Dicas

Por Isabella Valentim

As portas de madeira no Brasil tem história que data do período colonial, com o pinho-de-riga, um pinheiro-comum no norte europeu.

Como os portugueses vinham para cá extrair árvores nobres, eles tinham o costume de carregar de, em vez de pedras para estabilizar a nau das caravelas, usar toras de pinho para descarregá-las no mar na hora de aportar aqui no Brasil.

A população via a tora cortada quando as correntes traziam elas para a praia, a partir delas, produziam portas e batentes. Antes mesmo de tudo isso, existem portas com mais de 2.300 anos em mesquitas de países árabes. Então qual a validade de uma peça de madeira? O mestre em restauração Augusto di Carpi garante que tudo depende da conservação.

A porta é composta por três peças: o marco (batente), o alisar (guarnição) e a folha (porta), e para restaurá-la, caso a porta já esteja em mal estado ou para dar um novo visual, dependerá da qualidade do material.

Se você pega uma porta de madeira maciça ou chapa derivada de madeira, pode valer a pena reformar, mas portas sarrafeadas e de colmeia de madeira ou de papel, não compensa tanto por serem mais baratas. Vamos entender cada tipo de estrutura primeiro?

Tipos de porta de madeira

O detalhe em verde da porta traz um ponto focal de cor para o ambiente. Aparador é da Restoration Hardware e quadro de Mai Britt Wonders. Projeto de arquitetura do imóvel é assinado por Carmen Landaeta e Paula Laveglia, e a arquiteta e designer Carol Farah ficou responsável pelo projeto de decoração ao lado de Joana Ribeiro — Foto: Denilson Machado / Diuvlgação
O detalhe em verde da porta traz um ponto focal de cor para o ambiente. Aparador é da Restoration Hardware e quadro de Mai Britt Wonders. Projeto de arquitetura do imóvel é assinado por Carmen Landaeta e Paula Laveglia, e a arquiteta e designer Carol Farah ficou responsável pelo projeto de decoração ao lado de Joana Ribeiro — Foto: Denilson Machado / Diuvlgação

  • Colmeia de papel: a parte interna tem duas folhas, a de "dentro" e a de "fora-dentro". A colmeia possibilita baratear o custo da peça.
  • Colmeia de madeira: são pequenos pedaços de madeira intercalados e colados dentro da porta para dar sustentabilidade e firmeza.
  • Chapas de derivados de madeira: não é tão resistente quanto a madeira maciça porque elas são feitas de MDF ou aglomerado – tipos de madeira reciclada.
  • Sarrafeada com madeira: é uma porta mais pesada por ter seu interior preenchido por tiras de madeira, com um peso e durabilidade maior
  • Madeira maciça: apresenta maior resistência, qualidade e custo, vinda de árvores nativas.

Como preparar a porta para pintura

No apartamento do designer Lucas Alves e do estilista francês François Schultz, a pintura da porta na cor verde Doce de Mamão, da Suvinil, ajuda a delimitar o espaço do hall de entrada — Foto: Lufe Gomes / Editora Globo
No apartamento do designer Lucas Alves e do estilista francês François Schultz, a pintura da porta na cor verde Doce de Mamão, da Suvinil, ajuda a delimitar o espaço do hall de entrada — Foto: Lufe Gomes / Editora Globo

Por questões econômicas e de sustentabilidade, é muito valido reaproveitar portas antigas de madeira. Uma dica é fazer uma primeira análise para saber se tem ou não como usar a peça existente. Veja se o conjunto está bom, se não tem cupim, não está com a estrutura comprometida, e se não tem problema com umidade.

Em uma peça usada antiga, a qualidade precisa ser verificada conforme o seu gosto. Se for montar uma composição elegante, deve usar uma porta condizente com a casa, com material derivado de madeira, e maciça com chapes isolantes para conferir segurança à entrada.

"Mas se for uma porta popular, veja se ela não está trincada ou empenada, porque existem estruturas feitas com madeira ainda verde, assim, a manutenção pode dar problema após a instalação. A madeira das portas se movimenta muito e existem fungos que não são tratados antes da produção da esquadria", alerta Augusto.

Agora, se for uma porta que não estiver envernizada, pode fazer a pintura. "Se tiver [com verniz], precisa removê-lo com lixa, normalmente de granulometria 120, ajeitando bem a superfície a fim de aplicar o fundo preparador para a madeira receber a tinta", instrui o empreiteiro Danilo Delmaschio.

É possível o uso de lixadeiras manuais para facilitar o processo e deixar o trabalho homogêneo. "Com o conjunto bem lixado, aplique uma demão do fundo preparador com rolinho de espuma mesmo, que é só uma preparação", explica Danilo.

