Os moradores desta casa em Campinas, no interior de São Paulo, faziam questão de ter um jardim, mas a metragem enxuta do terreno fez com que sobrasse pouca área permeável para as plantas. Para contornar a situação, o paisagista Daniel Nunes fez uso de espécies tropicais concentradas nos perímetros do lote. “Optei por uma vegetação tropical e orgânica que faz um contraponto à rigidez da arquitetura contemporânea do imóvel. Escolhi espécies soltas e exuberantes, que aumentam a sensação de verde, fazendo com que o jardim pareça maior do que é”, conta ele, que utilizou alpínias, helicônias, pleomeles, ciclantos e filodendros-ondulados. Outra característica a favor dessas espécies é que elas demandam pouca manutenção.
Nos fundos do terreno havia mais um empecilho: um talude de 6 m de largura avançava em direção ao centro e impossibilitava a criação da piscina. “Fizemos um muro de arrimo de 3 m de altura, revestido de pedras bolão. No topo, incluímos melaleucas e jasmins-brancos”, explica. Embaixo,entre o muro e a casa, moreias formam um corredor verde.
A casa, com reforma assinada pelo escritório de arquitetura WAY Architecture Yell, foi elevada do solo por vigas recuadas, que fazem com que ela pareça flutuar; e um deque de cumaru reveste toda essa laje. Para dar unidade ao projeto, Daniel aproveitou o material em volta da piscina, na área gourmet e no jardim da frente, onde criou um lounge de contemplação, com um amplo deque e um painel de pedras bolão com lareira embutida. “É um ambiente mais reservado e intimista, para que eles possam aproveitar o jardim em qualquer época do ano”, explica.