), fabricante de plástico 100% biodegradável e compostável, alerta para a urgência de despertar a consciência e educar a população para que todos possam contribuir para um cenário diferente.

“O objetivo é transformar não apenas a festa, mas também o amanhecer do dia seguinte, garantindo que a celebração não deixe rastros negativos no meio ambiente”, afirma Gabriela. Nesse sentido, é importante que cidades e comunidades, assim como os próprios blocos e foliões adotem boas práticas, unindo a celebração à sustentabilidade. Listamos algumas dicas para você começar já!

1. Aposte em copos reutilizáveis

Usar copos reutilizáveis no Carnaval em vez de descartáveis é uma atitude de consumo consciente que evita geração de lixo — Foto: Freepik / Creative Commmons
Usar copos reutilizáveis no Carnaval em vez de descartáveis é uma atitude de consumo consciente que evita geração de lixo — Foto: Freepik / Creative Commmons

Para Bruno Yamanaka, especialista de conteúdos do Instituto Akatu, optar por copos reutilizáveis no Carnaval é uma atitude de consumo consciente, que evita o desperdício e a geração de resíduos.

Pioneira, Fe Cortez, idealizadora do Menos 1 Lixo, plataforma e negócio de educação ambiental, lançou o copo de silicone retrátil e reutilizável junto ao movimento em 2015 e virou seu símbolo. "Cada vez mais, os copos reutilizáveis marcam presença nessa festa, contando com personalizações, diversas cores e estampas, tornando-os um adereço reutilizável, com duração superior aos copos descartáveis e, portanto, mais sustentável", ressalta Bruno.

2. Use latinhas em vez de garrafas

"Se você está na rua sem o seu copo reutilizável e quer consumir uma bebida, a melhor opção é a lata de alumínio em relação a garrafas plásticas ou de vidro", diz Fe. A sugestão se baseia em números: no Brasil, a taxa de reciclagem das latinhas chega a quase a 100% – já a taxa de garrafas PET fica em torno de 51% e as de vidro, 40%.

"É praticamente certo que aquela latinha de alumínio, descartada no local correto, irá se tornar outra lata no futuro, mantendo o material em constante (re)uso", explica Bruno.

Além disso, o consumo de latinhas movimenta a economia de cooperativas e associações de catadores, contribuindo para a renda de cerca de 800 mil famílias. "O Brasil é o maior reciclador de latinhas do mundo, à frente de países considerados desenvolvidos, como Estados Unidos, com taxa de 55%, e Japão", com 79%", pontua Fe.

Em 2021, 98,7% das latas comercializadas em todo o país foram reutilizadas, o maior volume da história, ou seja, das mais de 414 mil toneladas de latas comercializadas, 409 mil toneladas foram recicladas.

3. Incentivo à redução de descartáveis

Gabriela destaca a importância da conscientização entre bares, restaurantes, ambulantes e foliões sobre a importância de reduzir o uso de descartáveis e optar por produtos feitos de materiais que não agridem o meio ambiente, como o plástico biodegradável e compostável, que pode ser encontrado em copos, pratos e talheres.

Optar por bebidas em latas no lugar de garrafas é melhor porque são mais recicladas no Brasil e, descartando-as adequadamente, ainda ajuda movimentar a economia de cooperativas e associações de catadores — Foto: Flickr / Pimp My Carroça / Creative Commons
Optar por bebidas em latas no lugar de garrafas é melhor porque são mais recicladas no Brasil e, descartando-as adequadamente, ainda ajuda movimentar a economia de cooperativas e associações de catadores — Foto: Flickr / Pimp My Carroça / Creative Commons

Esses estabelecimentos, segundo ela, podem passar informações sobre a correta destinação desses materiais após o uso, destacando que são mais amigáveis ao meio ambiente, pois viram adubo no seu fim de vida.

4. Descarte correto: lixo no lixo

Milhares de pessoas na rua, descartando seus resíduos em qualquer lugar, podem resultar no entupimento de bueiros e na poluição de solos e águas. A mesma lógica se aplica ao descarte incorreto em estradas e nas praias.

Como até mesmo as lixeiras ficam lotadas em períodos de alto fluxo de pessoas nas ruas no Carnaval, a dica de Bruno é levar sacolas e guardar seu lixo até encontrar uma lixeira ou um lugar adequado para o descarte. "Mas o ideal mesmo é produzir menos lixo, evitando o consumo de descartáveis ou alimentos e bebidas com muita embalagem", observa.

Vale lembrar também que isso é dever de todos. "'Careta' não é guardar os resíduos para descartá-los depois, e, sim, consumir descartáveis e jogá-los na rua sem pensar no próximo e no ambiente", afirma.

5. Pontos de coleta seletiva

Ter pontos estratégicos de coleta seletiva ao longo do trajeto dos blocos de Carnaval é importante para o descarte correto de lixo, e a atitude pode vir tanto do poder público como do privado. Nesse sentido, tanto prefeituras como estabelecimentos podem colaborar.

