Rio
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Por — Rio de Janeiro

A operação Rota do Rio, realizada nesta terça-feira, recebeu esse nome em referência à rota do tráfico de drogas do Comando Vermelho que utiliza o Rio Solimões, na Amazônia, e cita o Rio de Janeiro como destino desses entorpecentes. Segundo a Polícia Civil do Rio, além de cocaína e maconha do tipo skank, armamentos oriundos do leste europeu também eram transportados nesse esquema: saíam da fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia, até Manaus. Da capital amazonense, o trajeto pelo Centro-Oeste destinava-se a Minas Gerais e, em seguida, ao Rio de Janeiro. Na capital carioca, além das comunidades, entorpecentes eram vendidos também por disque-drogas nas zonas Sul e Oeste.

Os endereços onde funcionavam os disque-drogas chamaram a atenção dos investigadores, segundo o delegado Jefferson Ferreira, titular da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOD-LD).

— Um passo importante é vincular o tráfico romântico da Zona Sul ao tráfico manchado de sangue nas comunidades do Rio. O playboy que vende cocaína nas badaladas noitadas do Rio de Janeiro também tem responsabilidade no enfrentamento que existe nas comunidades do Rio — disse o secretário de Polícia Civil, Marcus Amim.

Ao todo, 113 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Entre os alvos, estavam pousadas e outros imóveis em Cabo Frio e Búzios, na Região dos Lagos, de onde também eram distribuídas drogas. Outro ponto da operação desta terça-feira foram as comunidades do Prazeres, Escondidinho, Fallet e Fogueteiro, na capital.

Ao todo, a operação prendeu quatro homens — três em flagrante e um por cumprimento de mandado em aberto. Foram apreendidos cerca de R$ 500 mil em drogas. No Morro dos Prazeres, foi preso Juan Roberto Figueira da Silva, o Cocão, que tentou se esconder atrás de uma caixa d’água, mas foi preso. Com escoriações, ele foi encaminhado pelos policiais à 21ª DP (Bonsucesso) e depois levado para a Cidade da Polícia, onde chegou por volta das 11h.

Segundo o delegado Gustavo Ribeiro, diretor do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro, Cocão é um “dos maiores responsáveis” pelo roubo de veículos na sua área de atuação. Os veículos são clonados, para, com a venda, gerarem dinheiro para a facção poder comprar drogas.

Ex-prefeito do AM fugiu para Brasília

A investigação, que durou seis meses, contou ainda com a participação da Subsecretaria de Inteligência e do Comitê Integrado de Investigação Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra) para chegar à chamada “contramão” da rota: se, fisicamente, ela saía do Norte do país em direção ao Sudeste, seus lucros voltavam por meio do sistema financeiro, através de laranjas.

Nesta terça, a polícia também buscava o amazonense Cleiton Souza da Silva, procurado por tráfico de drogas. A investigação aponta que ele está instalado no Fallet-Fogueteiro, com a função de operar o esquema do Comando Vermelho.

Já o braço político do esquema está na cidade de Anamã (AM), em que seu ex-prefeito, Raimundo Pinheiro da Silva, o Chicó, era também sócio de um frigorífico de pescados congelados, que ajudaria na lavagem de dinheiro.

Sem mandado de prisão contra ele, Raimundo — que já foi cassado por abuso de poder econômico, conforme ressaltado por Amim — deixou sua casa por volta das 3h, rumo ao Distrito Federal. O secretário de Polícia Civil reconheceu que o ex-prefeito pode ter recebido “informação privilegiada” e que pode ter levado consigo “algumas evidências”. Na sua casa, foram apreendidos cerca de R$ 10 mil em espécie.

A investigação identificou transferências de Cleiton para o frigorífico, no valor de R$ 230 mil, e para a pessoa física de Raimundo, no valor de R$ 20mil.

— A importância de se quebrar um esquema financeiro desses é que não é do dia para a noite que se conseguem 40 laranjas para receber dinheiro em espécie na conta, mandar para outras 20 pessoas de confiança, que mandam para outras 10 pessoas de confiança. Para então mandar para o operador, Cleiton, que confia num político local que detém negócios de distribuição de pescados. Ele vai entregar a estrutura que tem para distribuir a droga e dissimular o dinheiro — detalhou Gustavo Ribeiro, que estima uma movimentação de R$ 30 milhões em dois anos.

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