Rio
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Por Carolina Heringer

A secretária de Administração Penitenciária do Rio, Maria Rosa Lo Duca Nebel, informou à Vara de Execuções Penais do Rio que não foi registrada falta de energia no presídio Lemos Brito, conhecido como Bangu 6, entre a tarde e noite do último sábado até a manhã de domingo. Nesse período, três presos fugiram da unidade prisional. A informação da secretária contradiz os policiais penais de plantão na penitenciária, que alegaram ter ocorrido um problema com as câmeras de segurança, que não gravaram a fuga em razão de uma queda de energia. As informações da secretária constam em documento enviado à Justiça após decisão do juiz Bruno Rulière, da VEP, determinando que as informações fossem fornecidas pela pasta.

No documento, ao qual o GLOBO teve acesso, a secretária informa, ainda, que não foi registrada pelos policiais penais de plantão qualquer falta de energia ou inoperância das câmeras da unidade prisional no livro de ocorrências de Bangu 6. Também não há, no livro, qualquer informação sobre o acionamento de gerador, equipamento que, segundo o documento, estaria funcionando “em perfeito estado”.

Criminosos usaram uma teresa - escada feita com lençóis - para fugir do presídio — Foto: Divulgação
Criminosos usaram uma teresa - escada feita com lençóis - para fugir do presídio — Foto: Divulgação

Em resposta ao questionamento do magistrado sobre ocorrências de falta de energia em Bangu 6, a secretária informa registro de queda de energia das 16h do dia 29, quando a fuga já tinha ocorrido, até as 11h05 do dia 30.

No livro, cujas folhas foram anexadas à resposta da secretária, o policial penal responsável registrou que não houve qualquer ocorência durante o plantão e registrou o "baixo efetivo de policiais" e inoperância do telefone da inspetoria.

Ainda de acordo com o documento, a Lemos Brito estava com quatro das sete guaritas, dentro da unidade e em seu entorno, vazias na noite de sábado e madrugada do último domingo, período no qual três detentos fugiram.

De acordo com o documento, das três guaritas internas, dentro de Bangu 6, duas estava descobertas, a LB2 e LB3. Apenas a LB1 estava ocupada por uma agente. Já das quatro guaritas que ficam no entorno da unidade, mas fora dela,  duas estavam vazias – LB84 e LB85 – e outras duas, LB 86 e LB87, estavam com policiais penais nos postos.

Trecho do livro de ocorrências de Bangu 6 — Foto: Reprodução
Trecho do livro de ocorrências de Bangu 6 — Foto: Reprodução

Ainda segundo o documento, entre sábado e domingo, havia seis policiais penais de plantão na Lemos Brito e outros dois na Portaria Unificada. A partir das 20h, durante a escala de serviço noturno, o número de agentes se reduziu à metade, uma vez que os policiais se dividem em dois turnos. Um deles vai de 20h às 2h e o outro, de 2h às 8h, até o fim do plantão.

O relatório aponta também que do total de onze postos de trabalho de policiais penais na penitenciária - incluindo outros locais além das guaritas - cinco estavam cobertos e seis, descobertos.  Agentes que trabalham no sistema prisional relatam que a falta de agentes nas unidades prisionais é frequente e é comum que alguns postos fiquem vazios.

Fugiram de Bangu 6 Jean Carlos Nascimento dos Santos, o Jean do Dezoito, Marcelo de Almeida Farias Sterque, o Marcelinho da Merindiba, e Lucas Apostólico da Conceição, o Índio do Jardim Novo. Eles ainda não foram recapturados. A suspeita é de que os criminosos utilizaram uma escada improvisada, feita com lençóis e pedaços de madeira, para escapar.

Na decisão da última segunda-feira, o juiz Bruno Rulière, fiscalizador do sistema prisional, afirmou ter identificado "falhas grosseiras" na fuga e "omissões ilícitas"  capazes de comprometer a disciplina, ordem e segurança da unidade prisional. O magistrado deu um prazo de 48 horas para que a Seap prestasse uma série de informações sobre a fuga.

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