• Por Evelyn Nogueira
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O Pantanal é a maior planície de inundação contínua do Planeta Terra (Foto: Filipefrazao/ Wikimedia Commons)

O Pantanal é a maior planície de inundação contínua do Planeta Terra (Foto: Filipefrazao / Wikimedia Commons)

Em 17 de julho é celebrado o Dia de Proteção (ou protetor) às Florestas. A data também celebra o Curupira, personagem folclórico brasileiro conhecido por proteger as florestas.

“Florestas em pé são o passaporte para o futuro”, diz Cristiane Mazzetti, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil. "Esse futuro garante qualidade de vida e economia. É importante preservar florestas antes que esse dano seja irreversível", explica Cristiane.

Segundo dados do Observatório do Clima, o desmatamento na Amazônia caiu entre 2004 e 2012 e depois voltou a crescer, principalmente a partir de 2019. Em 2021, último ano onde os dados foram coletados, o desmatamento foi de 13.038 km², o equivalente a mais de dez vezes a cidade do Rio de Janeiro. No Cerrado foram 8.531 km². Em grosso modo, podemos dizer que 21 mil km² foram desmatados em território nacional.

Mata Atlântica (Foto: Reprodução/unespciência)

O desmatamento causa aumento de calor, problemas de abastecimento de água e aumento da pobreza e de doenças na Mata Atlântica (Foto: Reprodução / unespciência)

Claudio Angelo, coordenador do Observatório do Clima, diz que dois dos fatores que podem explicar esse cenário são: uma fronteira agrícola muito ativa, principalmente no Cerrado, e a falta de implementação de legislação ambiental.

O aumento desenfreado do desmatamento pode ter impactos diretos em nossas vidas, como o agravamento do aquecimento global, que torna eventos climáticos ainda mais extremos.

De forma geral, a consequência em todos os biomas é a perda de biodiversidade. Na Amazônia, o desmatamento pode causar perturbação climática ao nível global e regional, aumento do calor, redução de chuvas e crescimento de pobreza e doenças.

Na Mata Atlântica, as consequências são a gradação de calor, problemas de abastecimento de água e aumento de pobreza e doenças. No Cerrado, além de elevar o calor e causar pobreza e doenças, traz prejuízos ao abastecimento de água e aquíferos. No Pantanal, além de todos os itens citados acima, causa também mais incêndios e prejuízo ao turismo.

O projeto da biblioteca flutuante, do arquiteto Marko Brajovic, está sendo construído no Lago Mamori, na Amazônia (Foto: Divulgação/Atelier Marko Brajovic)

Projeto da biblioteca flutuante, do arquiteto Marko Brajovic, no Lago Mamori, na Amazônia (Foto: Divulgação / Atelier Marko Brajovic)

Além disso, o regime de chuvas é impactado, pois quanto menos floresta, menos água. Segundo Cristiane, a maioria da geração de energia depende ainda dos reservatórios cheios de água.

"Com o aquecimento e o degelo das calotas polares muitas propriedades e espaços no litoral podem sofrer com o avanço das águas. A ocorrência de eventos extremos, como furacões, inundações, tempestades, secas e incêndios, podem arrasar muitos bairros e cidades", diz o professor Marcus Nakagawa, coordenador do Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental.

Cristiane alerta que o desmatamento também contribui para a crise da biodiversidade. “Estamos perdendo espécies de maneira muito mais acelerada. Na história, é normal termos perda de espécies, mas essa crescente é causada pela ação humana”, pontua a porta-voz.

As mudanças climáticas trazem agravações para o planeta e os animais (Foto: Unsplash /  NOAA / CreativeCommons)

As mudanças climáticas trazem agravações para o planeta e os animais (Foto: Unsplash / NOAA / CreativeCommons)

É importante manter as florestas de pé para elas poderem cumprir seu papel de regular o clima, prover água e serviços ambientais, como a polinização de lavouras e reciclagem de nutrientes do solo.

“Hoje, 65% da floresta derrubada da Amazônia é pastagem degradada ou de baixíssima produtividade. Estamos trocando a maior riqueza natural do planeta por capim”, diz o coordenador do Observatório do Clima.

Como indivíduos, é possível fazer cumprir o Código Florestal, evitando sinalizações legislativas à impunidade e adotar uma meta de desmatamento zero. É possível ainda contribuir com organizações, como a brigada digital Todos Pela Amazônia, do Greenpeace. A organização envia petições e missões para que todos possam contribuir com a preservação das florestas.

Rodapé Um Só Planeta (Foto: Divulgação / Um Só Planeta)

Um Só Planeta (Foto: Divulgação / Um Só Planeta)