• Por Daniela Simões
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Os trabalhos da designer podem demorar meses para ficarem prontos (Foto: Instagram / cydney_ross)

Os trabalhos da designer podem demorar meses para ficarem prontos (Foto: Instagram / cydney_ross)

A escultora e designer de joias, Cydney Ross decidiu ocupar seu tempo com outra atividade que não fosse os adereços para o corpo: explorar a passagem arquitetônica do tempo por meio da cerâmicas e de misturas não convencionais. Suas obras já ganharam até nome e compõem a coleção Structural Integrity. Ao queimar, congelar e descongelar seus materiais, ela simula o balanço, o desmoronamento e até o colapso de miniaturas de prédios importantes.

Ross busca suas inspirações em construções já prontas e, geralmente, famosas. A sua primeira escultura foi os andaimes de madeira usados para construir o Viaduto da 12th Street, uma histórica ponte de concreto em sua cidade natal em Kansas City, em Missouri, nos Estados Unidos.

A autora conta que os edifícios reproduzidos são uma espécie de história de advertência. "O que desmorona diante de nós em pequena escala nos impele a fazer a diferença enquanto há tempo, para mudar as coisas agora e talvez ficar à frente do desastre".

O processo de produção é lento e precisa de atenção e dedicação. A designer começa cortando tiras e placas de barro com papel. O papel confere à argila integridade estrutural, permitindo que a o material seja reidratado a qualquer momento. A argila líquida espessa, chamada de deslizamento, une as peças cortadas. A escultura pode levar de semanas a meses para ficar pronta.

Uma vez que completas, as peças são dispostas em um forno, que atinge mais de 1000˚ C. Ross desfruta da perda do controle do material em meio à calefação e ao congelamento da argila, a fim de conseguir um projeto espontâneo. O resultado é uma série de obras arquitetônicas que parecem ter sofrido interferências do tempo.

Where the River Runs, 2017 (Foto: Instagram / cydney_ross)

Where the River Runs, 2017 (Foto: Instagram / cydney_ross)