Política
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Por Eduardo Gonçalves — Brasília

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de combate à lavagem de dinheiro, apontou indícios de movimentação financeira "incompatível" feita por uma empresa madeireira fornecedora de uma estatal e que realizou pagamentos a um ex-auxiliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com o documento do Coaf, obtido pelo GLOBO, a Cedro Líbano Comércio de Madeira e Materiais de Construção, cujo faturamento mensal é estimado em R$ 248.649, movimentou R$ 33,2 milhões entre janeiro de 2020 e abril de 2023 — R$ 16,6 milhões em crédito e R$ 16,6 milhões em débito.

Ao analisar essas transações, o órgão destacou que “chama atenção a aparente incompatibilidade entre o porte/estrutura vis a vis e o volume transacionado a crédito no período analisado, o que supostamente pode demonstrar que o cliente esteja utilizando a conta para transacionar recursos provenientes de atividades não declaradas”.

A Cedro Líbano, criada em 2008 e sediada em Goiânia, recebeu do governo federal R$ 299 mil entre 2020 e 2022. Desse valor total, R$ 188.000 foram pagos pela estatal Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf).

Em nota, a Codevasf informou que o montante se referia à compra de “quatro plantadeiras e adubadeiras mecanizadas” para um projeto no Amapá. Procurada, a madeireira não se pronunciou.

Outras operações envolvendo a Cedro Líbano chamaram a atenção do Coaf. Uma delas foi um repasse no valor de R$ 8.330 direto ao segundo-sargento Luis Marcos dos Reis, que era supervisor da Ajudância de Ordens da Presidência e, segundo o seu próprio currículo, “responsável pelo atendimento das demandas pessoais” de Jair Bolsonaro. Reis era subordinado ao tenente-coronel Mauro Cid e, assim como ele, está preso preventivamente no caso das supostas fraudes no cartão de vacinação.

Segundo-sargento Luis Marcos dos Reis é um dos suspeitos de participar do suposto esquema que adulterou dados de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro e auxiliares — Foto: Reprodução
Segundo-sargento Luis Marcos dos Reis é um dos suspeitos de participar do suposto esquema que adulterou dados de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro e auxiliares — Foto: Reprodução

Essa transação entre a madeireira e o militar entrou na mira da Polícia Federal durante uma investigação envolvendo movimentações financeiras de cartões corporativos da Presidência da República, administrados por Cid e seus auxiliares. Após quebrar o sigilo dos auxiliares de Bolsonaro, investigadores descobriram que Reis recebeu recursos da fornecedora da Codevasf — e passaram a apurar o caso.

Segundo as investigações, Reis recebeu R$ 101.420 da empresa ou de sócios dela entre 2019 a 2022. Os pagamentos foram feitos em mais de 40 parcelas que variam entre R$ 1.000 a 16.900.

“Identificou-se algumas transações entre as contas da empresa Cedro do Líbano, ou pessoas vinculadas a ela direta ou indiretamente com Luis Marcos do Reis, lotado à época dos fatos na Ajudância de Ordens da Presidência da República”, diz um relatório da PF.

A defesa de Reis afirma que ainda não teve acesso ao processo e que, portanto, não tem como comentar sobre as informações. O advogado Bernardo Fenelon, que defende Cid, nega qualquer irregularidade e diz que todas as transações foram esclarecidas para a Polícia Federal

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