A sala de TV tem porta camarão da marcenaria Via Madeira; escrivaninha que pertenceu à mãe do morador junto à poltrona "Oscar", de Sergio Rodrigues. Projeto do escritório Casa33 Arquitetura — Foto: Evelyn Müller / Divulgação
A sala de TV tem porta camarão da marcenaria Via Madeira; escrivaninha que pertenceu à mãe do morador junto à poltrona "Oscar", de Sergio Rodrigues. Projeto do escritório Casa33 Arquitetura — Foto: Evelyn Müller / Divulgação

Para a próxima etapa, é necessário esperar o processo de secagem completo, então deixe curar por 24 horas. O fundo preparador só deve ser usado direto na madeira. Quando a porta já tiver pintada, não é necessário.

"Algo a mais para tratar a porta antes de fazer a pintura é um produto elástico, conhecido nas funilarias como 'bate-pedra'. Ele é um líquido viscoso que pode ser passado na parte de baixo da porta delicadamente, para que ele possa fazer uma camada bem lisa e protegê-la antes de fazer o acabamento", adiciona o restaurador.

Como pintar a porta

Quando aberta, a porta pivotante de MDF com fórmica mescla-se ao volume azul do banheiro. Execução da Marcenaria Rutra. Projeto do escritório COTA760  — Foto: Cris Farhat / Divulgação
Quando aberta, a porta pivotante de MDF com fórmica mescla-se ao volume azul do banheiro. Execução da Marcenaria Rutra. Projeto do escritório COTA760 — Foto: Cris Farhat / Divulgação

Após a preparação da superfície, pode ser aplicada a primeira demão de tinta. "A variação é de três a cinco demãos para um bom acabamento homogêneo, dependendo da cor e da tinta usada", explica o empreiteiro.

Para aplicação de tinta, Danilo recomenda o rolo de espuma ou um para tinta epóxi de lã baixa. Atualmente, pela tecnologia que temos nos produtos, houve uma evolução no acabamento, garantindo o visual aveludado sem a necessidade de aplicar muita pressão.

No escritório, pintado de amarelo, os porta-velas Frames, do Shoptime, ressaltam sobre a mesa. Xilogravura de Lucas Bezerra. Projeto do apartamento de Stephanie Ribeiro — Foto: Wesley Diego / Editora Globo
No escritório, pintado de amarelo, os porta-velas Frames, do Shoptime, ressaltam sobre a mesa. Xilogravura de Lucas Bezerra. Projeto do apartamento de Stephanie Ribeiro — Foto: Wesley Diego / Editora Globo

Os recortes podem ser feitos com pincéis, já que os suprimentos para pintura têm uma grande variedade. É preciso escolher um modelo para madeira, com cerdas mais macias e que não marcam os riscos nos cantos.

Com relação à quantidade, você tem que comprar a menor disponível, ou seja, 900 ml de tinta. Para um conjunto de porta, é preciso 2/4 de tinta, equivalente a dois galões de 900 ml, para conseguir fazer as demãos necessárias.

Se a porta já estiver com tinta, use uma lixa de 120 gramas e dê a primeira demão com a tinta escolhida. Espere um dia para secar, esfregue com uma lixa de 220, e dê posteriormente as próximas demãos.

Se o arrependimento bater e você quiser trocar a cor, há solução. "Também existem produtos que você encontra no mercado para retirada de tinta, onde se aplica e tinta vai soltando, mas depois disso, você tem que passar um isolante para poder parar o processo químico", sugere Augusto.

A densidade da lixa, para todos os casos, deve ser usada primeiro para criar uma aderência na peça, tirando a primeira camada de insumos. Se o lixamento não for feito, existe um enorme risco da nova tinta descascar e soltar.

Como preservar a porta

 O painel de marcenaria mimetiza a porta do lavabo. Revestimento é da Portobello. Projeto do escritório João Panaggio Arquitetura — Foto: Juliano Colodeti / Divulgação
O painel de marcenaria mimetiza a porta do lavabo. Revestimento é da Portobello. Projeto do escritório João Panaggio Arquitetura — Foto: Juliano Colodeti / Divulgação

Independente da tendência de reciclar, reutilizar e ressignificar portas antigas, existem cuidados para que ela não se degrade após inseri-la em casa. Uma porta de material resistente não tem tanta degradação, mas o que Augusto enfatiza é não deixar de pintar a parte de baixo, que está perto do piso, a mais vulnerável. "Você pinta as faces da porta, o encabeçamento, mas deixa a parte que 'respira a água' e causa infiltração por ali desprotegida. Por isso que a maioria das portas apodrece de baixo para cima", explica.

Então, quando for recuperar uma porta, retire ela dos trincos e comece a tratar da parte de baixo para cima. Quando for usada em áreas externas, considere passar isolante na parte inferior, para envelopar até mais ou menos uns 60 cm de altura da peça.

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