Arquitetura

Por Lorena Corona, com Nathalia Fabro

Um dos maiores nomes da arquitetura modernista no Brasil, Oswaldo Bratke revolucionou a elaboração de imóveis residenciais. Seus projetos são marcados, principalmente, por elementos vazados e linhas retas, além de uma dinâmica inovadora entre espaços livres e cheios, com materiais e técnicas não convencionais.

Nascido em 24 de agosto de 1907, em Botucatu, no interior paulista, Oswaldo ingressou, em 1926, no curso de Engenharia na Universidade Presbiteriana Mackenzie, formando-se como engenheiro-arquiteto em 1931.

Um ano antes, ainda estudante, ele mostrou grande talento, vencendo o concurso para o desenvolvimento do Viaduto Boa Vista, na cidade de São Paulo, e obtendo a medalha de ouro na Seção Universitária do 4º Congresso Pan-americano de Arquitetura do Rio de Janeiro.

Nos anos 1950, Oswaldo Bratke projetou sua própria residência no bairro do Morumbi, em São Paulo — Foto: Chico Albuquerque / Arquivo Arq / Reprodução
Nos anos 1950, Oswaldo Bratke projetou sua própria residência no bairro do Morumbi, em São Paulo — Foto: Chico Albuquerque / Arquivo Arq / Reprodução

Em 1933, Oswaldo abriu um escritório de arquitetura junto a seu amigo Carlos Botti, chamado Bratke & Botti. Os dois foram responsáveis por inúmeros projetos residenciais, sobretudo na capital paulista. Entretanto, os maiores destaques da dupla foram o Gran Hotel de Campos do Jordão, no interior paulista, e a reforma e ampliação do Parque Balneário de Santos, no litoral paulista.

O arquiteto deu início à carreira solo em 1942, após a morte de Carlos. A partir de então, ele adentrou a área de planejamento urbano, mas sem deixar os projetos residenciais de lado.

Em 1947, inclusive, a sua casa-ateliê, situada na rua Avanhandava, foi publicada no periódico estadunidense Arts & Architecture. Foi também nessa época, após uma viagem aos Estados Unidos, que ele passou a incorporar elementos modernistas em suas plantas.

O Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Poli-USP fica localizado na Avenida Professor Mello Moraes, nº 2463, na Cidade Universitária — Foto: José Moscardi / Arquivo Arq / Reprodução
O Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Poli-USP fica localizado na Avenida Professor Mello Moraes, nº 2463, na Cidade Universitária — Foto: José Moscardi / Arquivo Arq / Reprodução

O paulista foi presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil de São Paulo entre 1951 e 1954. Também participou do júri de arquitetura da 2ª Bienal Internacional de São Paulo e do 4º Congresso Brasileiro de Arquitetos. Já em 1955, foi escolhido para projetar dois núcleos urbanos no Amapá: as vilas de Serra do Navio e Amazonas.

Além disso, em 1967, projetou o prédio do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP).

Oswaldo faleceu no dia 6 de julho de 1997, aos 89 anos. No ano anterior, foi homenageado na 2ª Bienal Internacional de Arquitetura do Brasil, em Salvador (BA).

Principais projetos de Oswaldo Bratke

O edifício ABC, no centro de São Paulo, foi arquitetado por ele em 1949, em parceria com Oscar Americano e Guilherme Corazza, cujas iniciais dão nome ao prédio. A construção foi uma das primeiras da cidade a receber uma fachada de vidro, no estilo racionalista.

Na década de 1950, o arquiteto atuou no projeto de urbanização de Paineiras, no Morumbi, projetando sua própria residência e a de seu amigo Oscar Americano, onde hoje funciona a Fundação Maria Luiza e Oscar Americano.

O imóvel onde hoje funciona a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, no bairro do Morumbi, em São Paulo, foi projetado por Oswaldo Bratke entre os anos de 1952 e 1953 — Foto: Flickr / Fernando Stankuns / Creative Commons
O imóvel onde hoje funciona a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, no bairro do Morumbi, em São Paulo, foi projetado por Oswaldo Bratke entre os anos de 1952 e 1953 — Foto: Flickr / Fernando Stankuns / Creative Commons

As construções seguem o mesmo estilo moderno, com coberturas retas, elementos vazados e boa incorporação de paisagem, tornando-se algumas das mais marcantes da carreira de Oswaldo. Sua residência chegou a receber uma menção especial na 1ª Bienal Internacional de São Paulo.

Oswaldo Bratke foi responsável pelo projeto da casa de seu amigo e arquiteto Oscar Americano, também localizada no Morumbi, na capital paulista — Foto: Arquivo Arq / Reprodução
Oswaldo Bratke foi responsável pelo projeto da casa de seu amigo e arquiteto Oscar Americano, também localizada no Morumbi, na capital paulista — Foto: Arquivo Arq / Reprodução

O edifício Renata Sampaio Ferreira, localizado no centro da capital paulista, foi projetado em 1956 e tornou-se um símbolo em sua carreira. Voltado para comércio e escritórios, o prédio é marcado pelos elementos vazados.

O edifício Renata Sampaio Ferreira, projetado por Oswaldo Bratke em 1956, é rotulado como "bem arquitetônico com interesse de preservação" — Foto: Flickr / Ana María León / Creative Commons
O edifício Renata Sampaio Ferreira, projetado por Oswaldo Bratke em 1956, é rotulado como "bem arquitetônico com interesse de preservação" — Foto: Flickr / Ana María León / Creative Commons

O edifício Jaçatuba, também no centro paulistano, foi arquitetado em 1975. A construção foi classificada como "bem arquitetônico com interesse de preservação", assim como o edifício Renata Sampaio Ferreira.

O Balneário de Águas de Lindóia, no interior de São Paulo, foi projetado por Oswaldo Bratke em 1954 — Foto: Flickr / Fernando Stankuns / Creative Commons
O Balneário de Águas de Lindóia, no interior de São Paulo, foi projetado por Oswaldo Bratke em 1954 — Foto: Flickr / Fernando Stankuns / Creative Commons

Alguns projetos de Oswaldo que saíram de seu tradicional escopo residencial foram o do Hospital Infantil do Morumbi, as Termas de Lindóia (o Balneário Municipal de Águas de Lindóia) e as estações da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, em Campinas (SP). Todos foram elaborados ao longo da década de 1950.

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