O documento descreve a evolução do setor sucroenergético brasileiro desde o boom do etanol entre 2003-2011 até a estagnação após 2011, com fechamento de usinas, alto endividamento e baixo crescimento da cana-de-açúcar. Detalha os resultados financeiros e operacionais das empresas do setor e analisa como a gestão eficiente do caixa, endividamento e investimento agrícola são fundamentais para a sustentabilidade do negócio. A terra mostrou-se o principal ativo de geração de valor do setor.
1) A produção de etanol nos EUA tem aumentado a demanda por milho e pressionado os preços para cima.
2) Isso tem impactado os custos de ração no Brasil através da alta dos preços de milho e soja.
3) Porém, a produção de subprodutos como o DDG pode ajudar a reduzir os custos com farelos protéicos.
Palestra - A reconstrução do agronegócio do Brasil - Roberto Rodrigues24x7 COMUNICAÇÃO
O documento discute a reconstrução do agronegócio no Brasil. Ele aborda: 1) as projeções de aumento da produção global de alimentos e a liderança do Brasil nesse aumento; 2) a importância da tecnologia e da gestão no campo para aumentar a produtividade de forma sustentável; 3) a necessidade de organização do setor e articulação entre instituições; 4) o papel das políticas públicas de infraestrutura, crédito rural, seguro rural e comércio exterior para apoiar o agronegócio.
O relatório do USDA elevou as projeções de produção de soja e milho nos EUA para a safra 2020/2021. A estimativa de soja subiu para 120,4 milhões de toneladas e a de milho para 388,08 milhões de toneladas. Além disso, o relatório projetou aumentos nas exportações de ambos os grãos. Apesar das projeções, os futuros de soja e milho fecharam em alta na Bolsa de Chicago.
O documento resume as discussões da 113a Sessão do Conselho Internacional do Café da OIC em Londres. Os principais pontos abordados incluem: (1) a prorrogação do prazo para ratificação do AIC 2007; (2) a previsão de déficit na oferta global de café devido à seca no Brasil; e (3) os impactos da ferrugem do café na América Latina.
A Libero Commodities Holdings firmou uma parceria com a cooperativa brasileira Minasul para garantir suprimentos regulares de café. A Minasul receberá participação na Libero e venderá café diretamente para a trading, além de receber parte dos lucros com a venda de café e algodão. A parceria garante suprimentos para a Libero e melhora o acesso da Minasul ao mercado internacional.
O documento analisa as tendências da produção de arroz e soja no Brasil e no Rio Grande do Sul. A área plantada com arroz vem caindo nos últimos 20 anos, enquanto a área de soja vem aumentando. No Rio Grande do Sul, a área de arroz diminuiu 17% na última década, enquanto a área de soja cresceu, especialmente na metade sul do estado. A expansão da soja pode trazer oportunidades para compensar a queda do arroz.
1) O documento discute a indústria química brasileira, com foco no setor de fertilizantes.
2) O setor de fertilizantes é estratégico para o Brasil devido à sua importância para aumentar a produtividade agrícola, porém a produção interna tem sido insuficiente e o país depende muito de importações.
3) Há oportunidades para investimentos no setor de fertilizantes no Brasil visando reduzir a dependência externa, porém desafios relacionados a infraestrutura, regulament
O documento resume as principais notícias da semana sobre o setor cafeeiro brasileiro, incluindo a liberação de mais R$ 363 milhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira, os efeitos da seca no sul de Minas Gerais e a autorização do uso de um inseticida para combater a broca-do-café.
O documento discute a primeira edição do Prêmio Café Brasil de Jornalismo, lançado para promover reportagens sobre a importância das cooperativas na sustentabilidade da cafeicultura brasileira. O prêmio, no valor de R$90 mil, será concedido em quatro categorias. O documento também fornece detalhes sobre as inscrições e prazos.
O documento discute o crescimento da produção e exportação de soja no Brasil, bem como o aumento da capacidade de produção de biodiesel. A soja continua sendo a principal matéria-prima para a produção de biodiesel no país, e há expectativa de que a demanda por agrocombustíveis brasileiros cresça com a abertura de novos mercados externos e o aumento da mistura obrigatória de biodiesel no diesel. No entanto, o avanço da soja e do biodiesel também traz preocupações socioambientais.
eco aula 3 - TEORIA DA DEMANDA DO CONSUMIDOR E FUNCIONAMENTO DE MERCADOCarol Castro
O documento discute a teoria da demanda do consumidor e o funcionamento de mercado, além de noticiar sobre a safra norte-americana de milho e soja para a temporada 2014/2015, preços da soja na Bolsa de Chicago e os impactos do clima atípico no mercado de gado no Brasil.
A revista discute os impactos da crise financeira no setor sucroalcooleiro, com entrevista com diretor de usina sobre perspectivas para a bioeletricidade. Também aborda colheita mecanizada de cana, eventos da Copercana e Canaoeste, e aquisição da Monsanto de empresas de melhoramento genético.
Painel 4 - Mercado de capitais e os instrumentos de financiamento para o agro...24x7 COMUNICAÇÃO
Fábio Dutra, diretor Comercial e de Desenvolvimento de Mercado da BM&FBOVESPA, apresenta a estrutura da empresa para dar suporte nas operações de crédito e financiamento para o agronegócio, destacando a relevância do mercado de capitais.
Este documento descreve um dia de campo sobre temas estratégicos para a produção de leite realizado em São João Batista do Glória, MG. O evento teve como objetivo disseminar tecnologias para produtores, técnicos e funcionários melhorarem a eficiência e produtividade da produção leiteira. A programação incluiu palestras sobre realidade da produção leiteira no Brasil, uso de inoculantes em silagem, aumento da produtividade e qualidade do leite.
O documento discute cenários para a matriz energética brasileira entre 2010-2030. Projetou-se que a demanda por energia continuará correlacionada com o crescimento econômico de 4,1% ao ano. A oferta de petróleo atingirá limite em 2030, enquanto gás natural e fontes renováveis como eólica e solar devem expandir suas participações na matriz energética.
O documento é uma edição de abril de 2011 da Revista Canavieiros. Contém uma entrevista com o presidente da Orplana sobre a safra 2010/11, que superou as expectativas iniciais apesar de desafios. A revista também resume a projeção da UNICA para a safra 2011/12 de aumento de 2,11% na moagem e discute as implicações para o setor.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou a edição 2012 do estudo Comércio Exterior da Agropecuária Brasileira: Principais Produtos e Mercados. A publicação foi elaborada pelo Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio (DPI) do Mapa - Canal Rural - RuralBR -
Biocombustíveis: energia do século XXIRafael Nunan
1. O Brasil é reconhecido como uma das principais referências mundiais em biocombustíveis e energia renovável, graças ao seu pioneirismo na produção de etanol a partir da cana-de-açúcar.
2. O programa nacional de biocombustíveis do Brasil começou em 1975 para reduzir a dependência de petróleo importado, e hoje o etanol representa 40% dos combustíveis usados nos veículos leves no país.
3. O Brasil estabeleceu novos recordes na produção de etanol em 2007
Microdistillery Feasibility Study Brazilguest5b121
1) O documento analisa a viabilidade econômica da produção de bioetanol em microdestilarias no Rio Grande do Sul utilizando cana-de-açúcar, batata-doce e sorgo como matérias-primas.
