Ao final de dois dias de uma cúpula na Suíça que discutiu a guerra na Ucrânia e formas de encerrar o conflito, iniciado em fevereiro de 2022, 80 países aprovaram uma declaração exigindo o respeito à integridade territorial ucraniana, o retorno de prisioneiros de guerra e defenderam o diálogo entre os envolvidos. Ao mesmo tempo, 12 participantes — incluindo países-chave do chamado Sul Global — não endossaram o documento, expondo divergências globais sobre o conflito.
O texto destaca que a guerra “continua causando grande sofrimento humano e destrução, e continua causando riscos e crises com repecussões globais”, reafirmando que as nações devem seguir os preceitos da Carta da ONU e evitar “o uso de força contra a integridade territorial ou contra a independência política de qualquer Estado”. Disputas, afirma a declaração final, devem ser resolvidas através de “meios pacíficos, seguindo os princípios da lei internacional”.
Os signatários defendem ações concretas para garantir a segurança de instalações nucleares, como a usina de Zaporíjia, cenário de combates recorrentes desde março de 2022, e destacam que o uso de armas nucleares no contexto da guerra “é inadmissível”, uma mensagem velada ao presidente russo, Vladimir Putin, que não raramente cita seu extenso arsenal e a possibilidade de empregá-lo. O texto exige medidas para garantir a produção e transporte de alimentos, e destaca que “a segurança alimentar não deve ser usada como arma, de qualquer forma”.
Por fim, a declaração final pede a libertação de todos os prisioneiros de guerra, além do retorno imediato das crianças ucranianas levadas para o território russo — segundo Kiev, milhares de menores de idade foram ilegalmente transportados para a Rússia desde o início da guerrra, e alguns estariam sendo disponibilizados para adoção. A denúncia motivou um pedido de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional contra Putin, no ano passado, mas Moscou nega qualquer ilegalidade, afirmando que agiu para “defender” as crianças.
Desde seu anúncio, o encontro da Suíça provocou um debate sobre a ausência da Rússia da mesa de debates. Moscou não foi convidada, e tem agido nos bastidores e através da mídia estatal para abalar a credibilidade da iniciativa. Além disso, a China, hoje principal parceira política e econômica dos russos, rejeitou o convite: de acordo com a agência Reuters, a diplomacia chinesa considerou que não havia condições necessárias para a realização de uma cúpula do tipo, reiterou que todos os lados deveriam ser convidados, e que todas as propostas fossem debatidas.
A dissidência foi vista mais uma vez neste domingo: dos 92 países, 12 não assinaram a declaração final, incluindo Brasil, Índia e África do Sul, membros do Brics (grupo formado também pela Rússia e China), países do chamado “Brics ampliado”, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, além do Vaticano, que se apresenta como um potencial mediador do conflito.
Em março, o Papa Francisco provocou críticas em Kiev ao defender em entrevista que a Ucrânia deveria ter a coragem de hastear a bandeira branca e negociar a paz com os russos. Em resposta, o governo ucraniano disse que o pontífice deveria se dirigir não à vítima, mas sim ao agressor.
No caso dos Brics, todos têm mantido, em diferentes níveis, um tom neutro, evitando críticas diretas à Rússia e apelando para negociações inclusivas. Em maio, Brasil e China divulgaram uma declaração conjunta na qual defendem, dentre outros tópicos, a realização de uma conferência internacional de paz, reconhecida por Rússia e Ucrânia, para uma “discussão justa de todos os planos de paz”. Segundo a agência Reuters, diplomatas chineses trabalham nos bastidores para garantir apoio à iniciativa de paz de Pequim.
Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, justificou a falta de endosso do país ao documento pelo fato de o país ter participado como observador da cúpula da Suíça.
— O Brasil participou como observador — declarou.
Esgotamento no front ucraniano
![Soldados ucranianos aguardam ordens para disparar contra posições russas distantes apenas três quilômetros dali. Com a escassez de munições, os soldados passam horas e horas aguardando ordens para disparar. Foto tirada na Floresta de Kremina, Oblast de Donetsk, Ucrânia — Foto: Yan Boechat](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/a9BhNY8YPjw-Mv-IBv_-kE5ckFQ=/0x0:3000x2000/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/B/d/OXwT53TkuSwILn2ONUjw/106705434-oglobo2-floresta-de-kremina-oblast-de-donetsk-ucrania-soldados-ucranianos-aguardam-ord.jpg)
![Soldados ucranianos aguardam ordens para disparar contra posições russas distantes apenas três quilômetros dali. Com a escassez de munições, os soldados passam horas e horas aguardando ordens para disparar. Foto tirada na Floresta de Kremina, Oblast de Donetsk, Ucrânia — Foto: Yan Boechat](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/3V4ru77Bxl9WlgKgSJNDd7QG_L8=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/B/d/OXwT53TkuSwILn2ONUjw/106705434-oglobo2-floresta-de-kremina-oblast-de-donetsk-ucrania-soldados-ucranianos-aguardam-ord.jpg)
Soldados ucranianos aguardam ordens para disparar contra posições russas distantes apenas três quilômetros dali. Com a escassez de munições, os soldados passam horas e horas aguardando ordens para disparar. Foto tirada na Floresta de Kremina, Oblast de Donetsk, Ucrânia — Foto: Yan Boechat
