Paisagismo

Por Aline Melo

A rosa-de-jericó (Anastatica hierochuntica), também conhecida como planta ou flor da ressurreição, é uma espécie nativa de regiões desérticas no norte da África e no Oriente Médio. Adaptada a longos períodos de seca, ela possui três características importantes para sua sobrevivência: a tolerância à desidratação extrema, uma autoproteção contra a perda de água e a capacidade de voltar rapidamente após longos períodos de hibernação.

Sem disponibilidade de água, a rosa-de-jericó retrai seus galhos, suas folhas e raízes, transformando-se em uma pequena bola seca e resistente. “Ela se fecha para minimizar a perda de água por transpiração. Seus ramos e folhas se enrolam sobre si, formando uma estrutura compacta, que reduz a superfície exposta ao ar seco”, afirma a paisagista Rayra Lira, da J Lira Green Life.

Quando dormente, a rosa-de-jericó se assemelha a uma bola compacta e seca — Foto: Maja Dumat / Flickr / Creative Commons
Quando dormente, a rosa-de-jericó se assemelha a uma bola compacta e seca — Foto: Maja Dumat / Flickr / Creative Commons

Quando exposta à água, suas folhas começam a se reidratar e expandir. “Em um processo impressionante, a planta ressuscita e recupera sua aparência verde e exuberante. Ela consegue absorver água rapidamente e direcioná-la para suas células desidratadas, permitindo sua recuperação”, explica Rayra.

Devidamente hidratada, a rosa-de-jericó se abre em belíssimos ramos verdes e pode até desenvolver flores brancas e delicadas. “Este processo pode se repetir diversas vezes em seu habitat, o adormecer e o florescer”, diz a arquiteta e paisagista Priscila Tressino, do escritório PB Arquitetura.

Como cultivar a rosa-de-jericó

A rosa de jericó pode ser cultivada sem solo, apenas em um recipiente com água — Foto: Cleide Müller / Flickr / Creative Commons
A rosa de jericó pode ser cultivada sem solo, apenas em um recipiente com água — Foto: Cleide Müller / Flickr / Creative Commons

Segundo as paisagistas Gabi Pileggi, do escritório Jardineiro Fiel, e Luciana Bacheschi, a planta da ressurreição também pode ser encontrada no nordeste do Brasil, em especial, regiões muito quentes do Ceará. “Não é muito comum encontrá-la em viveiros no sul e sudeste. Por isso, muitas pessoas recorrem à internet para comprar mudas, muitas delas, importadas”, contam as profissionais.

Ao adquirir uma rosa-de-jericó seca, mergulhe-a em um recipiente com água limpa por 3 dias. “A melhor forma de cultivá-la é em um recipiente com pedriscos e água limpa. Essa espécie não necessita de solo, sendo essa uma de suas principais características. Caso opte pelo cultivo em vasos, dê preferência a um solo seco e arenoso”, instrui Priscila.

Quando cultivada nas corretas condições de luz e água, a rosa-de-jericó chega a desenvolver delicadas flores brancas — Foto: Maja Dumat / Flickr / Creative Commons
Quando cultivada nas corretas condições de luz e água, a rosa-de-jericó chega a desenvolver delicadas flores brancas — Foto: Maja Dumat / Flickr / Creative Commons

Para o cultivo em vasos, siga o passo a passo:

  1. Escolha um vaso com furos de drenagem no fundo para permitir a saída do excesso de água.
  2. Coloque uma camada de pedras pequenas ou argila expandida no fundo do vaso para melhorar a drenagem.
  3. Preencha o vaso com uma mistura de solo para cactos e suculentas, deixando espaço suficiente para acomodar a rosa-de-jericó.
  4. Plante a rosa-de-jericó no centro do vaso, pressionando suavemente o solo ao redor das raízes.
  5. Regue levemente para assentar o solo, mas evite encharcá-la.
  6. Posicione o vaso em um local ensolarado.

Significados da rosa-de-jericó

Quando em contato com água, a rosa-de-jericó sai aos poucos de seu estado de dormência — Foto: GettyImages
Quando em contato com água, a rosa-de-jericó sai aos poucos de seu estado de dormência — Foto: GettyImages

Seu mecanismo de defesa a situações extremas de desidratação, rendeu à espécie diversos significados e simbolismos. Não raro, é associada à renovação, esperança, proteção, purificação, fertilidade, prosperidade e conexão espiritual.

Acredita-se que foi vista pela primeira vez na Palestina, o que lhe rendeu o nome de rosa-de-jericó. Envolta por lendas e crenças de diversas religiões, remonta os tempos de peregrinação dos judeus pelo deserto, onde mesmo longe de sua terra, sobreviveram e prosperaram. Para os cristãos, a ressurreição é um símbolo essencial.

Em muitas culturas, seu chá é oferecido para mulheres grávidas ou em trabalho de parto, a fim de trazer uma nova vida ao mundo. Seu óleo essencial também é procurado na aromaterapia com o intuito de abençoar a casa.

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