"É essencial disponibilizar lixeiras identificadas para diferentes tipos de resíduos, incluindo uma específica para plástico comum e um para produtos orgânicos e compostáveis e incentivar os participantes a separarem os resíduos adequadamente", diz Gabriela.

6. Evite o consumo de produtos não descartáveis

"O melhor resíduo é aquele não gerado", diz Bruno. Isso porque o aumento de seu volume gera impactos na coleta – que fica sobrecarregada –, no armazenamento nos aterros, além do alto custo para a prefeitura. Portanto, não adianta só descartar o lixo no local correto, mas, sim, produzir menos.

Bons exemplos, segundo Bruno, são evitar o desperdício de comida e bebida, e não usar itens descartáveis – a melhor opção são os duráveis, como copos, talheres e canudos reutilizáveis.

Com relação à alimentação, é valido também fazer um planejamento para evitar consumir descartáveis na hora da folia. "Em muitos casos, é possível se alimentar antes ou levar algo de casa para consumir. Dentro de cada contexto, o importante é tentar gerar o menor volume de resíduos possível e descartar corretamente tudo aquilo que for gerado", resume Bruno.

Folhas recém-caídas viram matéria prima para o confete sustentável — Foto: Victor Hugo Sampaio / Divulgação
Folhas recém-caídas viram matéria prima para o confete sustentável — Foto: Victor Hugo Sampaio / Divulgação

7. Confete ecológico

Bem popular nos blocos de rua, o confete é geralmente feito de papel ou plásticos. Se você não abre mão dessa tradição, existe uma saída mais sustentável: fazer seu próprio confete biodegradável. Para isso, use folhas e flores secas e um furador de papel, assim poderá se divertir sem impactar o meio ambiente.

Outras atitudes

Para além do lixo descartado nas ruas, existem outras atitudes que merecem atenção no período de Carnaval. Transporte, economia de água, uso de produtos biodegradáveis e reciclagem de fantasias, por exemplo, podem contribuir para uma festa mais sustentável.

Além de divertido, compartilhar o carro com os amigos para viajar é uma forma de gerar menos emissões de CO₂ e, ainda, economizar durante o trajeto — Foto: Freepik / Creative Commons
Além de divertido, compartilhar o carro com os amigos para viajar é uma forma de gerar menos emissões de CO₂ e, ainda, economizar durante o trajeto — Foto: Freepik / Creative Commons

Pense no transporte

Se você viajará, antes de sair de casa, é preciso se certificar de que o carro está com a manutenção em dia antes de pegar a estrada. Além de evitar transtornos e acidentes, a troca de óleo e filtros, por exemplo, ajuda a evitar o aumento de impactos ambientais.

Viajar com os amigos é ótimo, por isso oferecer carona é uma boa forma de reduzir o impacto no meio ambiente – juntos no mesmo veículo, vocês geram menos emissões de CO₂ e, ainda, economizam durante o trajeto.

"Além disso, reduz o número de carros nas estradas em uma época de trânsito intenso", ressalta Bruno, que lembra ainda que viajar fora de horários de pico também ajuda tanto no tempo de viagem quanto no consumo de combustível.

O transporte público segue sempre sendo uma opção importante, segundo Bruno, por seu menor impacto ambiental (quando cheio) e pelo fato de muitas vezes dar acesso a diversas regiões, principalmente em face das interdições causadas por blocos de rua e desfiles.

Esse tipo de transporte geralmente tem horários especiais para que as pessoas possam aproveitar mais o Carnaval, mas vale se atentar para os horários de pico para evitar multidões. Caso não possa usar transporte público, uma opção são os deslocamentos compartilhados com os amigos por meio de táxi ou aplicativos de transporte.

Economize água

Os hábitos de economia de água, que valem para dentro de casa, também são indicados mais ainda para o período do Carnaval. Seja em uma casa, seja em hospedagem, os locais mais frequentados costumam sofrer com problemas no abastecimento, já que há um aumento grande de demanda por conta dos turistas. Assim, tomar banhos mais curtos e aproveitar o calor para desligar o chuveiro, caso demore ao se ensaboar ou lavar os cabelos, são algumas das práticas mais importantes.

"Isso vale para o grupo todo! Se alguém tem hábitos mais conscientes, agora é a hora de conversar com os amigos e fazê-los adotar tais comportamentos também", sugere Bruno.

Reutilize fantasias

Quase tudo que envolve o Carnaval tem relação com plástico e pouca durabilidade, portanto, Fe Cortez sugere repensar também esses hábitos. Na hora de escolher a fantasia, uma forma de estender essa alegria ao meio ambiente é apostar no contraposto disso: reformar ou reutilizar de anos anteriores, como também compartilhar com os amigos ao longo do feriado.

Bruno também sugere confeccionar peças curingas que podem se transformar em diversas fantasias apenas com uma simples troca de adereços.

"Adicionalmente, há economia de dinheiro com relação à compra de novas fantasias e a redução de resíduos que seriam descartados, caso a antiga fantasia fosse para o lixo", conclui Bruno. Ele também sugere reusar materiais que estão sem uso em casa para compor a fantasia ou até adquiri-la em brechós e comércios de segunda mão.

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