2) Foram simulados três modelos empresariais - cooperativa, associação de produtores e grande propriedade rural - e analisados indicadores econômicos como VPL, TIR e payback para diferentes níveis de financiamento.
3) A alternativa com cana-de-açúcar e
O documento discute a evolução da matriz energética brasileira e o papel crescente do etanol de cana-de-açúcar. Apresenta como as políticas energéticas inconsistentes ao longo das últimas décadas criaram instabilidade, mas destaca que atualmente o etanol consolidou-se como um combustível competitivo e sustentável no Brasil, representando cerca de 18% da matriz.
Balanço Final do Governo Lula - livro 2 (cap. 1)Edinho Silva
O documento descreve as condições da agricultura brasileira no início de 2003, incluindo dívidas elevadas de produtores, juros altos e preços baixos de commodities. Ele também detalha as ações tomadas pelo governo para apoiar o setor agrícola, como renegociação de dívidas, aumento de crédito rural e investimento em pesquisa agrícola. Finalmente, resume os avanços da agricultura brasileira nas últimas décadas, com o crédito rural contribuindo para o crescimento da
A revista Canavieiros de agosto traz uma entrevista com o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que defende a construção de consenso em torno da reforma do Código Florestal. A revista também informa sobre as feiras Fenasucro e Agrocana, que ocorrerão em Sertãozinho, e noticias das cooperativas Copercana, Canaoeste e Cocred.
1. O documento discute a 15a Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, que ocorrerá em São Paulo nos dias 21 e 22 de setembro.
2. Serão homenageadas personalidades que contribuíram para o desenvolvimento do setor sucroenergético brasileiro ao longo das últimas quatro décadas.
3. A conferência reunirá líderes e representantes da cadeia sucroenergética internacional para debater questões de mercado e estratégias para o setor.
A revista traz análises sobre a safra 2015/2016 de cana-de-açúcar no Brasil, que deve ficar entre 694 e 672 milhões de toneladas. Também destaca os desafios do setor sucroenergético e notícias sobre eventos beneficentes do Sistema Copercana.
O artigo discute que a irrigação agrícola, apesar de ser um grande usuário de água, é essencial para a produção de alimentos e geração de empregos no Brasil. A irrigação responsável por apenas 8,3% da área plantada, mas responde por mais de 40% do valor da produção agrícola nacional. Tecnologias modernas permitiram aumentar a eficiência da irrigação em mais de 90%. Leis brasileiras garantem a gestão sustentável dos recursos hídricos, conciliando usos m
Nova edição da Revista de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pec...Rural Pecuária
1. O artigo analisa desafios e propostas para a política agrícola do agronegócio do café no Brasil.
2. Problemas como flutuações de preços, mudanças climáticas e crescimento de outros países no mercado são discutidos.
3. Propostas para atender demandas creditícias, armazenagem da safra, pesquisa de novos produtos e marketing do café são analisadas.
O PLANO SAFRA 2012/2013 PARA A AGRICULTURA FAMILIAR E CAMPONESA AS DESIGUALDA...UFPB
1) O documento discute os Planos Safra 2012/2013 e Agrícola e Pecuário para a agricultura familiar e o agronegócio.
2) Apesar de aumentos nos investimentos, a maior parte dos recursos ainda é destinada ao agronegócio e grandes produtores.
3) Questiona-se se as políticas públicas rurais devem ter foco apenas no crédito individual ou em infraestrutura para as comunidades.
A 23a edição da Fenasucro & Agrocana deve movimentar R$ 2,8 bilhões em negócios e atrair 33 mil visitantes. A feira ocorrerá de 25 a 28 de agosto em Sertãozinho e abordará temas como agricultura, energia, indústria, processos e logística. A IV Conferência Datagro/Ceise Br discutirá perspectivas do mercado de açúcar e etanol e financiamentos para o setor.
O documento discute as ações e perspectivas da Petrobras em energias renováveis. A Petrobras vem investindo em biocombustíveis como etanol e biodiesel, além de energia eólica, solar, biomassa e hidrelétricas. Seu objetivo é aumentar a capacidade instalada de fontes renováveis para 240 MW até 2011.
O editorial discute a queda nos preços da cana e do açúcar, que não cobrem os custos de produção. A reportagem de capa traz projeções de produtividade e análise sobre qualidade da cana e preços. A entrevista é com o secretário estadual de Agricultura sobre medidas para minimizar a crise no setor canavieiro.
O entrevistado discute os principais problemas enfrentados pelo setor sucroalcooleiro brasileiro, apontando a necessidade de uma postura mais agressiva por parte dos produtores. Ele destaca três fatores: o alto custo de produção do excedente de álcool não comercializado, a falta de aproximação com o consumidor e as margens de comercialização pressionadas pelos impostos e controle de preços. O estudo realizado visa entender as raízes da crise atual para estimular um debate sobre soluções que consolidem o etanol como combust
1) O documento discute a crise atual na produção de etanol no Brasil, citando fatores como aumento de custos, perdas de cana-de-açúcar devido ao clima, e diminuição da competitividade do etanol em relação à gasolina.
2) A crise afeta principalmente as indústrias e produtores de cana-de-açúcar, que são mais dependentes das flutuações de preço do etanol.
3) Fatores que potencializam crises no setor incluem dependência entre elos da cade
Oferecer soluções em recursos, produtos e serviços para o setor sucroalcooleiro e bioenergético, com agilidade, simplicidade e flexibilidade, preservando um relacionamento marcado pela confiança e transparência, minimizando riscos, garantindo a integridade do negócio, gerando lucros e benefícios aos acionistas, clientes, fornecedores, colaboradores, comunidade e meio-ambiente.
A empresa oferece soluções para o setor sucroalcooleiro e bioenergético com foco em parcerias de confiança e transparência para gerar lucros para todas as partes interessadas de forma sustentável. A missão é baseada em ajudar uns aos outros e a visão é de encantar os clientes diariamente. Os valores incluem responsabilidade social e preservação ambiental.
Este documento apresenta o Plano Nacional de Agroenergia do Ministério da Agricultura para 2006-2011, com o objetivo de organizar e desenvolver a pesquisa, produção e uso de biocombustíveis de forma sustentável e competitiva. O plano estabelece parcerias entre instituições públicas e privadas para a pesquisa em agroenergia e cria a nova unidade Embrapa Agroenergia para liderar esses esforços. Além disso, define ações para promover as exportações brasileiras de biocombustíveis no merc
Projeções para o Agronegócio Brasileiro - Fiesp AgroTalento
Confira na íntegra as projeções para o agronegócio brasileiro, realizadas pela Fiesp em parceria com a MB Agro, de algumas das principais commodities agropecuárias produzidas no Brasil.
