Jardim
Floresta urbana
Uma fachada comum, na Vila Madalena, em São Paulo, esconde uma construção cercada por mata fechada e outras surpresas
2 min de leituraEnormes palmeiras cariota, bananeiras ornamentais e bastões-do-imperador camuflam o muro de 7 metros e diminuem a incidência de sol, sombreando o jardim de 400 m² na Vila Madalena, em São Paulo. O único barulho que se escuta é dos visitantes mais frequentes: os sabiás. O clima é de floresta, mas a localização, num dos bairros mais boêmios de São Paulo, é inesperada. Antes da interferência do paisagista Gil Fialho, a área era somente um terreno baldio, vizinho ao minicondomínio, composto de um módulo com três casas independentes. Para lembrar de sua terra natal e ter mais contato com a natureza, duas irmãs soteropolitanas compraram o terreno ao lado e o incorporaram à construção onde vivem há dez anos. “Já conhecíamos o Gil e, assim que adquirimos o lote, ligamos para ele. Queríamos um jardim com jeito de floresta. Uma coisa grandiosa mesmo, com pouca luz e aquele ar misterioso de mata fechada”, conta uma das irmãs.
O paisagista escolheu plantas tropicais de grande porte e espécies de sombra. A sensação é de que você está entrando em uma mata nativa. Palmeiras, bananeiras, dracenas arbóreas, bastões-do-imperador, helicônias, alpínias, costelas-de-adão e diversos filodendros se misturam ao bambuzal e ao abacateiro que já existiam no terreno. Bem delimitados, os canteiros ganharam forração de singônios, lírios-da-paz e píleas. As áreas de maior circulação receberam pedriscos, formando um caminho que percorre todo o espaço. “A ideia era criar um jardim bem natural, que crescesse sozinho”, explica Gil.
O paisagista aproveitou a caída natural do terreno de 9 metros para ali instalar três patamares com propostas distintas: o primeiro, na parte de cima, foi destinado aos filhos das moradoras. As crianças correm soltas no terreno e brincam na casinha de madeira, com escorregador e gangorra. “Elas adoram o jardim! Nós já acampamos aqui”, diz uma das mães.
Um grande deque de madeira forma o segundo patamar, bem em frente à porta de entrada de uma das casas. Envolto pelas plantas, ele é usado para receber os amigos. Já o terceiro, na parte mais baixa do terreno, é o pátio da fogueira. “Aproveitamos muito essa área. Nos dias frios, a gente se junta lá para conversar e esquentar marshmallows. Até esquecemos que estamos em São Paulo”, conta.