Política
PUBLICIDADE

Por Eduardo Gonçalves — Brasília

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de combate à lavagem de dinheiro, apontou que uma conta bancária do ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões por meio de transações de Pix. As operações foram realizadas entre 1 de janeiro a 4 de julho deste ano.

O documento do Coaf, ao qual O GLOBO teve acesso, diz que os valores são "atípicos" e se referem "provavelmente" à campanha de arrecadação feita por Bolsonaro para pagar as multas que recebeu durante o seu governo, como a de circular na rua sem máscaras durante a pandemia de Covid-19.

No início do ano, a chave Pix de Bolsonaro foi divulgada nas redes sociais de ex-ministros do seu governo e parlamentares do PL para impulsionar a campanha de arrecadação. A Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 87.000 nas contas do ex-mandatário pelo não pagamento de multas aplicadas durante pandemia. As autuações se referem a três visitas que ele fez ao Estado em 2021.

O órgão de inteligência financeira rastreou, ao todo, 769.717 operações de Pix efetuadas em seis meses. A assessoria de comunicação e a defesa de Bolsonaro foram procuradas, mas não se manifestaram.

Entre os principais doadores, figuram na lista uma empresária do agronegócio, com R$ 20 mil; um dono de uma companhia da construção civil, com R$ 10 mil; e um escritor, com R$ 10 mil; entre outros.

Repasses para Wal do Açaí, Michelle e irmão

Segundo relatório do Coaf, o ex-presidente também fez um repasse de R$ 3.600 neste ano para Walderice Santos da Conceição, a Wal do Açaí, apontada pelo Ministério Público Federal (MPF) como funcionária fantasma no período em que Bolsonaro foi deputado federal. Os dois negam a acusação.

No campo dos destinatários de recursos, também há dez lançamentos, totalizando R$ 56.073, para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Houve ainda 17 transferências, em um total de R$ 14.268 para uma lotérica, aberta em 2000, cujos sócios são um irmão e um sobrinho de Bolsonaro.

Ex-ministro e atual advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, reclamou dos "vazamentos" nas redes sociais.

"São inadmissíveis os vazamentos de quebras de sigilos financeiros de investigados no inquérito de 8/1 e ou de qualquer outra investigação sigilosa. Faz-se necessário identificar quem está entrando na tal sala cofre para que as medidas judiciais sejam tomadas. Quem vazou será criminalizado".

Em nota, a defesa de Bolsonaro afirmou que os valores depositados têm origem “lícita” e criticou o que chamou de “inaceitável e criminosa violação de sigilo bancário”.

“A ampla publicização nos veículos de imprensa de tais informações consiste em insólita, inaceitável e criminosa violação de sigilo bancário, espécie, da qual é gênero, o direito à intimidade, protegido pela Constituição Federal no capítulo das garantias individuais do cidadão. Para que não se levantem suspeitas levianas e infundadas sobre a origem dos valores divulgados, a defesa informa que estes são provenientes de milhares de doações efetuadas via Pix por seus apoiadores, tendo, portanto, origem absolutamente lícita”, diz o texto, assinado pelos advogados Paulo da Cunha Bueno, Daniel Tesser e Fábio Wajngarten.

A defesa diz ainda que “tomará as providências criminais cabíveis para apuração da autoria da divulgação de tais informações”.

Mais recente Próxima Janja diz que já sofreu assédio sexual e moral
Mais do Globo

Segundo estimativas do setor, a tributação prevista no texto em análise na Câmara causaria uma perda de 10,92% no valor do benefício que o participante tem a receber no futuro

Reforma Tributária: governo avalia isentar fundos de previdência fechados de taxação
Os planos eleitorais de Jean Paul Prates

Presidente do Brasil é torcedor do clube paulista e não está contente com o desempenho da equipe

Lula desabafa sobre momento do Corinthians: 'Quando quero ver o time, viro a tabela de cabeça para baixo'

O café da manhã foi reduzido em uma hora e meia devido a escassez de ovos causada por surtos da doença que levaram ao abate de mais de 1 milhão de galinhas

Mc Donald's altera serviço na Austrália por causa de gripe aviária; entenda

Uma faixa da Avenida Aquarela do Brasil, na altura do Metrô São Conrado, está ocupada

Carro pega fogo em São Conrado

O caso é investigado pelo 41º Distrito Policial (Vila Rica). A polícia afirmou que um novo boletim de ocorrência foi realizado em razão de ameaças em ato na porta da escola

Mãe grava áudio e denuncia escola por maus-tratos contra filho autista em São Paulo; instituição se pronuncia

Xristina, 31, disse que a pessoa que tentou roubá-la alegou ser um menino de 12 anos, embora parecesse mais velho; ele teria chorado e dito que foi forçado a cometer o crime

Vídeo: Mulher impede roubo de moto após render ladrão com movimentos de taekwondo na Inglaterra; assista