A ADEQUAÇÃO À LGPD DA UNIVERSIDADE UNIVAZADA: UM ESTUDO DE CASO FICTÍCIO DE U...Paulo Emerson Pereira
A ADEQUAÇÃO À LGPD DA UNIVERSIDADE UNIVAZADA: UM ESTUDO DE CASO FICTÍCIO DE Estudo de caso apresenta ao Projeto Integrado Multidisciplinar, Pós-Graduação em Data Protection Officer (LGPD/GDPR) como requisito parcial para obtenção do título de Pós-Graduado(a) em Data Protection Officer (LGPD/GDPR)
Orientador: Professor Dr. Davis Souza Alves
Veronica Daniel Dantas Opportunity Recebe 5 Premios Ademi.pdfVeronica Dantas
A Opportunity, liderada por Veronica Valente Dantas, recebeu cinco prêmios Ademi, destacando-se no setor imobiliário. A premiação reconheceu a excelência em inovação, sustentabilidade e qualidade dos projetos desenvolvidos pela empresa. Veronica Valente Dantas, com sua visão estratégica e liderança, foi fundamental para alcançar esses resultados. A cerimônia de premiação celebrou o compromisso da Opportunity em entregar projetos de alto padrão, contribuindo para o desenvolvimento urbano e a valorização do mercado imobiliário. Esses prêmios reforçam a posição da Opportunity como uma referência no setor, impulsionada pela dedicação e expertise de Veronica Valente Dantas e sua equipe. https://www.absoluterio.com.br/post/opportunity-recebe-5-premios-ademi
Estudo de caso apresenta ao Projeto Integrado Multidisciplinar - TCCPaulo Emerson Pereira
Estudo de caso apresenta ao Projeto Integrado Multidisciplinar, Pós-Graduação em Data Protection Officer (LGPD/GDPR) como requisito parcial para obtenção do título de Pós-Graduado(a) em Data Protection Officer (LGPD/GDPR)
Orientador: Professor Dr. Davis Souza Alves
2. ISSN 1413-4969
Publicação Trimestral
Ano XXVI – No
1
Jan./Fev./Mar. 2017
Brasília, DF
Sumário
Carta da Agricultura
O desafio da Carne Fraca e o mercado mundial................3
Blairo Maggi
A evolução do leite no Brasil em cinco décadas................5
Duarte Vilela / João Cesar de Resende / José Bellini Leite / Eliseu Alves
Políticas públicas: prestação de contas dos atores...........25
Marlene de Araújo / Rosaura Gazzola
A relação entre a demanda de
máquinas agrícolas e a política agrícola..........................38
Luis Gustavo Baricelo / Carlos Eduardo de Freitas Vian
Avaliação financeira do setor
sucroenergético depois do boom.....................................49
Felipe Cardoso Oliva
Participação da agricultura familiar
no Programa Nacional de Biodiesel................................65
Felipe Deodato da Silva e Silva / Dirceu Grasel / Frédéric Mertens
Análise do mercado de feijão comum.............................81
Elenice da Silva Moraes / Almir Silveira Menelau
Barreiras à adoção do sistema ILPF em Goiás..................93
Gabriella Agapito Tomaz / Alcido Elenor Wander
O cluster de cana-de-açúcar de Goianésia....................101
Jhon Sebastian Castiblanco Riveros / Alcido Elenor Wander /
Cleonice Borges de Souza /Bento Alves da Costa Filho
Uma viagem pelas regiões e estados
guiada pelo Censo Agropecuário 2006.......................... 113
Eliseu Alves / Geraldo da Silva e Souza / Renner Marra
Ponto de Vista
Escolhas estratégicas para o agronegócio brasileiro.......151
Maurício Antônio Lopes
Conselho editorial
Eliseu Alves (Presidente)
Embrapa
Elísio Contini
Embrapa
Biramar Nunes de Lima
Consultor independente
Carlos Augusto Mattos Santana
Embrapa
Antonio Flavio Dias Avila
Embrapa
Alcido Elenor Wander
Embrapa
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Mapa
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Consultor independente
Secretaria-Geral
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Coordenadoria editorial
Wesley José da Rocha
Foto da capa
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Embrapa Informação Tecnológica
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Wesley José da Rocha
Revisão de texto
Wesley José da Rocha
Normalização bibliográfica
Márcia Maria de Souza
Projeto gráfico,
editoração eletrônica e capa
Carlos Eduardo Felice Barbeiro
Impressão e acabamento
Embrapa Informação Tecnológica
3. Interessados em receber esta revista, comunicar-se com:
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Secretaria de Política Agrícola
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andar
70043-900 Brasília, DF
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Fax: (61) 3224-8414
www.agricultura.gov.br
spa@agricultura.gov.br
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Informação Tecnológica
Parque Estação Biológica (PqEB)
Av. W3 Norte (final)
70770-901 Brasília, DF
Fone: (61) 3448-2418
Fax: (61) 3448-2494
Wesley José da Rocha
wesley.jose@embrapa.br
Esta revista é uma publicação trimestral da Secretaria de
Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, com a colaboração técnica da Secretaria
de Gestão Estratégica da Embrapa e da Conab, dirigida a
técnicos, empresários, pesquisadores que trabalham com o
complexo agroindustrial e a quem busca informações sobre
política agrícola.
É permitida a citação de artigos e dados desta revista,
desde que seja mencionada a fonte. As matérias assinadas
não refletem, necessariamente, a opinião do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
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publicação, no todo ou em parte, desde que para fins não comerciais
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Embrapa Informação Tecnológica
Revista de política agrícola. – Ano 1, n. 1 (fev. 1992) - . – Brasília, DF :
Secretaria Nacional de Política Agrícola, Companhia Nacional de
Abastecimento, 1992-
v. ; 27 cm.
Trimestral. Bimestral: 1992-1993.
Editores: Secretaria de PolíticaAgrícola do Ministério daAgricultura,
Pecuária e Abastecimento, 2004- .
Disponível também em World Wide Web: <www.agricultura.gov.br>
<www.embrapa.br>
ISSN 1413-4969
1. Política agrícola. I. Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento. Secretaria de Política Agrícola. II. Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
CDD 338.18 (21 ed.)
4. Ano XXVI – No
1 – Jan./Fev./Mar. 2017 49
Resumo – O setor sucroenergético brasileiro foi da euforia de 2003–2011, período conhecido como
boom do etanol, com a safra brasileira de cana-de-açúcar dobrando de tamanho em apenas oito
anos, à estagnação depois de 2011, com fechamento líquido de usinas, alto endividamento e pe-
quena taxa de crescimento do canavial. O pífio crescimento foi resultado de um ambiente macroe-
conômico adverso, do câmbio sobrevalorizado, da restrição de crédito decorrente da crise do sub-
prime e da concorrência da gasolina importada subsidiada pela Petrobras. Mas houve crescimento
de unidades que absorveram o canavial de usinas liquidadas. Destacaram-se então as decisões
estratégicas das empresas que levaram a esse processo de consolidação a criação/destruição de
valor que seguiu à abertura de capital e emiss��o de bonds. Detalhando os resultados financeiros e
operacionais obtidos com na produção de cana, açúcar, etanol, energia elétrica, empreendimentos
imobiliários e valorização das terras agrícolas, a sustentabilidade do negócio sucroenergético passa
por uma gestão eficiente do caixa e do endividamento – é fundamental também o investimento
agrícola que busca a redução do custo de produção e a industrialização com a geração de mais
produtos de maior valor agregado, como cogeração de energia elétrica, RNA e uso da palha. A ter-
ra se mostrou o principal ativo de geração de valor das usinas, com ganhos dos empreendimentos
imobiliários e da valorização agrícola, criando um ciclo virtuoso no setor sucroalcooleiro, aumento
da renda das cidades do interior e valorização patrimonial.
