Um dos maiores nomes da arquitetura modernista no Brasil, Oswaldo Bratke revolucionou a elaboração de imóveis residenciais. Seus projetos são marcados, principalmente, por elementos vazados e linhas retas, além de uma dinâmica inovadora entre espaços livres e cheios, com materiais e técnicas não convencionais.
Nascido em 24 de agosto de 1907, em Botucatu, no interior paulista, Oswaldo ingressou, em 1926, no curso de Engenharia na Universidade Presbiteriana Mackenzie, formando-se como engenheiro-arquiteto em 1931.
Um ano antes, ainda estudante, ele mostrou grande talento, vencendo o concurso para o desenvolvimento do Viaduto Boa Vista, na cidade de São Paulo, e obtendo a medalha de ouro na Seção Universitária do 4º Congresso Pan-americano de Arquitetura do Rio de Janeiro.
Em 1933, Oswaldo abriu um escritório de arquitetura junto a seu amigo Carlos Botti, chamado Bratke & Botti. Os dois foram responsáveis por inúmeros projetos residenciais, sobretudo na capital paulista. Entretanto, os maiores destaques da dupla foram o Gran Hotel de Campos do Jordão, no interior paulista, e a reforma e ampliação do Parque Balneário de Santos, no litoral paulista.
O arquiteto deu início à carreira solo em 1942, após a morte de Carlos. A partir de então, ele adentrou a área de planejamento urbano, mas sem deixar os projetos residenciais de lado.
Em 1947, inclusive, a sua casa-ateliê, situada na rua Avanhandava, foi publicada no periódico estadunidense Arts & Architecture. Foi também nessa época, após uma viagem aos Estados Unidos, que ele passou a incorporar elementos modernistas em suas plantas.
O paulista foi presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil de São Paulo entre 1951 e 1954. Também participou do júri de arquitetura da 2ª Bienal Internacional de São Paulo e do 4º Congresso Brasileiro de Arquitetos. Já em 1955, foi escolhido para projetar dois núcleos urbanos no Amapá: as vilas de Serra do Navio e Amazonas.
Além disso, em 1967, projetou o prédio do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP).
Oswaldo faleceu no dia 6 de julho de 1997, aos 89 anos. No ano anterior, foi homenageado na 2ª Bienal Internacional de Arquitetura do Brasil, em Salvador (BA).
Principais projetos de Oswaldo Bratke
O edifício ABC, no centro de São Paulo, foi arquitetado por ele em 1949, em parceria com Oscar Americano e Guilherme Corazza, cujas iniciais dão nome ao prédio. A construção foi uma das primeiras da cidade a receber uma fachada de vidro, no estilo racionalista.
Na década de 1950, o arquiteto atuou no projeto de urbanização de Paineiras, no Morumbi, projetando sua própria residência e a de seu amigo Oscar Americano, onde hoje funciona a Fundação Maria Luiza e Oscar Americano.
As construções seguem o mesmo estilo moderno, com coberturas retas, elementos vazados e boa incorporação de paisagem, tornando-se algumas das mais marcantes da carreira de Oswaldo. Sua residência chegou a receber uma menção especial na 1ª Bienal Internacional de São Paulo.
O edifício Renata Sampaio Ferreira, localizado no centro da capital paulista, foi projetado em 1956 e tornou-se um símbolo em sua carreira. Voltado para comércio e escritórios, o prédio é marcado pelos elementos vazados.
O edifício Jaçatuba, também no centro paulistano, foi arquitetado em 1975. A construção foi classificada como "bem arquitetônico com interesse de preservação", assim como o edifício Renata Sampaio Ferreira.
Alguns projetos de Oswaldo que saíram de seu tradicional escopo residencial foram o do Hospital Infantil do Morumbi, as Termas de Lindóia (o Balneário Municipal de Águas de Lindóia) e as estações da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, em Campinas (SP). Todos foram elaborados ao longo da década de 1950.