Nomeado pelo presidente Lula (PT) em abril deste ano como superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Rio Grande do Sul, o ex-prefeito de Pontal Nelson José Grasselli (PT) colocou em seu currículo como experiência profissional ter participado da ocupação que deu origem ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). "Participou da ocupação da Fazenda Anonni em 1985", diz como primeira experiência em documento disponibilizado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário.
- Insatisfeito com Lula, MST volta a invadir terrenos às vésperas do retorno da CPI
- Com R$ 17,2 milhões aplicados, Bolsonaro agradece doações: 'Da para pagar contas e comer pastel com Michelle'
- Advogada e filha de vereador tucano: saiba quem é a esposa de Randolfe Rodrigues
A invasão ao qual o político se refere ocorreu em outubro daquele ano e, a partir dela, a Fazenda Anonni passou por reforma agrária e assentou mais de 420 famílias. Também em seu currículo, Grasselli afirma ter coordenado o acampamento por dois anos, entre 1985 e 1987, ano em que foi eleito diretor estadual do MST. Por quatro mandatos, o superintendente esteve na prefeitura de Pontão (1997-2004;2013-2020).
A escolha de Lula por um ex-integrante do MST não é novidade. Em abril, o presidente atendeu as reinvindicações e nomeou sete superintendentes que haviam sido indicados pelo movimento social.
Na superintendência do INCRA do Rio Grande do Norte, por exemplo, o nome escolhido foi o ex-integrante Lucenilson Angelo de Oliveira. Ao contrário de Grasselli, no entanto, o currículo de Oliveira não cita o movimento social ou ocupações.
Em nota, a Superintendência do INCRA informou que a nomeação de Nelson José Grasselli segue os critérios da legislação brasileira e exaltou seu currículo: "Entre as experiências do atual superintendente estão quatro mandatos como prefeito municipal, secretário municipal de Saúde, coordenação de cooperativa, entre outros cargos de gestão e assessoria".