Palavras-chave: agronegócio, contabilidade financeira, economia agrícola, finanças.
Financial evaluation of the sugar-energy industry after the boom
Abstract – The Brazilian Sugar-energy industry went from the euphoria of 2003-2011, a period known
as the “Ethanol Boom”, in which the Brazilian sugarcane crop doubled in size in just 8 years. To the
stagnation post 2011, with liquid closure of plants, a high indebtedness, and a small rate of growth
of sugar cane crop. The small growth is the result of an adverse macroeconomic environment, with
appreciated exchange rate, Credit restriction after subprime crisis, and competition with imported sub-
sidized gasoline by Petrobras. But also reveals that there has been a scaling up of some units, which
have absorbed the canefield of liquidated mills. It was then highlighted the strategic decisions of the
companies that led to this consolidation process, the creation / destruction of value that followed the
IPO, and the issuance of bonds. Detailing the financial and operational results obtained in the produc-
tion of sugarcane, sugar, ethanol, electricity, real estate projects and valorization of agricultural land.
Avaliação financeira do
setor sucroenergético
depois do boom1,2
1
Original recebido em 24/1/2017 e aprovado em 17/2/2017.
2
Artigo apresentado para conclusão do MBA USP de Economia, Investimentos e Setor Financeiro.
3
Economista, analista financeiro da Jottapar, holding do grupo São Martinho. Email: fco@jottapar.com.br
Felipe Cardoso Oliva3
5. Ano XXVI – No
1 – Jan./Fev./Mar. 201750
The sustainability of the Sugar-energy industry depends on efficient cash and debt management, as
well as the agricultural investment aimed at reducing the cost of production, and industrialization with
the generation of more products, with higher added value, from the same input, as the cogeneration of
electric energy, RNA, use of straw, etc. The land was the main asset of value generation, with gains in
real estate projects and agricultural valorization, creating a virtuous cycle between investment in the
sugar and alcohol sector, increase of the income of inner cities, and equity valuation.
Keywords: agribusiness, financial accounting, agricultural economy, finance.
Introdução
Depois da entrada em vigor do Protocolo
de Kyoto, em 2005, o setor sucroalcooleiro bra-
sileiro ganhou enorme exposição mundial por
causa de sua produção de etanol, biocombustí-
vel tropical, sustentável e renovável.
Oliva e Miranda (2008) mostraram a
evolução das negociações multilaterais na
Organização Mundial do Comércio (OMC)
para transformar o etanol em uma commodity
ambiental internacional. Mesmo sendo reco-
nhecido pela maioria dos países como produto
benéfico ao meio ambiente, o etanol brasileiro
encontrava dificuldade na hora de negociar uma
desgravação tarifária multilateral para incentivar
o mercado, pois esses países recuavam.
O etanol brasileiro é um combustível efi-
ciente do ponto de vista energético e ambiental.
Segundo Leite e Cortez (2008), para cada unida-
de de energia gasta na produção do etanol, são
geradas de 8,2 a 10,5 unidades de energia. O
etanol feito nos EUA, de milho, possui razão de
produção de energia entre 1,0 e 1,4 unidades.
Além disso, por ser uma tecnologia economi-
camente viável, a produção de etanol chamou
a atenção de investidores. Criado em 1975 via
Proálcool, o etanol é distribuído em todos os
postos de combustíveis do Brasil.
A reunião dessas características ambientais
e econômicas foi potencializada pela preocupa-
ção internacional com o aquecimento global.
Criou-se então uma corrida de investidores,
petroleiras, tradings nacionais e internacionais,
entidades públicas e privadas, de capital aberto
e fechado, ou seja, um grande fluxo de investi-
mentos para a construção de usinas e compra de
terras no Brasil.
Esse fluxo ficou conhecido como boom
do etanol, com seu epicentro em 2005–2007.
A Figura 1 mostra o período de boom do setor
sucroalcooleiro, de 2003 a 2010, com taxa de
crescimento anual (CAGR) de 8,9%, e o ciclo pos-
terior de crise/consolidação, com CAGR de 1,5%.
Até 2005 era característico do setor
sucroalcooleiro ser constituído por grupos
familiares tradicionais, de capital fechado, e
predominantemente nacional. A partir de então
muitas usinas mudaram de mãos, suas unidades
industriais foram vendidas a investidores ou
então buscaram se capitalizar no mercado fi-
nanceiro para a expansão e construção de novos
projetos greenfields.
A abertura de capital ocorreu com a oferta
primária de ações (OPA) da Cosan na Bovespa
em 2005. Em 2007, o grupo brasileiro São
Martinho e o grupo cooperativo francês Tereos
também abriram o capital. Em 2013, a empresa
Biosev, controlada pela trading francesa Louis
Dreyfous, realizou sua OPA.
Depois da expansão de grupos tradicionais
do setor de cana-de-açúcar, vieram gigantes de
outros setores para também participar da produ-
ção do biocombustível:
• Petrobras – investiu de forma minori-
tária nos grupos Tereos em 2010 e São
Martinho em 2011.
• Shell – uniu sua rede de postos de abas-
tecimento à Cosan, fundando a Raízen
em 2011.
• Odebrecht – criou em 2010 a ETH
comprando projetos greenfields e
brownfields no centro-oeste e oeste de
São Paulo.
6. Ano XXVI – No
1 – Jan./Fev./Mar. 2017 51
O CAGR suaviza o efeito da volatilidade dos
retornos periódicos. É particularmente útil para
comparar as taxas de crescimento de diferentes
conjuntos de dados, como o crescimento da
receita de empresas de um mesmo setor:
em que V(t0) é o valor inicial; V(tn) é o valor final;
e tn- t0 é o número de anos.
Números índices compostos
Os números índices compostos revelam a
variação no preço, quantidade, ou valor de um
conjunto de itens. O índice preço do valor da
terra, ou das ações, se relaciona com o preço do
ativo, a partir de uma época base, com o valor
de uma data posterior.
• Bunge – adquiriu e construiu usinas em
Tocantins, Minas Gerais, Goiás e Mato
Grosso do Sul.
Além da abertura via equity, alguns grupos
de usinas no Brasil preferiram captar recursos no
mercado de capitais emitindo bonds no exterior:
• Usina São João (USJ), 2012 – U$ 275
milhões.
• Tonon, 2012 – U$ 230 milhões.
• Aralco, 2013 – US$ 250 milhões.
• Grupo Virgulino Oliveira (GVO), 2014 –
US$ 735 milhões.
Material e métodos
CAGR
O termo Compound Annual Growth Rate
(CAGR) é específico da análise de investimen-
tos, relativo à taxa de progressão geométrica.
Figura 1. Moagem de cana no Brasil.
Fonte: Conab (2016a) e União das Indústrias de Cana de açúcar (2016).
7. Ano XXVI – No
1 – Jan./Fev./Mar. 201752
em que:
t = época a ser comparada.
P = preço do produto ou ativo.
Q = quantidade do produto
(vb) = ponto de partida inicial, didaticamente
100, ou 1,00.
