• Texto Roberto Abolafio Junior | Realização Nuria Uliana | Fotos Lufe Gomes
  • Texto Roberto Abolafio Junior | Realização Nuria Uliana | Fotos Lufe Gomes
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Pátio | Parecido com um pião, o assento Spun, de Thomas Heatherwick para Magis, junta-se aos pufes da Tidelli sobre o  deque da IndusParquet (Foto: Lufe Gomes)

Sala de jantar: mesa Liss, da Decameron, e cadeiras Bossa, de Jader Almeida, na Dpot, compõem o ambiente, iluminado pelo pendente alemão da década de 1960, da Loja Teo. Painel de azulejos de Athos Bulcão, adquiridos na fundação com o nome do artista. O piso é de placas de cimento da Concresteel | Pátio: parecido com um pião, o assento Spun, de Thomas Heatherwick para Magis, junta-se aos pufes da Tidelli sobre o deque da IndusParquet (Foto: Lufe Gomes)

Estou dentro ou fora? Estou dentro e fora! Eis a sensação de quem adentra a casa de 450 m2 e três pavimentos, pertencente a uma advogada de 30 anos, em um condomínio na zona oeste paulistana. “No piso térreo, os ambientes sociais se distribuem em torno de um pátio externo e ligam-se a ele por meio de grandes portas envidraçadas de correr”, explica a arquiteta Lua Nitsche, que projetou o local com o irmão, Pedro. 

Um dos pontos-chave da arquitetura moderna, a relação entre interior e exterior influencia a produção atual. Nesse caso, as fronteiras parecem se diluir. É um convite a observar, de diferentes pontos, o tal pátio com jardim de viés tropical criado pelo paisagista Neubert Weber.

Sala de jantar | Ao fundo do ambiente, destaca-se o bufê produzido por Giuseppe Scapinelli nos anos 1950. Na parede, há gravuras trazidas de Paris. À esq., a bananeira compõe o paisagismo de Neubert Weber (Foto: Lufe Gomes)

Sala de jantar | Ao fundo do ambiente, destaca-se o bufê produzido por Giuseppe Scapinelli nos anos 1950. Na parede, há gravuras trazidas de Paris. À esq., a bananeira compõe o paisagismo de Neubert Weber (Foto: Lufe Gomes)

Os arquitetos Carla Mattioli e Maurício Pinheiro Lima assinam o décor, que se harmoniza com o projeto ao evocar o Rio de Janeiro e a Brasília dos anos 1950 e 1960. “Era um desejo da proprietária, que buscava um clima vintage”, explica o profissional, autor de outras tantas obras para a família dela. “E eu não queria nenhuma cópia”, completa a dona. “Gosto de autenticidade.”

Para isso, foram arrematadas peças, como um bar e um bufê criados pelo italiano Giuseppe Scapinelli, em 1950, além dos azulejos desenhados por Athos Bulcão, em 1966, que revestem a divisão entre cozinha e sala de jantar. Ali, entram as cadeiras do designer Jader Almeida. É criação dele também um dos sofás do estar, ao lado do antigo e devidamente reciclado Maralunga, do italiano Vico Magistretti. Os últimos arquitetos desenharam ainda toda a marcenaria, do living ao setor íntimo, localizado no andar superior. “Nela, há a neutralidade do cinza, mas também alguns elementos coloridos”, explica Maurício.

 Passa-pratos | A abertura permite observar a sala de jantar a partir  da cozinha, que tem armários laqueados de cinza. O rasgo teve de driblar os diversos encanamentos presentes no interior da parede (Foto: Lufe Gomes)

Passa-pratos | A abertura permite observar a sala de jantar a partir da cozinha, que tem armários laqueados de cinza. O rasgo teve de driblar os diversos encanamentos presentes no interior da parede (Foto: Lufe Gomes)

Feliz com o resultado, a moradora ocupa seu novo território faz apenas seis meses. Desde então, sempre que pode recebe gente querida em casa. Há espaço de sobra para si tanto quanto – quem sabe – para os que ainda virão. “Meus pais me deram essa casa para a vida inteira”, comenta ela, que parece gostar da ideia.

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 Living | Da Dpot, o sofá Matriz, à esq., design de Jader Almeida, junta-se ao Maralunga, de Vico Magistretti para Cassina. O tapete é da By Kamy, e as obras, na parede, foram trazidas de Paris (Foto: Lufe Gomes)

Living | Da Dpot, o sofá Matriz, à esq., design de Jader Almeida, junta-se ao Maralunga, de Vico Magistretti para Cassina. O tapete é da By Kamy, e as obras, na parede, foram trazidas de Paris
(Foto: Lufe Gomes)

Dicas de Maurício Pinheiro Lima: 
 1 | Ao lidar com arquitetura assinada, é sempre bom respeitá-la. “Não só mantivemos as paredes brancas, como empregamos no piso do térreo as mesmas placas de cimento vistas no exterior do condomínio, em busca de continuidade visual.”
2 | Prefira arrematar peças originais. “Sejam de época, sejam atuais, elas são investimento para a vida toda, valorizam o trabalho de artistas e designers e guardam caráter cultural.”
3 | Não só o mobiliário ou elementos de época são capazes de remeter a um período, mas também as cores. “Nesse projeto, usamos, por exemplo, um certo azul típico dos anos 1950 e 1960 na bancada do banheiro da suíte principal.”

Living | Os veios de pinho-de-riga marcam o banco desenhado por Maurício Pinheiro Lima, assim como a estante e a marcenaria restante da casa. Objetos, da Benedixt, L’Oeil e LS Selection. Arranjo, da The Blume (Foto: Lufe Gomes)

Living | Os veios de pinho-de-riga marcam o banco desenhado por Maurício Pinheiro Lima, assim como a estante e a marcenaria restante da casa. Objetos, da Benedixt, L’Oeil e LS Selection. Arranjo, da The Blume (Foto: Lufe Gomes)

 (Foto: Lufe Gomes)

Sala de TV/escritório | No andar superior, a área de distribuição entre os quartos virou multiúso. A marcenaria foi destacada por faixas verdes e beges. Persianas de madeira, da Luritec, dosam a luz vinda das aberturas. De perobinha, o piso é da IndusParquet (Foto: Lufe Gomes)

 Suíte | Tons terrosos dominam o quarto da proprietária, com cama revestida de jacquard com motivos de folhas geométricas, da Donatelli – mesma fornecedora do linho empregado na cortina. Roupa de cama, da Trousseau (Foto: Lufe Gomes)

Suíte | Tons terrosos dominam o quarto da proprietária, com cama revestida de jacquard com motivos de folhas geométricas, da Donatelli – mesma fornecedora do linho empregado na cortina. Roupa de cama, da Trousseau (Foto: Lufe Gomes)