• Por Ana Sachs
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Os bailes são um evento importante em Bridgerton, onde grandes acontecimentos da história se passam (Foto: Netflix / Divulgação)

Os bailes são um evento importante em Bridgerton, onde grandes acontecimentos da história se passam (Foto: Netflix / Divulgação)

Sucesso da Netflix na primeira temporada, a série de época Bridgerton estreia a sua segunda parte repleta de cenas coloridas e exuberantes. Em entrevista exclusiva à Casa e Jardim, o diretor de arte Will Hughes-Jones conta que os desafios para a nova temporada foram ainda maiores. “O sucesso criou uma situação, especialmente para mim e para a minha equipe, de algo que considero uma ‘síndrome do segundo álbum’: quando você fez o seu melhor trabalho e tem que fazer melhor do que o melhor”, brinca.

Áreas externas também foram protagonistas nesta segunda temporada de Bridgerton (Foto: Netflix / Divulgação)

Áreas externas também foram protagonistas nesta segunda temporada de Bridgerton (Foto: Netflix / Divulgação)

Para uma série que se passa na Inglaterra da Era Regencial, por volta do século 19, superar esses desafios se mostrou ainda maior. A direção de arte seguiu o caminho do meio, respeitando algumas referências históricas, mas, ao mesmo tempo, acrescentando detalhes que a tornassem única – algo parecido com o que foi feito no longa Maria Antonieta, de Sofia Coppola, lançado em 2007.

“Não somos historicamente precisos, fazemos uma imitação do período com algumas liberdades. É uma festa para os olhos quando estamos projetando os cenários, porque olhamos para o que normalmente faríamos e depois adicionamos mais três camadas”, explica Hughes-Jones.

Demarcar o território das irmãs Sharma foi um desafio, já que as personagens não têm casa própria (Foto: Netflix / Divulgação)

Demarcar o território das irmãs Sharma foi um desafio, já que as personagens não têm casa própria (Foto: Netflix / Divulgação)

O resultado dessa mistura de ideias novas com a realidade da época rendeu um "mundo mágico", que salta aos olhos do expectador. Ele veio ainda mais marcante e colorido nesta segunda temporada. “As paletas de cores nesta série são muito vibrantes, coloridas e ricas em detalhes. É o sonho de qualquer designer, estamos parecendo crianças em uma loja de doces”, alegra-se o diretor de arte.

As cores dos ambientes são fundamentais para distinguir as diferentes casas das famílias da trama (Foto: Netflix / Divulgação)

As cores dos ambientes são fundamentais para distinguir as diferentes casas das famílias da trama (Foto: Netflix / Divulgação)

As cores em cada espaço desempenham um papel muito importante em Bridgerton. Como os detalhes são muito semelhantes em todas as casas, as diferentes tonalidades foram a forma que a direção encontrou de separar os espaços de cada família da trama e também da residência real.

“Tomamos essa decisão no começo da primeira temporada e, com isso, criamos paletas de cores para os Bridgerton, os Featherington e a rainha Carlota. Nesta temporada, expandimos a casa de Lady Danbury. Ela tem muito mais padrões florais e de pássaros”, conta.

Outra novidade desta temporada foi a inclusão de Aubrey Hall, lar ancestral da família Bridgerton, na trama (Foto: Netflix / Divulgação)

Outra novidade desta temporada foi a inclusão de Aubrey Hall, lar ancestral da família Bridgerton, na trama (Foto: Netflix / Divulgação)

Demarcar o território das irmãs indianas Kate Sharma (Simone Ashley) e Edwina Sharma (Charithra Chandran), que desembarcam na série nesta segunda parte e disputarão o coração do visconde Lord Anthony Bridgerton (Jonathan Beiley), foi um desafio para a equipe de arte, já que as personagens não têm casa própria.

“Elas estão morando na casa de Lady Danbury. Então, criamos um espaço complementar para as irmãs. Lady Danbury, sendo uma personagem tão forte, permitiu-nos fazer sua casa bem peculiar, mas a paleta de cores lá foi cuidadosamente escolhida para complementar as Sharma também”, diz Hugh-Jones.

