Paisagismo

Por Redação Casa e Jardim


Que jogue a primeira pedra quem nunca pensou em ter um bambu-mossô em casa. Por mais que tenha passado rapidamente, a febre da espécie de caule escultural, que figurou em dez entre dez projetos paisagísticos do final dos anos 1990 ao início dos 2000, de alguma forma pegou você. Foi assim com o bico-depapagaio (ou poinsétia) nos anos 1950 e com as samambaias na década seguinte.

Projeto do paisagista Roberto Riscala (Foto: Renato Corradi) — Foto: A entrada da casa traz arbustos variados: à esq., moreia com flores brancas, seguida por tuia-maçã podada alta, buquês – de – noiva, mais tuia-maçã, kaizuka e fícus ao lado da porta. À dir., a partir da porta, vasos com buxinhos, kaizuka, azaleia podada,  (Foto: Renato Corradi)
Projeto do paisagista Roberto Riscala (Foto: Renato Corradi) — Foto: A entrada da casa traz arbustos variados: à esq., moreia com flores brancas, seguida por tuia-maçã podada alta, buquês – de – noiva, mais tuia-maçã, kaizuka e fícus ao lado da porta. À dir., a partir da porta, vasos com buxinhos, kaizuka, azaleia podada, (Foto: Renato Corradi)

Anos 1950: Formalidade com resistência

Os padrões franceses influenciaram os jardins residenciais no Brasil: ficaram formais, com traçados simples e geométricos. Blocos de azaléias podadas e buxinhos figuravam em grande parte dos projetos desta década. Uma pitada de tempero inglês permitia que apresentassem também cercas vivas e caramanchões. “Em 1950, cultivadores norte-americanos obtiveram uma variedade de bico-de-papagaio (ou poinsétia) muito resistente às pragas e à falta de luz. Ela se tornou ótima opção para decorações internas, especialmente na época do Natal”, afirma Raul Cânovas. Aquela coisa: todos têm, todos querem. E o bico-de-papagaio virou mania!

Projeto da paisagista Catê Poli (Foto: Gui Morelli/Editora Globo) — Foto: jardim-vertical-suspenso-paisagismo-Catê-Poli-palmeira-fênix-aspargos-pluma-samambaias-barbas-de-serpente (Foto: Gui Morelli/Editora Globo)
Projeto da paisagista Catê Poli (Foto: Gui Morelli/Editora Globo) — Foto: jardim-vertical-suspenso-paisagismo-Catê-Poli-palmeira-fênix-aspargos-pluma-samambaias-barbas-de-serpente (Foto: Gui Morelli/Editora Globo)

Anos 1960: Descontração na samambaia

A formalidade da década passada deu lugar a jardins com linhas mais livres e irregulares, a fim de torná-los mais adaptados à própria natureza. Começaram a ser valorizadas espécies mais vistosas, como fícus, afelandra-zebra e samambaias-de-metro (Nephrolepis cordifolia) – as últimas, adoradas por seu aspecto leve e repousante. Elas estavam presentes em T-O-D-A-S as casas!

Projeto do paisagista Gilberto Elkis (Foto: Renato Elkis/ Divulgação) — Foto: Um caminho de pedras vulcano leva à piscina. Ao acessá-lo, vê-se, do lado esquerdo, um canteiro de bromélias e, no lado oposto, bananeiras e alpínias. Ao fundo, próximo à piscina, palmeira-garrafa e moreias (Foto: Renato Elkis/ Divulgação)
Projeto do paisagista Gilberto Elkis (Foto: Renato Elkis/ Divulgação) — Foto: Um caminho de pedras vulcano leva à piscina. Ao acessá-lo, vê-se, do lado esquerdo, um canteiro de bromélias e, no lado oposto, bananeiras e alpínias. Ao fundo, próximo à piscina, palmeira-garrafa e moreias (Foto: Renato Elkis/ Divulgação)

Anos 1970: Jardim vira paisagem

Na década de 1970 descobriu-se que, formais ou informais, os jardins eram imitações uns dos outros. Então, abaixo os padrões! A nova onda deu margem ao sucesso mundial do arquiteto paisagista Burle Marx, que pregava: "uma obra paisagística deve ter elementos que se integrem e se harmonizem, transformando o jardim em paisagem". A irregularidade de formas, pedras e troncos de árvore fazia parte da composição, onde prevaleciam as espécies tropicais – fáceis de encontrar e melhores cultivadas em nosso clima. “Foi a fase áurea da areca-bambu, da bromélia, da iuca e da dracena, especialmente a de folhagem avermelhada”, lembra-se Raul Cânovas.

