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Ariane 6 está a caminho das estrelas com satélite português a bordo

Ariane 6
Ariane 6 Direitos de autor Direitos de autor ESA - D. Ducros
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De  Euronews
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Às 20h00 o Ariane 6 foi lançado pela primeira vez. O seu antecessor, o Ariane 5 explodiu ao fim de 40 segundos, em 1996.

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O foguetão Ariane 6 descolou às 20h em ponto (hora portuguesa) e a bordo levou um nanosatélite desenvolvido e fabricado em Portugal, pelo Instituto Superior Técnico.

A posição da Europa no espaço está em jogo: o foguetão Ariane 6 fez a sua viagem inaugural esta terça-feira.

O Ariane 6 está a ser desenvolvido há quase uma década e tem como objetivo colocar a Europa no mapa do lançamento de satélites e dar-lhe acesso ao espaço. Mas com a forte concorrência da SpaceX de Elon Musk, haverá realmente espaço no Espaço para o Ariane 6?

A descolagem teve lugar a partir do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, a 9 de julho às 20h

Pode assistir em direto no canal de YouTube da Agência Espacial Europeia (ESA) a viagem do foguetão, bem como conteúdos relacionados com este novo desafio espacial.

Há um período de quatro horas para completar a missão.

O que pode correr mal?

Muita coisa pode correr mal num lançamento de teste. Em 1996, o primeiro Ariane 5 explodiu ao fim de 40 segundos.

Estes lançamentos de teste têm uma elevada taxa de insucesso.

"Estatisticamente, existe uma probabilidade de 47% de o primeiro voo não ser bem sucedido ou não acontecer exatamente como planeado", disse Josef Aschbacher, diretor-geral da ESA, em maio.

Porquê o atraso?

O lançamento original estava previsto para 2020, mas questões técnicas atrasaram o lançamento e a pandemia de Covid-19 complicou ainda mais as coisas, tal como a guerra na Ucrânia, uma vez que a Europa tinha laços espaciais com a Rússia.

O que aconteceu ao Ariane 5 e em que é que o Ariane 6 é diferente?

O Ariane 5 foi retirado em julho de 2023, depois de ter sido um cavalo de batalha durante 27 anos. Realizou as primeiras missões da ESA a um cometa (Rosetta), a Mercúrio e a Júpiter.

O Ariane 6 vai ocupar o seu lugar com o objetivo de ser significativamente mais barato do que o seu antecessor. No entanto, tem sido criticado pelo facto de ser descartável, ao contrário da SpaceX, que tem um sistema de lançamento reutilizável para reduzir os custos e ser mais sustentável.

"Qualquer foguetão que não seja reutilizado, ou que na sua maioria não seja reutilizado, não sobreviverá", disse Elon Musk na conferência Viva Tech, em Paris, em maio, defendendo que não o fazer não é rentável para uma empresa.

O foguetão Ariane 6 será produzido em duas versões. O Ariane 62, de peso médio, pode transportar 10,3 toneladas de carga em órbita terrestre baixa e 4,5 toneladas em geotransição. O seu custo é de 75 milhões de euros.

A segunda versão é o Ariane 64, que pesa 870 toneladas e pode lançar 21,6 toneladas em órbita terrestre baixa e 4,5 toneladas em geotransição. Custa 115 milhões de euros, o que é muito mais caro do que o lançamento do Falcon 9 da SpaceX, que custa 67 milhões de dólares (quase 62 milhões de euros).

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O que é que vai ser lançado para o Espaço?

Na terça-feira será lançado o Ariane 62, que transportará nove CubeSats (pequenos satélites), um deles é português, fornecidos por empresas e instituições de investigação europeias.

A Europa

Treze países europeus, liderados pela França, colaboraram no desenvolvimento do Ariane 6.

As empresas aeroespaciais italianas forneceram os sistemas de propulsão. O gabinete belga de política científica, BELSPO, e empresas belgas contribuíram com os seus conhecimentos em domínios como as telecomunicações e a tecnologia de satélites.

As empresas espanholas estiveram envolvidas em componentes estruturais e equipamento de apoio terrestre.

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As empresas suíças contribuíram com engenharia de precisão e componentes para o programa Ariane 6, especialmente em domínios como os sistemas de orientação e navegação.

As empresas neerlandesas forneceram conhecimentos especializados em áreas como a aviónica e a integração da carga útil para as missões do Ariane 6.

Também Portugal deu o seu contributo através do Instituto Superior Técnico com a fabricaçao de um satérlite, ISTSat-1. Este satélite está integrado na família dos CubeSat 1U, ou seja, um satélite cúbico de 10x10x10, com a missão de detetar aviões através de sinais ADS-B.

O Ariane 6 poderá efetuar voos espaciais com tripulação?

Embora este não seja o objetivo atual do Ariane 6, Toni Tolker-Nielsen, diretor de transportes espaciais da ESA, afirmou numa entrevista que tal poderia ser feito.

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"O Ariane 6 pode ser um lançador tripulado com algumas modificações. Mas também podemos investir num sistema de segurança para a cápsula, de modo a torná-la segura para a tripulação em caso de falha no lançamento", disse à SpaceNews.

"Temos um contrato para encontrar a melhor solução de compromisso entre estas duas opções no próximo ano. A decisão de prosseguir com estas opções cabe aos Estados-Membros da ESA", acrescentou.

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