Coeficiente de correlação de Pearson
Esse coeficiente mede o grau da corre-
lação entre duas variáveis de escala métrica.
Normalmente representado por ρ, assume ape-
nas valores de -1 até 1.
• ρ = 1 significa uma correlação positiva
perfeita entre as duas variáveis.
• ρ = -1 significa uma correlação negativa
perfeita entre as duas variáveis, isto é, se
uma aumenta, a outra sempre diminui.
• ρ = 0 significa que as duas variáveis não
dependem linearmente uma da outra.
Normas contábeis e dados financeiros
No Brasil, o Comitê de Pronunciamentos
Contábeis (CPC) é o órgão responsável por com-
patibilizar as normas do International Financial
Reporting Standards (IFRS) com a realidade
Brasileira. Ele prepara e divulga documentos
sobre procedimentos contábeis e a convergência
da contabilidade brasileira ao padrão interna-
cional. Os dados contábeis das empresas são
oriundos das apresentações de resultados e
demonstrações financeiras trimestrais das em-
presas, consolidados por ano safra e disponíveis
nas páginas de relações com os investidores.
Destruição de valor
Crises externas/macroeconômica
Depois do boom do etanol, a economia
brasileira e seu ambiente regulatório em muitos
momentos foram hostis ao setor sucroenergético
– casos do represamento dos preços da gasolina
pela Petrobras de 2011 a 2014 e da sobrevalori-
zação cambial de 3,95 BRL/USD em 2002 para
1,55 BRL/USD em 2011, que prejudicou a com-
petitividade das exportações de açúcar e etanol.
As Figuras 2 e 3 mostram a defasagem dos
preços da gasolina, particularmente no período
de 2011 a 2014, com a importação de gasolina
e sua venda no mercado interno a preços bai-
xos. Esse subsídio provocou graves distorções
no mercado de etanol, já que o teto do preço
do etanol hidratado é a paridade de 70% do
preço da gasolina C na bomba de combustível.
A importação pela Petrobras de gasolina e diesel
e venda no mercado interno com preço subsi-
diado resultou numa perda acumulada de caixa
da estatal – de agosto de 2007 a agosto de 2016
– de R$ 13 bilhões.
Nota-se também que nos períodos em que
a importação de combustíveis fósseis era defici-
tária, a estatal absorvia a totalidade dos prejuí-
zos. Já no período atual (2016), em que existe
um prêmio no preço dos combustíveis, outras
empresas entraram na importação, revendendo
internamente a preços mais vantajosos e assim
canibalizando o Market-share da Petrobras.
Crises internas/microeconômica
Com o ambiente macroeconômico de-
safiador, muitas empresas falharam em seus
processos internos e em atos inerentes à própria
gestão:
• Má avaliação dos ativos – investidores
pagaram caro por participações em
empresas, com um valuation excessi-
vamente otimista, replicando para o
futuro as taxas de crescimento e os altos
preços do período de boom.
• Exposição cambial desprotegida – mui-
tas empresas decidiram captar recursos
no exterior aproveitando o excesso de
liquidez internacional e taxas de juros
reduzidas em relação às praticadas no
Brasil. A estratégia, que parecia “barata”
8. Ano XXVI – No
1 – Jan./Fev./Mar. 2017 53
Figura 2. Defasagem de preços e resultado líquido da importação de gasolina pela Petrobras.
Fonte: Agência Nacional de Petróleo (2016), Energy Information Administration (2016) e Petrobras (2016).
Figura 3. Defasagem de preços e resultado líquido da importação de óleo diesel pela Petrobras.
Fonte: Agência Nacional de Petróleo (2016), Energy Information Administration (2016) e Petrobras (2016).
9. Ano XXVI – No
1 – Jan./Fev./Mar. 201754
no período de valorização cambial,
mostrou-se inviável quando o câmbio se
desvalorizou.
• Manejo do canavial e dificuldade de
mensuração do valor justo do ativo
biológico – um dos principais ativos de
uma usina é o canavial, que representa
cerca de 20% do ativo total e grande
fatia de seu patrimônio líquido. A cana,
por permitir cinco ou seis cortes, tem
nas soqueiras um importante ativo. Mas
requer elevado investimento, e o ma-
nejo inadequado, como a redução da
adubação, aumentará o faturamento no
curto prazo mas vai canibalizar a pro-
dutividade futura. Além disso, a própria
mensuração contábil dos canaviais está
sujeita a arbitrariedades dos gestores,
como “determinar” o preço futuro do
açúcar total recuperável (ATR) e a pro-
dutividade do canavial.
• Negligência do tempo de maturação
dos projetos e descasamento entre
a oferta agrícola e a capacidade in-
dustrial – foi um dos principais erros
de grandes grupos que privilegiaram a
expansão pela compra de capacidade
instalada de moagem, sem garantir a
oferta de cana subsequente. Em um se-
tor com custo fixo elevado, a ociosidade
industrial mói o caixa das usinas.
• Risco de crédito e alta alavancagem
financeira – em um setor de commodi-
ties, naturalmente cíclico, alguns grupos
adotaram uma elevada alavancagem
financeira para financiar a expansão
durante o período de boom, mas não
se prepararam para o ciclo de baixa, e
sua liquidez foi cortada por bancos de
investimento e outros credores.
Exposição cambial e correlação
entre o açúcar e o real
Além do ambiente adverso para o etanol,
pela concorrência com a gasolina subsidiada,
algumas usinas apostaram em emitir dívida
dolarizada, buscando menor taxa de juros. A
lógica era esta: como as exportações de açúcar
representam de 40% a 50% da receita líquida
das usinas, estas poderiam se endividar em dó-
lares no mesmo montante, pois as exportações
dolarizadas de açúcar e etanol seriam um hedge
natural contra suas dívidas em dólares.
No entanto, o Brasil é o maior produtor e
exportador mundial de açúcar, o produtor mar-
ginal de açúcar com menor custo de produção
e possui margem de flexibilidade para converter
etanol em açúcar conforme a rentabilidade dos
produtos. Assim, a formação do preço do açúcar
é em grande parte explicado pela própria varia-
ção da taxa de câmbio brasileira.
A Tabela 1 mostra as correlações entre a
cotação do açúcar na bolsa de Nova Iorque (ICE
Futures), o câmbio brasileiro e o etanol hidratado
e anidro (Esalq). Para cada 1% de desvaloriza-
ção cambial, as dívidas em dólares das usinas
aumentaram 1%, enquanto a receita com expor-
tação de açúcar aumentou apenas 0,35%.
Tabela 1. Correlação em oito anos (2008–2016)
entre câmbio, açúcar NY, hidratado e anidro.
Câmbio
Açúcar
NY
Hidratado
Esalq
Anidro
Esalq
Câmbio 1,00 -0,65 -0,49 -0,48
Açúcar
NY
-0,65 1,00 0,77 0,69
Hidratado
Esalq
-0,49 0,77 1,00 0,96
Anidro
Esalq
-0,48 0,69 0,96 1,00
Fonte: Escola Superior deAgricultura “Luiz De Queiroz” (2016), Ice Futures
(2016) e Investing.com (2016).
A Tabela 2 simula a exposição cambial de
uma usina de açúcar e álcool cuja exportação
representa de 50% a 80% de sua receita total e
o hedge natural fornecido pelas exportações em
relação à receita.
