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Por — Rio de Janeiro

O Jeep Compass onde a advogada e estudante de Psicologia Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, teria embarcado antes de desaparecer, segundo investigação da Polícia Civil, após sair a pé de um shopping em Petrópolis, na Região Serrana, no dia 29 de fevereiro de 2024, teve cinco infrações graves anotadas nos últimos cinco meses de 2023. O carro está em nome da própria vítima, mas desde 2022 era utilizado com autorização da advogada e do marido dela, Benjamim Cordeiro Herdy, de 78, pelo técnico de informática Lourival Correa Netto Fadiga. Amigo há três anos da família de Anic, ele é apontado pela polícia como principal suspeito de ser o responsável pelo desaparecimento da estudante.

Somadas, as infrações gerariam automaticamente 20 pontos no prontuário da carteira de motorista da estudante, caso o real condutor do veículo ainda não tenha sido apontado ao Detran/RJ. Atualmente, são necessários 40 pontos em 12 meses para uma carteira nacional de habilitação ser cassada. A maior parte das infrações foi anotada por transitar em velocidade superior à máxima permitida. Uma delas foi flagrada por um radar em Foz de Iguaçu, no Paraná, por volta das 4h19, do dia 20 de novembro de 2023. No mesmo dia, às 15h45, o carro foi novamente multado, desta vez em Itatinga, São Paulo, por um passageiro estar sem cinto de segurança. A cidade paranaense, local da primeira infração, é a mesma onde está instalada parte de uma rede de doleiros, usada por Lourival Correa Netto Fadiga, para receber R$ 3 milhões.

Anic Herdy e Lourival Fadiga — Foto: Reprodução
Anic Herdy e Lourival Fadiga — Foto: Reprodução

O dinheiro foi depositado por Benjamim Cordeiro Herdy em 40 contas, algumas de estabelecimentos comerciais localizados no Paraguai. Todas, segundo relatório de investigação da 105ªDP (Petrópolis), foram indicadas pelo suspeito do desaparecimento da advogada para receber os depósitos feitos por Benjamim. 

Um dos depósitos foi feito na conta de uma importadora para compra de 950 celulares. Os telefones iriam abastecer uma loja de Teresópolis, que teria sido aberta formalmente pelo suspeito em março. O dinheiro é parte de um total de R$ 4,6 milhões,exigidos por uma pessoa que dizia estar com Anic em seu poder. O contato foi feito por mensagens enviadas para o telefone do marido de Anic, mais de sete horas após ela ter desaparecido. Segundo a polícia, os depósitos foram feitos no início de março, após sucessivos contatos. O restante do dinheiro foi colocado em uma mochila, no dia 11 do mesmo mês, para ser entregue por Benjamim e Lourival, em um shopping, na Zona Oeste do Rio, onde a vítima seria libertada.

Lourival Correa Netto Fadiga no momento da prisão, e Anic de Almeida Peixoto Herdy na saída do shopping em Petrópolis — Foto: Reprodução
Lourival Correa Netto Fadiga no momento da prisão, e Anic de Almeida Peixoto Herdy na saída do shopping em Petrópolis — Foto: Reprodução

No meio do caminho, o técnico de informática alegou ter recebido uma nova mensagem em seu telefone,  informando que ele deveria colocar o dinheiro em uma cesta de lixo, no Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, enquanto o marido de Anic deveria esperar por ela no shopping. Como a vítima não foi liberada, a família da estudante registrou o caso na 105ªDP, no dia 14 de março. A polícia descobriu que, no dia 11, o suspeito não esteve no Terreirão e sim numa concessionária, na Barra da Tijuca, onde comprou uma picape por R$ 500 mil, pagando pelo carro em espécie.

  Lourival acabou sendo preso no dia 20 de março. Além dele, estão presos os irmãos Henrique Vieira Fadiga e Maria Luísa Vieira Fadiga, filhos de Lourival, e Rebeca Azevedo dos Santos, ex-namorada do suspeito. Eles são investigados por suspeita de ajudar, de alguma maneira, na execução do crime. Segundo a investigação da 105ªDP, Henrique teria participado da compra de US$ 150 mil dólares, feita por Lourival, com um doleiro, no início de março. O filho do principal suspeito do sumiço da advogada teria combinando a entrega do dinheiro e recebido pessoalmente parte das cédulas, de acordo com o relatório de investigação da delegacia.

Câmeras de segurança mostram Anic no estacionamento de shopping em Petrópolis — Foto: Reprodução
Câmeras de segurança mostram Anic no estacionamento de shopping em Petrópolis — Foto: Reprodução

Já Maria Luíza é apontada pela Polícia Civil e pela Promotoria de Investigação Penal de Petrópolis como sendo a pessoa que mantinha contato com o fornecedor de 950 celulares, adquiridos pelo pai em um comércio, no Paraguai, por US$ 153,9 mil. A quantia foi quitada por meio de três depósitos, no valor de R$ 325 mil cada, feitos por Benjamim Cordeiro Herdy, em uma conta indicada por Lourival.

 Rebeca Azevedo dos Santos teria trocado telefonemas com o suspeito no dia do desaparecimento da estudante. Segundo a polícia, ela também teria viajado para Foz de Iguaçu para encontrar a pessoa que vendeu 950 celulares para o ex-namorado. A defesa de todos os suspeitos nega os crimes e às acusações feitas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e pela Polícia Civil. 

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