O projeto de interiores para o apartamento de 185 m², no bairro de Greenpoint, na cidade de Brooklyn, em Nova York (EUA), foi criado para um engenheiro de software brasileiro, que sonhava com um lar inspirado no ambiente acolhedor e nostálgico de sua cidade natal, Recife, Pernambuco.
Dessa forma, o Studio Clarice Semerene (@claricesemerene), responsável pela repaginação, combinou elementos minimalistas do modernismo brasileiro com toques tropicais a fim de criar um lugar convidativo para relaxar e reunir a família e os amigos.
"Sua necessidade era de viver em um lar com influência litorânea e relaxante, que servisse de refúgio do cotidiano caótico da cidade de Nova York e, ao mesmo tempo, refletisse sua personalidade aberta e descontraída", diz a arquiteta Clarice Semerene, à frente do escritório.
"Focamos nos elementos de marcenaria, na curadoria do mobiliário e na escolha dos acabamentos, mantendo o layout original do imóvel, composto por três pavimentos com sala de estar, jantar e cozinha integrados, três suítes e terraço", conta a profissional.
A maior intervenção estrutural foi a alteração do guarda-corpo da escada e a criação de um pergolado de aço e madeira no terraço da cobertura.
Batizado de Kiwi, o apartamento ganhou este nome porque expressa a intenção de criar um ambiente que é aconchegante – remetendo à maciez da pele da fruta – e, ao mesmo tempo, tem um frescor tropical.
Assim, na sala de pé-direito duplo, materiais naturais e suaves se misturam com muito verde e toques de cores, que trazem a sensação de estar em um lar tropical, casual e aconchegante. O design apresenta linhas e formas limpas, reforçando a sensação de leveza e suavidade.
Para integrar ainda mais a cultura brasileira e o universo do proprietário no projeto e acentuar o pé-direito alto, foi criada uma grande estante de madeira carvalho-branco e montantes de ferro, a fim de expor os instrumentos musicais e objetos afetivos. O espaço é ainda banhado por muita luz natural trazida pelas grandes janelas, que são as protagonistas do amplo local aberto.
Também foi projetado um guarda-corpo com tubos metálicos na cor branca de cima a baixo, que vem do hall de entrada, e funciona como um único elemento, que separa sutilmente a chegada do primeiro lance de escadas, além de reforçar a verticalidade da sala de estar integrada.
A cozinha e sala de jantar possuem uma mistura de elementos modernos e nostálgicos, como a porta em arco e detalhes de vigas no teto, que evocam a arquitetura colonial brasileira. Os armários em madeira de carvalho-branco conferem um toque de aconchego, enquanto a ilha ripada de laca verde promove um ar tropical ao ambiente.
A decoração remete a um retiro tranquilo com um toque brasileiro – que captura o acolhimento e a alma do morador. A arquiteta optou por uma paleta neutra para os acabamentos, como a pintura mineral bege claro acinzentado nas paredes e a madeira clara, mas com alguns pontos de cor a fim de conferir um toque casual e tropical.
Para o quarto principal, a simplicidade e o conforto são as estrelas por meio do uso da madeira carvalho, fibras naturais e tons terrosos e verdes, presentes na decoração e no mobiliário.
As fibras naturais estão nos pendentes da sala de jantar e do quarto, assim como a palhinha da cama de casal. O material remete ao artesanato brasileiro e traz um ar praiano. Um verdadeiro refúgio tropical no coração de Brooklyn.
Para o amplo terraço da cobertura, um pergolado sob medida, de aço e madeira, cria uma atmosfera acolhedora. Uma rede brasileira não poderia faltar e foi um dos pedidos do morador, assim como cozinha externa de aço inox, para reunir os amigos em churrascos tipicamente brasileiros.