Política
PUBLICIDADE
Por — Rio de Janeiro

O historiador e militante do PCdoB Sayid Marcos Tenório, que tinha um cargo comissionado na Câmara dos Deputados, foi exonerado nesta terça-feira após zombar de uma mulher israelense sequestrada pelo Hamas em comentário nas redes sociais. Como revelou a colunista do GLOBO Malu Gaspar, o ex-assessor parlamentar, que trabalhava na Casa há 32 anos e é vice-presidente do Instituto Brasil-Palestina, era lotado no gabinete do deputado federal Márcio Jerry(PCdoB-MA) e tinha um salário de R$ 21 mil.

No último sábado, em resposta a um perfil no X (antigoTwitter) que reproduziu o vídeo de uma mulher sequestrada pelo Hamas durante os ataques terroristas em Israel e levantou a hipótese de estupro, Tenório debochou da mancha de cor escura em sua calça. Sobre a postagem, Sayid Marcos Tenório faz uma "mea culpa", avaliando que não deveria ter publicado o comentário, mas alegando também que foi mal interpretado.

— Não deveria ter feito a postagem porque é incoerente com tudo o que sempre publiquei sobre o tema. Mas também avalio que fui mal interpretado, porque ficou parecendo que eu estava ironizando uma mulher, mas que, no contexto, não é uma mulher qualquer, é uma guerrilheira israelense — justificou Tenório ao GLOBO.

Ele ocupava um cargo na Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara, da qual o deputado maranhense é presidente. Antes, ele trabalhou no gabinete de Jerry em um cargo comissionado até o último dia 25, com salário mensal bruto de R$ 21 mil – um dos mais mais altos possíveis na Câmara.

A demissão de Sayid aconteceu ainda nesta terça-feira, logo após a repercussão de seu comentário entre parlamentares de direita, que usaram o caso para atacar representantes do governo. Ao longo dos anos em que esteve na Câmara, ele teve passagens por gabinetes de outros políticos, como o deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP) e os ex-deputados Iara Bernardes e Gustavo Pedro, ambos do PT, e Marta Suplicy, também ex-parlamentar e hoje secretária de Relações Internacionais da cidade de São Paulo.

Tenório é também colunista do site de esquerda Brasil 247, onde assina artigos com títulos como "Terrorismo de Israel contra ONGs de Direitos Humanos" e "Os laços do sionismo com o nazismo". O islamismo entrou na vida do militante em 2007, quando ele ainda se chamava José Marcos Tenório. Com a conversão à religião, veio também o desejo de mudar de nome e, em 2019, após autorização da Justiça, seus registros foram alterados para Sayid Marcos Tenório.

Filiado ao PCdoB, ele não pretender abandonar a militância política em definitivo, mas pretende dar um tempo, "para esperar a poeira baixar".

— Nenhum político quer falar comigo nesse momento e eu também não vou procurar ninguém. Estão usando o meu caso como trampolim para atacar o ministros das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o das Comunicações, Paulo Pimenta, com quem me reuni nos últimas semanas, para apresentar as dificuldades que o povo da Palestina enfrenta, antes mesmo de começar o conflito na região. No momento vou esfriar a cabeça, deixar a poeira abaixar e me concentrar nos meus estudos até ver o que a vida vai oferecer — previu.

Sayid ao lado de deputados no Congresso Nacional — Foto: Reprodução
Sayid ao lado de deputados no Congresso Nacional — Foto: Reprodução

Tenório, além das fotos dos encontros com os ministros de Lula, também exibe em suas redes sociais imagens ao lado de outros políticos, como os deputados federais Orlando Silva (PCdoB-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Erika Kokay (PT-DF). Entre as imagens, há ainda uma foto ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff, que, segundo ele, foi tirada enquanto ela ainda ocupava o Palácio do Planalto.

— Esse encontro aconteceu pouco tempo antes do impeachment, antes de ela ser afastada do cargo. A encontrei em um evento e fiz questão de demonstrar meu apoio à época, mas não tenho nenhuma relação pessoal — ressaltou.

Sayid ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff — Foto: Reprodução
Sayid ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff — Foto: Reprodução
Mais recente Próxima Bolsonaro no TSE: advogados de acusação afirmam que ex-presidente usou atos de governo como 'comício eleitoral'
Mais do Globo

Denise de Oliveira acusou atriz de demiti-la logo após cumprir licença por acidente de trabalho

Glória Pires é condenada a pagar indenização de quase R$ 700 mil à ex-funcionária

A escultura está exposta no Museu Grévin, o mesmo acusado por Dwayne Johnson de ter errado seu tom de pele

Nova estátua de cera de Beyoncé desperta questionamento dos fãs: 'fizeram ela branca?'; veja detalhes

Americana Miki Sudo comeu 51 unidades e bateu recorde na categoria feminina

Com brasileiro na disputa, americano come 58 hot dogs e vence competição tradicional nos EUA; vídeos

Proprietário terá que pagar R$ 268,65; o licenciamento é 100% digital

Detran.RJ prorroga calendário 2024 de licenciamento de veículos; veja as novas datas

A medida valerá para empresas que operam voos regionais com origem ou destino na Amazônia Legal ou em capitais, de forma regular

Reforma Tributária: deputados condicionam alíquota reduzida a aéreas que transportarem no mínimo 600 passageiros por dia

Além dos cuidados com o próprio corpo, é preciso ter a atenção redobrada na higienização correta dos aparelhos

Você é higiênico na academia? Saiba as 6 doenças que podem ser pegas no local

Governo baixa decreto com regras. Data original da prova do Concurso Nacional Unificado foi adiada por causas de chuvas no Rio Grande do Sul. Novo adiamento só poderá ocorrer se problema afetar ao menos 0,5% dos inscritos

CNU: O que acontece em caso de novas tragédias ambientais?

Projeto, que agora aguarda sanção presidencial, poderá beneficiará ex-presidente Alberto Fujimori e 600 militares julgados

Congresso do Peru aprova lei que prescreve crimes contra a Humanidade cometidos antes de 2022

Juliana de Pádua teria integrado uma quadrilha que aplicou golpe de R$ 22 mil em uma mulher

Viúva de Guilherme de Pádua é investigada por estelionato em Minas Gerais