10. Ano XXVI – No
1 – Jan./Fev./Mar. 2017 55
Tabela 2. Simulação cambial de uma usina de açúcar e álcool cuja exportação representa de 50% a 80%
de sua receita total e hedge cambial natural fornecido pelas exportações.
Exportações
totais/receita
(%)
Exp. açúcar/
receita
(%)
Correlação
cambial
Exp. etanol/
receita
(%)
Correlação
cambial
Hedge natural
da receita
(%)
Receita
exposta
(%)
50 40 0,65 10 0,49 31 69
65 50 0,65 15 0,49 40 60
80 60 0,65 20 0,49 49 51
Fonte: Escola Superior de Agricultura “Luiz De Queiroz” (2016), Ice Futures (2016) e Investing.com (2016).
Tabela 3. Participação dos bonds em relação à receita líquida de usinas brasileiras.
Ano Empresa
Valor
emitido
(US$
milhões)
Câmbio
médio
(R$/USD)
Desv.
câmbio
(3,24)
(%)
Receita
líquida (RL)
na safra
(R$ milhões)
% da RL
comprometida
Valor de
emissão
Valor
atual
Desv.
dos
bonds
(%)
2012 USJ 275 1,95 66 725,75 74 98,77 57,20 -42
2012 Tonon 230 1,95 66 804,50 56 98,74 34,00 -66
2013 Aralco 250 2,16 50 495,00 92 100 3,00 -97
2014 GVO 735 2,36 37 1.471,00 118 100 6,00 -94
Mesmo no caso de 80% da receita ser
oriunda de exportações, a usina teria um hedge
natural garantido pelas exportações de apenas
49%. Dessa forma, as usinas que optaram por
emitir dívida atrelada à moeda estrangeira, acima
de 31%–49% da receita líquida, experimentaram
um descasamento entre a receita operacional e a
despesa financeira de 51% a 69%.
A Tabela 3 mostra a participação dos
bonds em relação à receita líquida das principais
usinas brasileiras que emitiram no período. Para
todas, a exposição em dólares era acima do que
seria coberto pelo hedge natural das exporta-
ções. Assim, adotaram uma posição especulativa
“vendidas em dólares”. E, portanto, para neutra-
lizar o risco cambial, precisariam “pré-pagar”
parte da dívida em dólares ou comprar ativos
financeiros dolarizados (NDFs, Call, Futuros, etc)
para neutralizar o risco cambial.
Mensuração do valor justo
dos canaviais do Brasil
A queda do valor dos bonds de algumas
empresas e o não cumprimento de covenants da
dívida levaram credores a buscar a execução de
garantias, mas muitas vezes a garantia recebida
era o próprio canavial, de difícil liquidação judi-
cial, por ser equivalente à falência das empresas.
A dificuldade de recuperar as garantias levou
pânico aos credores e restringiu ainda mais o
crédito para o setor.
A partir de 2010, as usinas de cana-de-açú-
car brasileiras foram obrigadas a adotar em suas
demonstrações contábeis as Normas Internacionais
de Contabilidade (International Financial Reporting
Standards, IFRS), emanadas da International
Accounting Standards Board (Iasb).
No Brasil, o CPC é o órgão responsável
por compatibilizar as normas do IFRS com a
realidade brasileira, cabendo a ele o
[...] estudo, o preparo e a emissão de
Pronunciamentos Técnicos sobre procedi-
mentos de Contabilidade e a divulgação de
informações dessa natureza, para permitir
a emissão de normas pela entidade regu-
ladora brasileira, visando à centralização e
uniformização do seu processo de produção,
levando sempre em conta a convergência da
11. Ano XXVI – No
1 – Jan./Fev./Mar. 201756
navial pode ser mensurado de forma confiável.
No caso de o ativo biológico não poder ser
cotado pelos preços de mercado, a norma diz
que o ativo biológico deve ser mensurado ao
custo, menos qualquer depreciação e perda por
irrecuperabilidade acumuladas.
A usina de cana-de-açúcar deve divulgar
o ganho, ou a perda, de valor do ativo biológico
do período corrente, sendo as alterações reco-
nhecidas no resultado. Para verificar como estão
sendo aplicadas as normas de avaliação do ativo
biológico, será mostrado como três empresas
lançaram a avaliação dos ativos biológicos em
seus resultados. A informação é referente ao ba-
lanço do último trimestre da safra 2015–2016. O
setor sucroalcooleiro segue o calendário da sa-
fra, não o civil, e o ano safra da cana-de-açúcar
no Centro-Sul vai de abril a março – portanto, os
balanços são referentes ao fechamento da safra
2015–2016 (janeiro a março de 2016).
As usinas escolhidas para o estudo de caso
estão entre os grandes grupos do setor de capital
aberto no Brasil: Raízen, controlada pelo grupo
Cosan; Grupo São Martinho e Grupo USJ. As
duas primeiras são de capital aberto; a última é
de capital fechado, mas com bonds emitidos no
exterior.
Conforme a Tabela 4, existe pouca diver-
gência, em relação aos valores operacionais,
como produtividade e quantidade de ATR, dos
valores reportados pelas empresas e o indicador.
Mas existem grandes divergências entre o valor
do quilograma de ATR esperado e o apurado
pelo Consecana, além de chamar atenção as
baixas taxas de desconto usadas para avaliar os
canaviais, inferiores à inflação do período.
Oportunidades e criação de valor
Criação de valor por usinas
de capital aberto
A Figura 4 mostra que depois de um perío-
do de forte abertura de usinas, de 2007 a 2010,
reflexo da entrada em operação de projetos
Contabilidade Brasileira aos padrões interna-
cionais (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS
CONTÁBEIS, 2005).
O valor justo dos ativos biológicos no
Brasil é regido por duas normas contábeis do
CPC. A contabilização dos ativos biológicos
é tratada pelo CPC 29, Ativos Biológicos e
Produtos Agrícolas, que é uma correlação às
Normas Internacionais de Contabilidade – IAS
41; e a Mensuração do Valor Justo, que é tratada
pelo CPC 46, sendo uma correlação às Normas
Internacionais de Contabilidade – IFRS 13.
CPC 29 – Ativos Biológicos
e Produtos Agrícolas
Deve ser aplicado aos seguintes itens:
• “Ativos biológicos, exceto plantas porta-
doras” – por planta portadora a norma
entende as culturas agrícolas temporá-
rias, aquelas que se extinguem depois
da colheita.
• “Produção agrícola no ponto de colheita”.
• Subvenções governamentais.
A norma trata dos ativos biológicos até o
momento do ponto de colheita; depois desse mo-
mento, o ativo biológico é contabilizado como
estoque, que é tratado pelo CPC 16 – Estoques.
Para o setor sucroenergético, a maior parte
de seu ativo biológico é o canavial ainda não
colhido e também o investimento realizado no
plantio da cana-de-açúcar. A cana é uma cul-
tura anual, que no Brasil permite até seis cortes.
Portanto, os investimentos feitos pelas usinas
com plantio, fertilizantes, defensivos, mudas,
insumos, mão de obra e maquinário serão
depreciados ao longo de seis anos, sendo as
soqueiras da cana-de-açúcar consideradas um
ativo biológico.