O colorido aparece desde o figurino e cenários, até a decoração de apoio das cenas (Foto:  )

O colorido aparece desde o figurino e os cenários, até a decoração de apoio das cenas (Foto: Netflix / Divulgação)

A cenografia também quis reforçar nesta segunda parte da série as festas e os encontros dos personagens, privilegiando as cenas ao ar livre. Esses eventos se tornaram elementos-chave da trama. “Sempre se falava muito sobre como fazer uma grande reunião de pessoas, mas não um baile. Esse foi o elemento mais divertido desta temporada para mim e para minha equipe: montar grandes eventos,  como um dia nas Corridas Reais”, relata.

Desde a primeira temporada, a residência real vem repleta de vermelho e dourado para se diferenciar (Foto: Netflix / Divulgação)

Desde a primeira temporada, a residência real vem repleta de vermelho e dourado para se diferenciar (Foto: Netflix / Divulgação)

Apesar disso, os bailes continuam sendo um ponto alto em Bridgerton, onde grandes acontecimentos da história se passam – foi em uma dessas festas que Daphne Bridgerton (Phoebe Dynevor) conheceu Simon Basset (Regé-Jean Page) na primeira temporada. “Estamos sempre tentando nos superar. Criamos alguns espaços absolutamente mágicos para as cenas de baile nesta temporada”, revela o Hughes-Jones.

Junto ao coreógrafo Jack Murphy, o diretor de arte imaginou e criou espaços mais amplos, em que os personagens pudessem se mover de maneira mais fluída. “Tivemos bailes circulares, bailes onde os músicos estavam sentados no meio do salão e os normais”, diz. Todos eles montados de forma única, com decoradores, floristas e fabricantes de acessórios unidos para criar os elementos necessários para torná-lo especial.

A direção de arte quis reforçar nesta segunda parte da série as festas e encontros dos personagens (Foto: Netflix / Divulgação)

A direção de arte quis reforçar nesta segunda parte da série as festas e os encontros dos personagens (Foto: Netflix / Divulgação)

Outra novidade desta temporada na parte de cenografia foi a inclusão de Aubrey Hall, lar ancestral da família Bridgerton, na trama. Como a propriedade fica em uma área rural na série, a equipe de arte optou por filmar estas cenas em uma locação e não em estúdio, dada a complexidade de detalhes e a quantidade de cenas com transição interior-exterior.

Figurinos e cenários se combinam para criar uma exuberante paleta de cores na série (Foto: Netflix / Divulgação)

Figurinos e cenários se combinam para criar uma exuberante paleta de cores na série (Foto: Netflix / Divulgação)

Os cenários no campo foram rodados em Wrotham Park, que fica nos arredores de Londres. Para o local, Hugh-Jones criou uma atmosfera mais caseira e campestre, com muita tapeçaria e flores silvestres no lugar das rosas usadas na casa da cidade. “Para a cena do pall mal [jogo ao ar livre com tacos e bolas], uma pessoa da nossa equipe foi ao Museu de Londres pesquisar o jogo, e as regras são bem vagas. Então decidimos que os Bridgerton jogariam uma versão própria”, revela ele. Como tudo na série, que cria o seu próprio mundo romântico e inovador com um quê de história.

Os cenários trazem referências históricas, mas ao mesmo tempo acrescentam detalhes que tornam a série única (Foto: Netflix / Divulgação)

Os cenários trazem referências históricas, mas, ao mesmo tempo, acrescentam detalhes que tornam a série única (Foto: Netflix / Divulgação)

A segunda parte de Bridgerton estreou em 25 de março na Netflix e traz oito episódios de 1 hora cada. Da produtora Shondaland e do roteirista Chris Van Dunsen, a série indicada ao Emmy é baseada nos best-sellers da escritora americana Julia Quinn.

A segunda parte acompanha a busca de Lord Anthony Bridgerton pela esposa ideal, enquanto Penelope (Nicola Coughlan) continua a revelar segredos dos personagens em folhetins anônimos, causando alvoroço na trama.

Os interiores da família Featherington, assim como as demais casas, ganharam cores únicas para se diferenciarem (Foto: Netflix / Divulgação)

Os interiores da família Featherington, assim como as demais casas, ganharam cores únicas para se diferenciarem (Foto: Netflix / Divulgação)