Edifício sustentável usará água subterrânea para diminuir temperatura interna

O projeto em Santa Catarina prevê ainda captação de água das chuvas, teto verde, brises, grandes vãos para entrada de luz natural e área de reflorestamento

Por Aline Melo


O Amazon Parques & Resorts prevê 699 apartamentos e 90 mil m² de área construída Divulgação

Com temática da Amazônia, o Amazon Parques & Resorts será construído em Penha, no estado de Santa Catarina, próximo ao parque Beto Carrero World. A primeira fase de obras pretende entregar, até 2025, três torres que usarão água subterrânea para diminuir em até 6 °C a temperatura interna. Ao todo, o projeto prevê 699 apartamentos e 90 mil m² de área construída.

Com assinatura do escritório suíço NotToScale Architecture e colaboração de alguns arquitetos brasileiros, o projeto se diferencia pelo viés sustentável, com destaque para o labirinto térmico.

“Essa é uma técnica antiga chamada de resfriamento geotérmico, que utiliza o solo para esfriar o ar entre as paredes do edifício. Na prática, a camada inferior de drenagem da laje da fundação possui tubulações conectadas às caixas d'água. Esse líquido gelado é bombeado entre as paredes estruturais ao redor do edifício, formando um labirinto térmico para a contenção de temperatura, que gera conforto térmico. É algo que diminui a necessidade de ar-condicionado e reduz o consumo de energia elétrica”, explica a arquiteta Valentina Mion, diretora e fundadora do NotToScale.

Nos renders do escritório NotToScale é possível visualizar os desníveis que serão mantidos no terreno e a área de replantio de espécies nativas — Foto: Divulgação

Além disso, o empreendimento prevê um sistema de coleta de água da chuva, para uso nos jardins, descargas e lavagens externas; grandes vãos, aberturas e brises para favorecer a ventilação cruzada e a iluminação natural; e um teto verde.

“Esta é uma escolha que favorece o bioma da região, atraindo animais e pássaros, além de, também, contribuir para a redução da temperatura da edificação”, afirma Alvise Migotto, diretor de Relações com Investidores da Amazon Parques & Resorts.

Outro diferencial do projeto é a interação das pessoas à paisagem e o contato com a natureza. “A Amazônia foi escolhida como tema por sua importância fundamental em impedir o avanço das mudanças climáticas. O Amazon Parques & Resorts auxiliará as comunidades que vivem no bioma em termos de geração de renda, venda de artesanato e iguarias indígenas, povos que contribuem na manutenção da floresta”, conta Alvise.

Os brises e grandes vãos visam favorecer a iluminação natural e a ventilação cruzadas nos apartamentos — Foto: Divulgação

Ao todo, foram 18 meses de estudos até a entrega da primeira versão do projeto, que também traz uma preocupação com o entorno e um parque aberto ao público. “A área destinada para a construção do parque temático é um espaço completamente desmatado e faremos o replantio de árvores nativas. Acreditamos que o cuidado com a natureza é fundamental e a Amazônia deve inspirar a regeneração das matas, não importa em qual bioma estivermos”, completa.

Na segunda fase do empreendimento, está prevista a instalação de um centro de pesquisas, além de uma Vila Amazônica, onde o público será sensibilizado para a sustentabilidade. A ideia é que o parque temático seja uma plataforma de divulgação de iniciativas economicamente viáveis, de baixo impacto e negócios verdes. O empreendimento em Santa Catarina será o primeiro de três, que devem ser lançados posteriormente em Las Vegas e Coney Island, ambos nos Estados Unidos.

Um Só Planeta — Foto: Editora Globo
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