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Por André Ítalo Rocha — São Paulo


A reviravolta enfrentada pela Getninjas nos últimos dois meses teve nesta semana o seu momento mais simbólico até aqui: a demissão do fundador. Depois de ter visto a sua proposta de redução de capital ser derrubada em assembleia de acionistas, o fundador Eduardo L'Hotellier perdeu o posto de CEO e foi substituído por um executivo indicado pela Reag Investimentos, gestora que passou a investir na empresa em setembro e liderou a campanha contra a redução de capital.

Leonardo Meneses é o novo CEO desde segunda-feira. Convidado por João Carlos Mansur, CEO da Reag, Meneses trabalhava até semana passada na própria gestora, ocupando o posto de CFO e sendo responsável pela área de situações especiais e ativos estressados. Apesar da experiência com negócios em dificuldades e de a Getninjas enfrentar uma desvalorização de 75% desde o IPO, ele diz que não se trata de uma reestruturação de empresa em crise.

"A empresa tem R$ 280 milhões de caixa e não tem dívida, está longe de ser uma situação especial. Será mais um desafio de gestão, de produto", afirmou o novo CEO ao Pipeline. Esta será a primeira experiência de Meneses como CEO e também na diretoria de uma empresa listada. Seu currículo é mais focado na área financeira e inclui passagens como CFO em empresas como NPL Brasil, gestora de crédito, e Grupo Sacada, do varejo.

Leonardo Meneses: antes na Reag, ele agora é o novo CEO da Getninjas — Foto: Divulgação
Leonardo Meneses: antes na Reag, ele agora é o novo CEO da Getninjas — Foto: Divulgação

Meneses reconhece que a Getninjas tem o desafio de fidelizar o cliente, pois muitos usam a plataforma para encontrar o prestador de serviço pela primeira vez e depois não voltam. Segundo ele, o principal trabalho a ser feito será destravar alavancas de receita. "Queremos rentabilizar toda a jornada dentro da Getninjas, tanto para o cliente quanto para o profissional cadastrado, oferecendo novos produtos. Já temos isso mapeado, mas antes de divulgar queremos conversar com o time de produtos, para cocriarmos. Não só para gerar receita, mas também satisfação e fidelidade."

O executivo ressaltou também que deve implementar a estratégia já defendida pela Reag de usar parte do caixa para fazer aquisições. Ele diz que já tem algumas ideias, mas que só vai divulgar a mercado quando tiver um desenho final mais robusto. Por enquanto, o novo CEO ainda está conhecendo a equipe. Foi ao escritório na segunda-feira mas, com os funcionários em regime híbrido, tem feito conversas de vídeo para se apresentar e entender os processos.

Em relação ao seu antecessor, que seguirá no conselho e deve ser a oposição, Meneses disse que L'Hotellier poderá contribuir muito como conselheiro, mas lembrou que já não faz mais parte do cotidiano da companhia. "Ele seguirá acionista e, ao perceber a nova administração gerando valor, a satisfação será consequência. Vamos gerar valor no curto prazo e ele perceberá isso."

A Getninjas tem operado no lucro desde o segundo trimestre deste ano, depois de dois anos como uma empresa listada que só deu prejuízo. No terceiro trimestre, a companhia anotou resultado positivo líquido de R$ 4,2 milhões, ante perda de R$ 2,8 milhões em igual período do ano passado. Já a receita líquida caiu 3%, para R$ 15,5 milhões.

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