O ativo biológico deve ser mensurado
ao valor justo, menos a despesa de vendas no
momento da colheita. A avaliação é feita pelo
método de fluxo de caixa descontado (FCD),
resultante das próximas safras a serem colhidas.
Há uma premissa de que o valor justo do ca-
12. Ano XXVI – No
1 – Jan./Fev./Mar. 2017 57
Tabela 4. Avaliação dos ativos biológicos em grupos sucroalcooleiros.
USJ
(A)
(A/D)
São
Martinho
(B)
(B/D)
Raízen
(C)
(C/D)
D -
Indicador
– Centro-
-Sul
Método de avaliação FCD FCD FCD
Área estimada de
Colheita (ha)
33.866 162.289 427.768
Produtividade prevista
(t/ha)
78,17 -2,58% 79,86 -0,47% 80,04 -0,25% 80,237(3)
Quantidade total de
açúcar recuperável
(kg ATR/t)
135,22 3,07% 132,58 1,06% 130,12 -0,82% 131,19(1)
Valor do kg de ATR (R$) 0,748 36% 0,575 4,55% 0,63 14,55% 0,55(2)
Taxa de desconto
WACC (%)
8,88 9,90 7,48 9,39(4)
Fonte: (1)
União das Indústrias de Cana de açúcar (2014),(2)
Conselho de Produtores de Cana de Açúcar (2016),(3)
Conab (2016a) e (4)
IBGE ( 2016).
Figura 4. Abertura e fechamento de unidades do setor sucroenergético no Brasil de 2007 a 2016.
Fonte: União das Indústrias de Cana de açúcar (2014).
greenfields desde o boom do setor, a curva se
inverte a partir de 2011, com grande quantidade
de usinas fechadas. Apesar do saldo líquido ne-
gativo dos últimos anos, a Figura 1 mostra que
não houve redução na safra brasileira de cana-
de-açúcar – na verdade, ela vem crescendo des-
de 2010, mas com baixa taxa de crescimento, de
1,5% a.a. Isso aconteceu porque alguns grupos
vêm expandindo suas unidades e absorvendo o
canavial das unidades fechadas.
13. Ano XXVI – No
1 – Jan./Fev./Mar. 201758
A Figura 5 mostra o desempenho das
usinas de cana-de-açúcar de capital aberto na
Bovespa nos últimos três anos. Dos quatro grupos
de usinas, três apresentaram resultados inferiores
à referência do mercado, o Índice Ibovespa. No
entanto, o Grupo São Martinho vem entregando
consistentemente resultados acima do mercado.
Estudo de caso do Grupo
São Martinho
Margens operacionais – açúcar,
etanol, energia elétrica
O grupo São Martinho é composto por
quatro usinas de cana-de-açúcar: São Martinho,
Iracema, Boa Vista e Santa Cruz. A Figura 6 mos-
tra que, com as mesmas usinas, o grupo ampliou
a moagem em mais de 55% de 2012–2013 para
2015–2016, um CAGR de 15,7% a.a. versus
um CAGR de 1,5% a.a. da moagem do setor
sucroalcooleiro.
Esse crescimento é resultado de um con-
tínuo processo de investimento e de ampliação
das unidades. A unidade São Martinho se tornou
a maior processadora de cana-de-açúcar do
Figura 5. Desempenho das ações de usinas de cana-de-açúcar na Bovespa.
Fonte: BM&F Bovespa (2016).
Figura 6. Moagem do grupo São Martinho (mil t).
Fonte: adaptada de São Martinho (2016).
mundo, com moagem de cerca de dez milhões
de toneladas por safra – no período, o grupo
comprou o controle da usina Santa Cruz.
A Figura 7 mostra que embora a moagem
tenha crescido 15,7% a.a., a receita líquida cres-
ceu 20,3% a.a., ou seja, o crescimento da moa-
gem foi acompanhado de aumento de margem.
Um dos motivos foi a recuperação do mercado
de etanol, motivada pelo fim do subsídio da
petrobras à gasolina; pela volta da cobrança do
Cide para os combustíveis fósseis; e pelo aumen-
to da mistura de etanol anidro à gasolina C, para
14. Ano XXVI – No
1 – Jan./Fev./Mar. 2017 59
27%. Mas o ganho da recuperação do mercado
de etanol foi compartilhado pelo setor como um
todo. No Grupo São Martinho, em particular,
houve elevado crescimento, 138%, nas recei-
tas com outros produtos não sucroalcooleiros,
principalmente a cogeração de energia elétrica,
venda de sal sódico do ácido ibonucléico (RNA)
e negócios imobiliários.
A Figura 8 mostra a importância do in-
vestimento na geração de subprodutos, além
de açúcar e etanol. Cerca de 76% do custo de
produção do setor é da própria cana-de-açúcar;
dessa forma, a geração de mais produtos da mes-
ma matéria-prima é fundamental na geração de
caixa. São exemplos de subprodutos: cogeração
de energia elétrica – produzida pelo aumento
da eficiência do uso do vapor pela queima do
bagaço; venda do RNA extraído das leveduras;
tratamento da vinhaça para a produção de
biogás e para a fertirrigação; e desenvolvimento
imobiliário com a conversão de terras agrícolas
diante do crescimento das cidades.
A Figura 7 mostra que os subprodutos
representam parcela pequena da receita total,
enquanto a Figura 8 mostra que eles possuem
margem de lucro elevadíssima, já que os custos
de produção da cana foram amortizados para a
produção de açúcar e etanol. Os subprodutos
foram responsáveis por até 44% do lucro opera-
cional na safra 2014–2015, com destaque para a
forte geração de caixa decorrente da cogeração
de energia elétrica. Essa energia – gerada durante
a safra (abr.–nov.), que coincide com o período
seco do ano e de baixa dos reservatórios das
hidroelétricas – contribuiu para atenuar a crise
hídrica de 2014–2016.
Evolução do valor das terras
e ganhos imobiliários
So we think in terms of that moat and the
ability to keep its width and its impossibility
of being crossed as the primary criterion of
a great business. And we tell our managers
we want the moat widened every year. That
doesn’t necessarily mean the profit will be
more this year than it was last year because it
won’t be sometimes. However, if the moat is
widened every year, the business will do very
well. When we see a moat that’s tenuous in
any way — it’s just too risky. We don’t know
how to evaluate that. And, therefore, we leave
it alone. We think that all of our businesses —
or virtually all of our businesses — have pretty
darned good moats. (BUFFET, 2000, tradução
nossa).
Figura 7. Receita líquida por produto do Grupo São
Martinho (milhões de reais).
Fonte: adaptada de São Martinho (2016).
Figura 8. Lucro operacional (Ebit) do grupo São Mar-
tinho.
Fonte: adaptada de São Martinho (2016).
15. Ano XXVI – No
1 – Jan./Fev./Mar. 201760
Warren Buffet considera o “moat”, ou “fos-
so”, como qualidade intrínseca e única de uma
empresa. Numa analogia de um castelo como
uma empresa rentável, é o fosso que permite
proteger o negócio da entrada de concorrentes.
