• Por Redação Casa e Jardim
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Perspectiva aérea do memorial (Foto: Gustavo Penna Arquiteto e Associados / Divulgação)

Perspectiva aérea do memorial (Foto: Gustavo Penna Arquiteto e Associados / Divulgação)

O escritório Gustavo Penna Arquiteto & Associados foi o escolhido, através de um concurso, para projetar o memorial em homenagem às vítimas do rompimento da Barragem I em Brumadinho, Minas Gerais. Com a execução já em andamento, o espaço deve ser inaugurado em 2023. Os criadores buscam desenvolver um ambiente de pertencimento, identificação e interesse coletivo, para evidenciar a importância da preservação da memória de quem teve a vida subitamente interrompida pelo acidente.

O projeto envolveu a participação de toda a comunidade dos arredores da barragem, buscando realmente criar um espaço de convivência, acolhedor e que valorizasse a sensibilidade da experiência. Duzentos e setenta e dois ipês amarelos serão plantados no local, uma árvore em memória para cada uma das vítimas da tragédia de 2019, criando, junto com a vegetação local, uma atmosfera de reflexão e de superação. 

O caminho foi escavado na encosta (Foto: Gustavo Penna Arquiteto e Associados / Divulgação)

O caminho foi escavado na encosta (Foto: Gustavo Penna Arquiteto e Associados / Divulgação)

O pavilhão possuirá uma arquitetura retorcida e fragmentada, refletindo a poética esperada para o memorial. Há também um espaço escuro com pontos luminosos no teto. O contraste entre luz e sombra simboliza o dia que não amanheceu. Todo dia 25 de janeiro, exatamente às 12h28 – horário em que ocorreu o acidente – um facho de luz cortará o ar e iluminará uma drusa de cristais, em referência à "luz que não veio" em meio à tragédia.

O prédio ainda abrigará um grande salão aberto, um espaço meditativo/contemplativo, uma cafeteria, além das estruturas de administração e banheiros. Serão áreas reservadas, mas com vista para as árvores. Dali, o visitante será conduzido por um percurso desenhado no terreno

A morfologia de trincheira estimula a introspecção, pois uma vez que se entra nele o único horizonte visível é o enquadramento ao final. (Foto: Gustavo Penna Arquiteto e Associados / Divulgação)

A morfologia de trincheira estimula a introspecção, pois uma vez que se entra nele o único horizonte visível é o enquadramento ao final (Foto: Gustavo Penna Arquiteto e Associados / Divulgação)

A arquitetura estreita estimula a introspecção e traz, nas paredes laterais, os nomes de cada uma das pessoas que se foram, escritas com uma tipografia única criada pelo type designer Daniel Sabino.

No Espaço de Memórias, as paredes na diagonal, o teto e o piso serão suporte para projeções de vídeos, fotos e textos. Na saída do túnel, uma escultura suspensa causará impacto. No mirante, ao final do percurso, projeta-se a paisagem do vale tingido pela lama.

A  água cria um véu sobre as paredes de concreto, atrás das quais estão os segmentos remanescentes das vítimas. Daí a água é direcionada por dois filetes laterais, que são conduzidos pelo restante do percurso até o mirante suspenso, em sua extremidade, onde formam uma superfície d’água que desemboca em um lago. (Foto: Gustavo Penna Arquiteto e Associados / Divulgação)

Na escultura, a água cria um véu sobre as paredes de concreto, atrás das quais estão os segmentos remanescentes das vítimas. Daí, a água é direcionada por dois filetes laterais, que são conduzidos pelo restante do percurso até o mirante suspenso, em sua extremidade, onde formam uma superfície d’água que desemboca em um lago (Foto: Gustavo Penna Arquiteto e Associados / Divulgação)