• Por Bianca Alves
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A sobreposição está em alta. No projeto do escritório PKB Arquitetura em parceria com o Salt Arquitetura, os tapetes neutros,2 x 3 m, compõem com o estampado,3 x 3,50 m, todos da Mãos do Oriente (Foto: Andre Nazareth / Divulgação)

A sobreposição está em alta. No projeto do escritório PKB Arquitetura em parceria com o Salt Arquitetura, os tapetes neutros, 2 x 3 m, compõem com o estampado, 3 x 3,50 m, todos da Mãos do Oriente. Sofá, poltrona, mesas de centro e luminária da LZ Studio e plantas da Semear Paisagismo (Foto: Andre Nazareth / Divulgação)

Além de proporcionar mais aconchego aos ambientes, os tapetes abraçam a decoração, disfarçando pisos indesejados, formando planos visuais que podem complementar e contrastar as peças ao redor. Mas atenção antes da compra: a escolha do modelo depende de uma série de fatores, a começar pelo comportamento dos moradores, estilo da casa e frequência de uso. Em lares com pets não é recomendável tapetes claros e densos, em especial os de tecidos naturais, que absorvem mais a sujeira. Se não há restrições em pisar com calçados dentro de casa, é necessário pensar nos materiais e nas cores que disfarçam as marcas das passadas. Também deve ser avaliado o local de colocação da peça para definir o formato, o tamanho e até mesmo a possibilidade de sobreposição, uma tendência forte no design de interiores.

Sem regras para ousar ou seguir um conceito minimalista, os tapetes podem assumir o protagonismo do décor. “Quando quero criar volumes, insiro o tamanho do tapete para sentir o visual mais abrangente”, diz o decorador Luiz Otávio Debeus. Com múltiplas ideias de projetos, a seguir, profissionais ajudam a desvendar os truques por trás do uso desse elemento.

O tapete redondo de náilon, 4,50 m, da Santa Mônica, passa a sensação de organização no living projetado por Babi Teixeira. Ao fundo, o tapete de algodão e sisal, 5 x 1,70 m, da By Kamy, contrasta com o quadro de Duda Moraes e as peças de design moderno (Foto: Denilson Machado / MCA Estúdio / Divulgação)

O tapete redondo de náilon, 4,50 m, da Santa Mônica, passa a sensação de organização no living projetado por Babi Teixeira. Ao fundo, o tapete de algodão e sisal, 5 x 1,70 m, da By Kamy, contrasta com o quadro de Duda Moraes e as peças de design moderno. “Ao entrar, há o impacto da peça com mais personalidade, e, então, vem a neutra”, explica a arquiteta sobre o uso de modelos diferentes em espaço integrado (Foto: Denilson Machado / MCA Estúdio / Divulgação)

1. Proporção
A única regra na composição dos ambientes é a proporção do tapete em relação aos móveis. O ideal é ter pelo menos parte das peças sobre ele. “Quando a sala é centralizada, pode-se considerar uma sobra do móvel de 10 cm a 15 cm além do tapete. Se, por exemplo, o sofá estiver encostado na parede, é possível entrar mais um pouco, até 45 cm, para dentro dele e assim ter um plano único”, explica Pedro Kastrup, da PKB Arquitetura. Por outro lado, posicionar o mobiliário inteiramente sobre o tapete passa a sensação de organização. Para isso, deixe as peças cerca de 15 cm a 20 cm no perímetro, a partir da beirada. “O que não pode é deixar que o tapete acabe justamente na linha do móvel, porque dá a impressão que o item é muito pequeno”, argumenta o arquiteto Diego Revollo.

2. Metragem
Nem sempre é possível achar a metragem exata para cada área. Isso, aliado ao custo mais alto das peças fora do padrão, feitas sob encomenda, torna as adaptações cada vez mais comuns. “Se o espaço tem 2,80 m, dá para trabalhar com um tapete de 2,50 m”, diz a arquiteta Kika Mattos, do escritório Triart. Alguns profissionais usam a estratégia de unir tapetes do mesmo padrão para obter uma metragem maior ou cortá-los. Nesse caso, nada precisa ser desperdiçado: cortes em peças grandes podem dar origem a passadeiras para o corredor. Vale também sobrepor e criar formatos orgânicos.