Essa barreira pode ser uma marca forte, inves-
timento em P&D para criar produtos de maior
valor agregado ou, no caso de um produtor de
commodities, o menor custo de produção que
permita à empresa obter lucro mesmo num
ambiente adverso. No caso da São Martinho,
esse fosso é o menor custo de produção da cana
entre as usinas de capital aberto, produzido li-
teralmente pelas terras próprias que circundam
as usinas, como os investimentos em insumos,
máquinas e equipamentos e P&D no desenvolvi-
mento dos canaviais.
A terra própria, além de ser garantia de for-
necimento de cana a preços competitivos, tam-
bém é um dos principais drivers de valorização
das ações. As Figuras 9, 10, 11 e 12 mostram que
o investimento em terras na região das usinas
se mostrou excelente investimento financeiro.
A Figura 12 mostra que o retorno obtido com
a valorização das terras, e com o arrendamento
da área, resultou em uma taxa média anual, em
15 anos, de 20,9% em Araraquara, 20,6% em
Piracicaba e 20,3% em Ribeirão Preto, versus
13,8% para o CDI. Ou seja, o investimento em
terras agrícolas superou o retorno da renda fixa
em 151% do CDI anual.
A Figura 13 mostra a evolução do portfólio
de terras avaliado pela Deloitte (2014). O grupo
São Martinho possui 72.780 hectares de terras
próprias, distribuídos em polos produtores de
cana em Ribeirão Preto, Piracicaba, Araraquara
e Quirinópolis. Na avaliação de 2014, o valor
das terras foi de R$ 3,08 bihões. A avaliação
da Deloitte para o portfolio de terras da São
Martinho apresenta um CAGR de 19,2% a.a.
de 2007 a 2014, muito superior à avaliação das
terras agrícolas do IEA do mesmo período para
as regiões de Araraquara, Piracicaba e Ribeirão
Preto, com CAGR de 9,6%, 12,4% e 7,8%, res-
pectivamente. Isso ocorre porque a Deloitte ava-
lia também o preço imobiliário da terra urbana e,
na conversão de área agrícola para área urbana,
então é criado valor de forma exponencial.
Enquanto o lucro operacional (Ebit) da
venda de açúcar, etanol, energia elétrica e
outros produtos são contabilizados e vão gerar
Figura 9. Preço da terra agrícola (mil reais), por hectare, de 1999 a 2015.
Fonte: Instituto de Economia Agrícola (2016).
16. Ano XXVI – No
1 – Jan./Fev./Mar. 2017 61
caixa anualmente, a contabilização do valor das
fazendas é feita com base no valor informado
no Imposto Territorial Rural (ITR) defasado, não
pelo valor de mercado. A atualização do patri-
mônio pelo valor de mercado só é apurado por
ocasião da venda das fazendas ou na operacio-
nalização de negócios imobiliários. A Figura 14
é uma anualização das avaliações da Deloitte
do portfólio de terras referentes a 2007, 2009,
2011 e 2014 para permitir a comparação com os
resultados operacionais, de divulgação trimestral
e consolidados anualmente – o valor de 2015 é
Figura 10. Arrendamento, em toneladas de cana por hectare, de 1999 a 2015.
Fonte: Instituto de Economia Agrícola (2016).
Figura 11. Arrendamento (reais por hectare) de 1999 a 2015.
Fonte: Instituto de Economia Agrícola (2016).
17. Ano XXVI – No
1 – Jan./Fev./Mar. 201762
Figura 12. Índice de comparação entre a remuneração da renda fixa e a remuneração da valorização das
terras, acrescido do arrendamento para cana.
Fontes: Banco Central do Brasil (2016) e Instituto de Economia Agrícola (2016).
Figura 13. Avaliação do valor das terras da São Martinho pela Deloitte.
Fonte: adaptada de São Martinho (2016).
uma projeção que usa como proxy a valorização
das regiões levantadas pelo IEA.
A Figura 15 compara o Ebit das usinas
do Grupo São Martinho com a valorização do
18. Ano XXVI – No
1 – Jan./Fev./Mar. 2017 63
Conclusões
Apesar da crise financeira que afetou gran-
de parte do setor sucroenergético, a produção
brasileira de cana de açúcar continua crescendo,
embora com taxas baixas. Isso ocorre porque
o Brasil continua sendo o país com o menor
custo marginal para a produção de açúcar, e as
margens do etanol melhoraram. Isso, mesmo
com o benefício ambiental do etanol não sendo
devidamente precificado internamente pela não
recomposição da totalidade do valor da Cide e,
externamente, apesar do recuo dos países de-
senvolvidos e em desenvolvimento em cumprir
as metas de redução da emissão de carbono.
A Tabela 5 mostra que a cana-de-açúcar é
a cultura agrícola da pauta exportadora brasileira
que gera o maior valor produzido por hectare.
Isso acontece porque a cana, para ser consu-
mida, deve ser industrializada na região onde
é produzida. Gera, portanto, emprego em toda
sua longa cadeia de produção e assim maximiza
a renda e o PIB das cidades e regiões produtoras.
Mas a sustentabilidade do negócio sucroal-
cooleiro passa por uma gestão eficiente do caixa
e do endividamento da empresa. Também são
fundamentais o investimento agrícola, que busca
a redução do custo de produção por tonelada de
cana, e o industrial para a geração de mais produ-
tos, com maior valor agregado a partir do mesmo
insumo, como a cogeração de energia elétrica e
o uso da palha. A diversificação da receita das
usinas com a produção dos subprodutos reduz
o risco do setor, sendo uma importante fonte de
caixa em períodos de baixa da commodity.
Figura 14. Anualização do valor do portfólio de ter-
ras do Grupo São Martinho (bilhões de reais).
Fonte: Deloitte (2014).
Figura 15. Geração de valor operacional (Ebit) e cria-
ção de valor no portfólio de terras.
Fontes: Deloitte (2014) e São Martinho (2016).
portfólio de terras. De 2012–2013 a 2015–2016,
o Ebit operacional totalizou R$ 1,50 bilhão, en-
quanto a valorização do portfólio de terras gerou
R$ 1,61 bilhão.
Tabela 5. Comparação entre os valores produzidos pelo produtor de cana, soja e gado por hectare.
2015/2016
Produtividade anual
agrícola no Centro-Sul
Produtividade
industrial
Produção
industrial
Preço/
unidade
Valor produzido/
hectare
(R$)
Cana-de-açúcar
para etanol
80,2 t cana 80 L/t 6.416 L etanol 1,6 10.266,00
Exportação de soja 50 sc 60 kg n/d 80,9 4.043,00
Pasto para gado 9,94 arrobas n/d 149,14 1.482,00
Fonte: Agroconsult (2016), Escola Superior de Agricultura “Luiz De Queiroz (2016) e Conab (2016b).
19. Ano XXVI – No
1 – Jan./Fev./Mar. 201764
Uma gestão eficiente, industrial e agrícola,
aumenta a renda na região onde estão instaladas
as unidades, pois valoriza o preço das terras, que
cria valor para as usinas. Dessa forma, a produ-
ção sucroalcooleira deve ser vista como um dos
principais drivers de criação de valor no interior
do Brasil, e as usinas com essa visão de longo
prazo se tornam excelente investimento, pelo ga-
nho operacional e financeiro com a valorização
das terras, independentemente da conjuntura
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