O corpo do comerciante Antônio Gasparzianne Mesquita Chaves, de 32 anos, morto no domingo, em Vila Isabel, na Zona Norte, foi sepultado no começo da tarde desta segunda-feira, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul. Mais de 100 pessoas, entre parentes, amigos e funcionários, acompanharam o cortejo, mas não quiseram dar entrevista. Gasparzianne foi velado na capela 5, de onde o corpo saiu por volta das 13h. O enterro foi rápido. Durou em torno de 20 minutos e foi acompanhado em silêncio pelos presentes.
Pelo menos 12 tiros perfuraram o para-brisa dianteiro e uma janela do lado do carona do veículo. O vídeo de um a câmera de segurança de um prédio próximo mostra o momento dos disparos. Após o carro do comerciante passar, são ouvidos vários tiros. Duas mulheres que andavam pelo local, assustadas, tentam se proteger.
Imagens mostram momento que tiros são disparados contra comerciante
O crime aconteceu em Vila Isabel, na Rua Souza Franco, esquina com a Rua Teodoro da Silva, uma das mais movimentadas do bairro e a 200 metros do bar. Máquinas caça-níqueis foram apreendidas no bar que empresário seria sócio. A Polícia Civil vai investigar se crime tem ligação com a contravenção. Em nota, a corporação informou que "a perícia foi feita no local e imagens de câmeras de segurança são analisadas para apurar a autoria e motivação do crime", diz trecho.
Uma guerra por pontos de jogo do bicho pode estar por trás da execução do comerciante. Em 15 de abril do ano passado, o bar do qual Antônio era sócio, o Parada Obrigatória, no mesmo bairro, foi cenário de um tiroteio: na ocasião, seis homens, divididos entre três carros, chegaram ao local. Um deles entrou no comércio, atirou e baleou duas pessoas. Os agressores fugiram em seguida.
Na época, a Polícia Civil investigou o caso como tendo ligação com uma guerra por pontos de jogo do bicho, disputados pelos contraventores Rogério Andrade e Adilson da Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, e Bernardo Bello. O ataque no bar aconteceu dias depois de o filho de um gerente de pontos do bicho que, segundo a polícia, trabalhava para Bernardo Bello, ter sofrido uma tentativa de homicídio no Estácio, também na Zona Norte.
Carro identificado
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, publicou, na manhã desta segunda -feira, em suas redes sociais que a recém-inaugurada Central de Inteligência, Vigilância e Tecnologia de Apoio (Civitas), traçou a rota do veículo suspeito de envolvimento no caso do assassinato do comerciante. Ainda segundo a publicação de Paes, a ferramenta também identificou que o veículo, um Polo, circula com placa clonada. Paes explicou que o levantamento das informações foi feito após solicitação da Polícia Civil, que ainda não se manifestou sobre esses dados. A publicação foi apagada pelo prefeito horas depois.
Na publicação, Paes ainda divulgou um mapa que mostra o trajeto do veículo identificado. O carro foi monitorado através das câmeras do município, por exemplo, as instaladas nos radares de trânsito da cidade.
O prefeito Eduardo Paes escreveu na publicação:
"Hoje cerco inteligente da Civitas foi utilizado como ferramenta de apoio às forças de segurança. Policial Civil na Divisão de Homicidios da Capital solicitou informações sobre um Veículo Polo suspeito de envolvimento em caso de homicídio ocorrido em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio. Carro com placa clonada identificado e percurso monitorado (imagem abaixo). Que os criminosos envolvidos neste crime sejam identificadora e presos. A Central de Inteligência, Vigilância e Tecnologia de Apoio - Civitas da Prefeitura do Rio @operacoesrio está pronta para apoiar", diz o texto da publicação apagada.
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