Projeto do engenheiro agrônomo Rodrigo Oliveira (Foto: Reprodução) — Foto: cactos, plantas, 620x455 (Foto: Reprodução)
Projeto do engenheiro agrônomo Rodrigo Oliveira (Foto: Reprodução) — Foto: cactos, plantas, 620x455 (Foto: Reprodução)

Anos 1980: Voltam as formas rígidas

A “descoberta” do paisagismo propriamente dito – compor um espaço aprazível – fez surgir o conceito de que o jardim deveria estar integrado à arquitetura. Uma casa de estilo clássico, portanto, pedia espécies com formato rígido. Paralelamente a isso, os cem anos de imigração japonesa também fizeram com que as topiarias ganhassem corpo: para os japoneses, por meio da perseverança, o homem é capaz de modificar tudo – e a ideia foi transportada para as plantas. As melhores representantes desse conceito eram o buxinho e a kaizuka. O cacto, revelado nos anos 1950 (mas desaparecido pela dificuldade no cultivo), também virou mania nos 1980.

Projeto da paisagista Drica Diogo (Foto: Edu Castello/Editora Globo) — Foto: Jardim-bordadura-de-suculentas-patas-de-elefante-pedriscos-bambus-negros-pedras-malucas-columeias (Foto: Edu Castello/Editora Globo)
Projeto da paisagista Drica Diogo (Foto: Edu Castello/Editora Globo) — Foto: Jardim-bordadura-de-suculentas-patas-de-elefante-pedriscos-bambus-negros-pedras-malucas-columeias (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

Anos 1990: A década do clean

Na contramão do trabalho exigido pelas topiarias, a década de 1990 viu florescer jardins que dispensavam manutenção complicada. Classificados de “clean”, tinham poucas plantas – muito bem escolhidas – que formavam um conjunto harmonioso com a arquitetura de residência. Como complementos indispensáveis, pedriscos e gramados. As espécies esculturais marcaram presença: bambu-mossô, cicas, palmeira-fênix e lança-de-são-jorge. “A folhagem ornamental, as flores brancas e os pequenos frutos vermelhos da nandina também chamaram a atenção e a pata-de-elefante era uma das espécies mais cobiçadas”, conta Raul Cânovas.

Projeto do paisagista Odilon Claro (Foto: Edu Castello/Editora Globo) — Foto: O maciço de guaimbê-ondulado se destaca na fachada desta fazenda com projeto de Odilon Claro, da Anni Verdi (Foto: Edu Castello/Editora Globo)
Projeto do paisagista Odilon Claro (Foto: Edu Castello/Editora Globo) — Foto: O maciço de guaimbê-ondulado se destaca na fachada desta fazenda com projeto de Odilon Claro, da Anni Verdi (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

Nos anos 2000, espécies tropicais

Após idas e vindas, os projetos paisagísticos voltaram ao pioneirismo de Burle Marx: o mais importante é a harmonia do todo – e a boa sensação que o espaço oferece. Para Gilberto Elkis, “um jardim moderno apresenta ambientes aconchegantes e convidativos, que envolvem o usuário num cenário que pareça o mais natural possível”. Já que, no fundo, o assunto é a natureza, no Brasil não há nada melhor do que o uso de plantas tropicais. Além de se desenvolver melhor por serem nativas, são espécies de fácil manutenção. As mais lembradas são palmeiras, bromélias, guaimbês e a bela helicônia.

Projeto do paisagista Edu Bianco (Foto: Edu Castello/ Editora Globo) — Foto: Os exemplares de echeveria, bálsamo, crássula, e orelha-de-gato foram dispostos em vasos vietnamitas e chineses. O paisagista Edu Bianco usou musgo-pedra ou musgo-fofão para esconder a terra e fazer o acabamento no vaso (Foto: Edu Castello/ Editora Globo)
Projeto do paisagista Edu Bianco (Foto: Edu Castello/ Editora Globo) — Foto: Os exemplares de echeveria, bálsamo, crássula, e orelha-de-gato foram dispostos em vasos vietnamitas e chineses. O paisagista Edu Bianco usou musgo-pedra ou musgo-fofão para esconder a terra e fazer o acabamento no vaso (Foto: Edu Castello/ Editora Globo)

Nos anos 2010, suculentas!

Os jardins tropicais continuam em alta, mas um tipo específico de planta se tornou febre nos últimos anos: as suculentas! Orginárias da África, são plantas que apresentam a raiz, o talo ou as folhas engrossadas. Essa característica permite o armazenamento de água durante
períodos prolongados e em quantidades muito maiores do que nas plantas normais. Fáceis de cuidar, elas se adaptam a diferentes climas e agradam a todos: existem quase 10 mil
espécies catalogadas pelo mundo!

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