De cor vibrante e formato inesperado, o tapete de PVC integra a coleção Red Carpet, de Arzu Firuz, para áreas de alta circulação (Foto: Denilson Machado / MCA Estúdio / Divulgação)

De cor vibrante e formato inesperado, o tapete de PVC integra a coleção Red Carpet, de Arzu Firuz, para áreas de alta circulação. A peça, cortada a laser, mede 2,80 x 1,86 m e destaca-se no piso de tecnocimento na casa da arquiteta Rafaela Lucena, da Garimporio. “A escolha foi amor à primeira vista na Galeria Rossana Orlandi, em viagem a Milão”, conta Rafaela, que assina o projeto com a sócia Natasha Frota (Foto: Denilson Machado / MCA Estúdio / Divulgação)

3. Em ambientes integrados
Combinar não é fundamental. Porém, pode ser um desafio mesclar estilos distintos, como o kilim e o persa. Pensando na economia, vale misturar modelos como um de fibra natural, com o preço mais elevado, e um sintético, mais acessível. Para não errar na composição em ambientes conectados, Pedro indica apostar em um tapete neutro, com textura simples de uma ou duas cores, enquanto os modelos acompanhantes podem expressar mais personalidade. Esses podem estar dispostos em diferentes setores do cômodo, como estar e jantar, mas tudo depende do layout. “Às vezes, forçar o uso de dois tapetes idênticos pode não favorecer as funções do ambiente”, afirma Diego. Para Kika, um fator essencial é não economizar na metragem, beneficiando a amplitude. Texturas, espessuras e materiais podem variar bastante, mas é importante manter um fio condutor, como apostar na mesma matriz de cores.

O arquiteto Diego Revollo sobrepôs duas peças de maneira irregular. O tapete de seda Darya, do Nepal, em tom de azul vivo, contrasta com o assoalho de madeira e os tecidos das poltronas de Jorge Zalszupin e do sofá da Micasa (Foto: Victor Affaro / Editora Globo)

O arquiteto Diego Revollo sobrepôs duas peças de maneira irregular. O tapete de seda Darya, do Nepal, em tom de azul vivo, contrasta com o assoalho de madeira e os tecidos das poltronas de Jorge Zalszupin e do sofá da Micasa. O modelo maior, de lã, Drugget, da Índia,dá a base neutra. As duas peças são da Botteh (Foto: Victor Affaro / Editora Globo)

4. Sobreposição
Mesclar tapetes em um mesmo espaço é uma das grandes tendências da atualidade. Uma dica para não errar nas combinações é colocar o neutro embaixo e o de personalidade em cima. Contudo, o teste é essencial. Para facilitar, existem lojas que oferecem modelos em consignação.

5. Da sala para o quarto
Tapete na sala de jantar nem sempre é uma boa ideia, uma vez que o local tem alta circulação e chance de receber alguns respingos de comida. Mas tudo é possível e, para acomodá-los sob a mesa, aposte em materiais de fácil manutenção, como linhas sintéticas, de náilon e patch, e evite cores claras. Nos quartos, os tapetes cumprem a função de aconchego. Por isso, é essencial que a peça contemple as laterais da cama, mesmo que de forma assimétrica.

O projeto de Regina Strumpf tem tapete latino-americano neutro que recebe bem estampas, como a do pufe com bordados needlepoint e a do tapete de retalhos, na lateral (Foto: Victor Affaro / Editora Globo)

O projeto de Regina Strumpf tem tapete latino-americano neutro que recebe bem estampas, como a do pufe com bordados needlepoint e a do tapete de retalhos, na lateral (Foto: Victor Affaro / Editora Globo)