• Por Diego Revollo
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A internet é, sem dúvida, a nossa maior fonte de informação. Somos diariamente bombardeados com uma avalanche de imagens. Acredito que nunca estivemos tão expostos a tanto conteúdo visual. A facilidade e a assimilação desse conteúdo é tão rápida que, ao mesmo tempo em que a informação trafega rapidamente e alcança a todos, nós também nos vemos entediados. Passamos a “consumir” ideias, conteúdo e até mesmo tendências com muita rapidez.

Em decoração, é inegável que o que produzimos envelhece rapidamente. Tudo parece ser muito mais descartável que em outras épocas. Talvez o maior desafio de um profissional de arquitetura seja justamente tentar realizar um trabalho o mais atemporal possível. Difícil, confesso, mas talvez a única saída para fazer perdurar o que produzimos.

Em um cenário cada vez mais acelerado, 2017 parece que já virou passado e começamos a ver tendências para 2018. Na tentativa de descartar o presente se fala muito no que veremos no próximo ano. Nesse sentido, listei minhas cinco apostas para 2018.

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1. Busca pelo neutro
Recentemente finalizei um estudo de um novo projeto e, inconscientemente, abusei de tons claros e neutros. Acredito que essa escolha reflete a época que vivemos, no qual o retorno da leveza é muito valorizado. Atualmente, a simplicidade aponta e direciona a maneira de viver. Na decoração sinto que o retorno dos tons neutros e claros reflete bem essa proposta.

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2. Ambientes com formas suaves
Quem trabalha na área ou mesmo quem está montando a casa já se acostumou com a proliferação de móveis arredondados. Diferente da curva do estilo neoclássico, que é interrompida abruptamente, o que vemos é quase sempre a meia circunferência ou até mesmo a curva suave e contínua. As curvas passam a deixar de ser detalhe para ser parte do desenho do mobiliário. Ela que foi introduzida primeiramente nos móveis rapidamente vai “contaminando” a estrutura e até mesmo a arquitetura dos ambientes. 

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(Foto Casa e Jardim)

3. Abundância de luz natural
Mesmo eu, amante de decorações mais dramáticas e fã de contrastes, tenho me atraído pela leveza e pela beleza da iluminação natural. Por sorte, vivemos em um país onde a luz é abundante a maior parte do ano, o que possibilita a construção de casas e apartamentos com grandes aberturas. O excesso de iluminação reflete também a busca da leveza que é maximizada toda vez que optamos por tons claros. Acredito que iluminação natural abundante não combina com decoração pesada e pede ambientes quase que minimalistas

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4. Decoração menos rígida ou perfeccionista
A beleza do impecável pede um rigor que não combina mais com a época em que vivemos. No próximo ano, vamos ver objetos ou ideias dissonantes dentro de um mesmo ambiente ou mesmo algo aparentemente errado que quebre o perfeccionismo da ambientação. A decoração torna-se mais inusitada e essa fuga do equilíbrio perfeito traz novamente leveza e descontração. O imperfeito, o diferente, o desgastado, o usado e o estranho passam a aparecer na decoração com frequência.

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5. Cinza rosado na decoração
Sim, este ano já tivemos rosa dos mais claros até os terrosos, mas ainda assim o cinza rosado, cor suave e aconchegante, é uma das maiores apostas para o próximo ano. Pode parecer uma ideia exagerada basear a decoração pela cor do ano já que a maior qualidade de um projeto como foi dito, ao meu ver, é ser atemporal. Ainda assim, mesmo eu que não sou afeito a projetar baseado em tendências, inconscientemente, acabo também optando por cores que estão em alta, seja na arte, na moda ou mesmo no meu universo de trabalho. Acredito que os verdes e azuis, principalmente os suaves, ainda tem bastante espaço como também acredito que veremos o mostarda e até o amarelo, mas este também mais leve ou acinzentado.

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