Dois meses após ser aprovada na Câmara dos Vereadores, a nova lei urbanística de Niterói, que dispõe sobre o uso e a ocupação do solo, o zoneamento, a aplicação de instrumentos de política urbana e as regras de licenciamento e de fiscalização da execução de obras no município, foi sancionada sem vetos pelo prefeito Axel Grael na segunda-feira (20). O projeto, que tramitou durante dois anos, foi aprovado em segunda discussão e contou com 63 emendas, das 283 apresentadas pelos parlamentares.
Em relação ao texto aprovado em primeira discussão na Câmara, as principais alterações no projeto de lei via emendas, na segunda votação, foram as seguintes, destaca a prefeitura:
- Na Praia de Piratininga, o texto inicial previa a construção de até seis andares, mas o Legislativo decidiu manter o padrão atual de quatro andares e permitir uso misto, residencial e comercial
- Na Avenida Raul de Oliveira Rodrigues (Avenida 7), a proposta era permitir a construção de até oito pavimentos, mas foi aprovada emenda para construir até quatro andares, de uso misto, com a criação de uma Zona Especial de Interesse Social (Zeis).
- Em São Francisco, a previsão inicial era de até seis andares, mas a nova lei vai permitir a construção de quatro.
- Em Charitas, na região das barcas, onde a previsão era de 10 andares, serão liberados seis pavimentos.
- Já na área da Pedreira, o projeto permitiria 15 andares, mas foi acordada a construção de até seis andares, de uso misto, com possibilidade de 45% de ocupação.
- Na Rodovia Amaral Peixoto, entre os bairros do Baldeador e Maria Paula, houve redução de 11 para seis andares.
Axel Grael diz que o texto corrige problemas que existiam na legislação e mostra preocupação com a sustentabilidade da cidade a longo prazo.
— Inclusive no entorno da Lagoa de Itaipu, que agora tem, de fato, uma proteção incontestável, porque ela (a nova lei) é baseada na Faixa Marginal de Proteção. De um modo geral, mantém as construções na cidade com um critério muito razoável e muito bem fundamentado ao longo das principais vias de transporte. Não há nenhum exagero em termos de gabarito. Esse é um projeto com parâmetros muito bem fundamentados que vai basear o crescimento da cidade nos próximos anos — afirmou o prefeito Axel Grael ao assinar a lei.
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Antes de ser votado pelos vereadores na Câmara, o Projeto de Lei 221/2023 contou com 21 audiências públicas, sete oficinas participativas e duas consultas públicas com cerca de duas mil pessoas em cada uma. Por parte da prefeitura, a aprovação da nova lei urbanística foi resultado do trabalho do procurador geral do município, Francisco Soares; do secretário municipal de Urbanismo e Mobilidade, Renato Barandier; e do subsecretário Fabrício Arriaga.
Críticas
Apesar de o governo garantir que a lei vai reduzir o adensamento e ampliar a proteção ambiental e de ter cedido diante de importantes demandas feitas pela população, reduzindo gabaritos que seriam ampliados em algumas áreas, ambientalistas e a oposição, que votou contra o projeto em sua totalidade, aprovando apenas emendas pontuais, vêm criticando um possível adensamento em diversos locais da cidade e a liberação de potencial construtivo em áreas antes protegidas. Este último ponto foi motivo de alerta do Ministério Público e apontado pelo GLOBO-Niterói.
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