Negócios
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Por Manuela Tecchio — São Paulo


Em grandes empresas, brasileiras ou estrangeiras, não é raro que o CFO seja o mais cotado para ser o próximo CEO do negócio. Além de cuidar da seara que é a mais monitorada por investidores, os diretores financeiros acabam tendo de olhar para várias outras áreas da operação que também influenciam os balanços, como tecnologia, jurídico, compras e recursos humanos.

Um dos temas que mais têm tirado o sono desses executivos é a corrida pela implementação de novas tecnologias nos processos das empresas. Em uma nova edição da pesquisa "O perfil do CFO no Brasil", realizada pelo Insper em parceria com a recrutadora Assetz, diretores financeiros de empresas com faturamento acima de R$ 1 bilhão de diversos setores relataram desafios relacionados à transformação tecnológica. Ao todo, foram 83 respondentes.

“O cargo de CFO no contexto atual abarca muitos outros papéis, como pensar em tecnologia e dados. Inclusive em termos de estratégia, esse tipo de executivo tem estado cada vez mais envolvido”, diz Carlos Caldeira, professor do Insper e coordenador do Centro de Estudos em Negócios (Ceneg). "A próxima barreira, para esse perfil de executivo, é pensar em analytics."

A área de TI tem, de fato, ficado sob os olhos dos CFOs. Entre os entrevistados, 47% apontaram essa como uma das responsabilidades do cargo, para além do principal, ou seja, da contabilidade. Os segmentos de compras (43%), jurídico (34%) e RH (17%) vêm na sequência. A principal preocupação, para 37%, é com análise de dados e o potencial que isso pode gerar para os negócios. Mas há um longo caminho pela frente.

Numa escala de 0 a 10, cerca de 24% do total de respondentes classificaram o nível de maturidade tecnológica de suas empresas entre 5 e 6. Outros 13% consideraram o nível de maturidade como 4. Vale considerar que 12% dos participantes atuam no agronegócio — o terceiro maior setor em número de entrevistados, atrás de Indústria e Energia e Infraestrutura —, um segmento que ainda opera em boa parte no offline.

Mas existe uma disparidade entre empresas brasileiras e as estrangeiras que atuam no país nesse sentido. Os CFOs de companhias nacionais notam um grau de maturidade menor e 58% estão mais preocupados com a questão da segurança de dados e da informação do que com outros processos. Já entre os diretores financeiros de empresas estrangeiras, só 18% apontam essa prioridade, enquanto 45% estão mais interessados em resolver a infraestrutura de tecnologia internamente.

Independentemente das áreas que levantam mais preocupações, a principal ambição dos CFOs continua sendo chegar ao posto máximo da diretoria. Entre os entrevistados, 40% entendem que o próximo passo na carreira é virar CEO, e 37% se veem nessa posição em um intervalo de cinco anos, em linha com o resultado do ano passado. Entre as demais aspirações, a de virar conselheiro em outra companhia aparece com 19% e ser CFO de uma companhia aberta soma 11%.

Pesquisa do Insper e da Assetz mostrou que 40% dos CFOs entendem que o próximo passo na carreira é virar CEO — Foto: Pixabay
Pesquisa do Insper e da Assetz mostrou que 40% dos CFOs entendem que o próximo passo na carreira é virar CEO — Foto: Pixabay

No ano passado, a pesquisa teve um recorte de gênero e trouxe, sem grandes surpresas, resultados preocupantes em relação à diversidade. Nesta edição, no entanto, houve pouca mudança em relação a isso: 87% dos diretores ainda são do sexo masculino e mais de 90% se autodeclaram como brancos. Mas os recrutadores estão mais atentos a isso, explica o professor.

"Nos anos anteriores, as CFOs mulheres, além de serem minoria, eram sempre promovidas internamente, por estar performando muito”, diz Osvaldo Baptista, pesquisador associado ao Ceneg. “Nesse ano, a gente viu que aumentou o percentual de executivas em recrutamentos externos, teve uma atenção maior na busca por executivas para vagas em aberto."

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