Consórcio oferece R$ 4,35 milhões e vence leilão pelo Canecão

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A W Torre sinalizou que deve recorrer da decisão, e terá cinco dias úteis para fazê-lo. No entendimento da empresa, os vencedores teriam desrespeitado alguns dispositivos do edital. Já a expectativa do consórcio no momento vencedor é que todos os investimentos sejam feitos em 24 meses a partir da assinatura do contrato.

NA abertura dos envelopes, os dois consórcios ofereceram preços pela outorga superiores aos R$ 625 mil inicialmente proposto no edital. O Consórcio Bonus-Klefer ofereceu inicialmente R$ 1,3 milhão, e a W Torre, R$ 1.028.000, 10. Na rodada seguinte, o consórcio não se manifestou e a W Torre aumentou para R$ 1,3 milhão.

Segundo o reitor em exercício da UFRJ, Carlos Frederico Leão Rocha, o ganhador terá seis meses, a partir da assinatura do contrato, para apresentar o plano de ocupação definitiva do espaço. E a UFRJ terá mais três meses para aprovar o projeto e sugerir eventuais mudanças.

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— Para a UFRJ, essa concessão permitirá abrir um restaurante universitário e novas salas de aula. Há possibilidade de recuperamos o Palácio Universitário com a transferência de salas de aula. E a família do Ziraldo está satisfeita com a recuperação do painel dele (em frente à antiga sede do Canecão) — disse Leão Rocha. — Os muros existentes hoje serão derrubados, o que permitirá transformar a área num parque.

O leilão de concessão do prédio da antiga casa de shows chegou a ficar mais de uma hora parado por causa do protesto de estudantes e funcionários da UFRJ, dona do local — o grupo é a favor da reativação da casa de eventos, mas contrário a um modelo privado de exploração. Quando foi retomada, a sessão prosseguiu não mais no auditório, mas em uma sala da UFRJ no edifício Ventura, no Centro do Rio. Inicialmente, a UFRJ e o BNDES haviam decidido a adiar a licitação.

O reitor Carlos Frederico Leão Rocha rebateu as críticas dos manifestantes de que teria havido falta de transparência no processo de concessão. A maioria da comunidade universitária teria sido contrária ao processo. Segundo Rocha, não há possibilidade de rever os critérios da licitação porque o processo já foi iniciado.

— Desde agosto, fizemos mais de 20 reuniões em várias instâncias da UFRJ, sendo que quatro apenas no Conselho Universitário, que dedicou mais de 20% do seu tempo nisso. A maioria aprovou o projeto. Mas infelizmente nem todos concordam — disse o reitor.

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Antes do incidente, foi revelado que dois grupos se candidataram à concessão: a W Torre Entretenimento e Participações e o consórcio Bonus-Kleffer, formado pelas empresas Bonus Track Entretenimento e Klefer Entretenimento e Participações. Atualmente, a W Torre faz a gestão da Allianz Park, estádio do Palmeiras que é também uma arena multiuso, e negocia uma parceria com o Santos. A Bonus Track pertence aos produtores Luiz Oscar Niemeyer e Luiz Guilherme Niemeyer. A Klefer é do o empresário e ex-presidente do Flamengo Kleber Leite.

O Canecão está fechado desde 2010. Em dezembro de 2022, a primeira tentativa de fazer a concessão foi infrutífera. Dessa vez, o edital alterou algumas regras sem, no entanto, mudar a previsão de investimentos. Entre as alterações, está a redução de 10% para 5% do valor mínimo do patrimônio líquido de empresas que disputassem a concorrência em cima do valor previsto de investimento (R$ 181,3 milhões). Também houve uma redução de R$ 40,5 milhões para R$ 20,5 milhões do capital social exigido da futura concessionária.

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A proposta para o ‘’novo Canecão’’, que será erguido em uma área diferente da antiga casa de shows, prevê ainda a implantação de outros três equipamentos culturais que serão explorados pela iniciativa privada por 30 anos. A universidade terá ‘’cotas’’ anuais pelo uso dos espaços: o antigo Canecão e outros dois que funcionarão em anexo à nova casa de shows, com entradas independentes.

 A área total com intervenções tem 15 mil metros quadrados entre as imediações do Rio Sul (onde ficava o antigo Canecão) e o novo espaço multiuso (próximo ao campo de futebol). A intenção é que esse espaço vire uma nova área pública de lazer. O painel original de Ziraldo na fachada do antigo Canecão também será recuperado pela Escola de Belas Artes da UFRJ. O espaço Ziraldo poderá ser usado pela UFRJ 270 dias por ano e pela iniciativa privada nas datas restantes. A proposta prevê ainda derrubar os muros que cercam o campus.