![Soldados ucranianos fritam barriga de porco para comer como jantar em um bunker nas linhas de frente. Com os russos atacando e pouca munição soldados passam a maior parte do tempo em buracos como esse aguardando raras ordens para disparar contra o inimigo. Foto tirada em Kupiansk, Oblast de Kharkiv, Ucrânia. — Foto: Yan Boechat](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/bLD9LLo_Va0oHBbutnZ7G9OkHBQ=/0x0:3000x2000/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/9/K/sbmasAStmyVtAEjFNi0Q/106705440-oglobo27-kupiansk-oblast-de-kharkiv-ucrania-soldados-ucranianos-fritam-barriga-de-porc.jpg)
![Soldados ucranianos fritam barriga de porco para comer como jantar em um bunker nas linhas de frente. Com os russos atacando e pouca munição soldados passam a maior parte do tempo em buracos como esse aguardando raras ordens para disparar contra o inimigo. Foto tirada em Kupiansk, Oblast de Kharkiv, Ucrânia. — Foto: Yan Boechat](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/uw2EEdwvqxtPWetCRHG83RVWYp8=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/9/K/sbmasAStmyVtAEjFNi0Q/106705440-oglobo27-kupiansk-oblast-de-kharkiv-ucrania-soldados-ucranianos-fritam-barriga-de-porc.jpg)
Soldados ucranianos fritam barriga de porco para comer como jantar em um bunker nas linhas de frente. Com os russos atacando e pouca munição soldados passam a maior parte do tempo em buracos como esse aguardando raras ordens para disparar contra o inimigo. Foto tirada em Kupiansk, Oblast de Kharkiv, Ucrânia. — Foto: Yan Boechat
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![Maryna reza enquanto bombas guiadas disparadas pela força aérea russa sobrevoam o povoado de Netailove, a poucos quilômetros das linhas de frente. Neste dia, a senhora de 52 anos decidiu abandonar sua casa por temer que os combates logo chegariam a sua vila. Foto tirada em Netailove, Oblast de Donetsk, Ucrânia, em março de 2024 — Foto: Yan Boechat](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/_6hKM7VEH9DBO7CSSsE1oPKa9ZI=/0x0:3000x2000/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/m/i/CvNXw4QACFQpFtaPBUBw/106705402-oglobo12-netailove-oblast-de-donetsk-ucrania-maryna-reza-enquanto-bombas-guiadas-dispa.jpg)
![Maryna reza enquanto bombas guiadas disparadas pela força aérea russa sobrevoam o povoado de Netailove, a poucos quilômetros das linhas de frente. Neste dia, a senhora de 52 anos decidiu abandonar sua casa por temer que os combates logo chegariam a sua vila. Foto tirada em Netailove, Oblast de Donetsk, Ucrânia, em março de 2024 — Foto: Yan Boechat](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/qHimbIbrbSgbBOWoefIoT4cQZE4=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/m/i/CvNXw4QACFQpFtaPBUBw/106705402-oglobo12-netailove-oblast-de-donetsk-ucrania-maryna-reza-enquanto-bombas-guiadas-dispa.jpg)
Maryna reza enquanto bombas guiadas disparadas pela força aérea russa sobrevoam o povoado de Netailove, a poucos quilômetros das linhas de frente. Neste dia, a senhora de 52 anos decidiu abandonar sua casa por temer que os combates logo chegariam a sua vila. Foto tirada em Netailove, Oblast de Donetsk, Ucrânia, em março de 2024 — Foto: Yan Boechat
![Soldado ucraniano aguarda na saída de um bunker o fim da atividade de drones russos que sobrevoam a área em busca de alvos ativos, como soldados ou peças de artilharia em atividade. Foto tirada em Chasiv Yar, Oblast de Donetsk, Ucrânia — Foto: Yan Boechat](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/nbs_ABvzmYK8y4z00OF9WcqrrkM=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/1/s/igCPjeSOOTncITB9Mk1Q/106705450-oglobo22-chasiv-yar-oblast-de-donetsk-ucrania-soldado-ucraniano-aguarda-na-saida-de-um.jpg)
Soldado ucraniano aguarda na saída de um bunker o fim da atividade de drones russos que sobrevoam a área em busca de alvos ativos, como soldados ou peças de artilharia em atividade. Foto tirada em Chasiv Yar, Oblast de Donetsk, Ucrânia — Foto: Yan Boechat
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![Soldados ucranianos saem em patrulha em região de combates no entorno da cidade Kupiansk, área que já foi controlada pelos russos no início da invasão e alvo de constantes ataques das tropas de Moscou. — Foto: Yan Boechat](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/2dLwsbb8O5h8xkRnLQW93hL7o04=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/0/P/MvPoiiSZaNgXQRA7Akhg/106705406-oglobo11-kupiansk-oblast-de-kharkiv-ucrania-soldados-ucranianos-saem-em-patrulha-em-re.jpg)
Soldados ucranianos saem em patrulha em região de combates no entorno da cidade Kupiansk, área que já foi controlada pelos russos no início da invasão e alvo de constantes ataques das tropas de Moscou. — Foto: Yan Boechat
![Soldado ucraniano se prepara para ser levado para um turno de três dias para o que se convencionou chamar de linha zero, o ponto onde as tropas estão combatendo diretamente em trincheiras ou pequenos aglomerados urbanos. Foto tirada em Kostiantinyvka, Oblast de Donetsk, Ucrânia — Foto: Yan Boechat](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/X7aWP1E2HMb8Y48_nCoiM6iLhTI=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/B/w/394vpKSHOlCWjhQM7e1A/106705468-oglobo7-kostiantinyvka-oblast-de-donetsk-ucrania-soldado-ucraniano-se-prepara-para-ser.jpg)
Soldado ucraniano se prepara para ser levado para um turno de três dias para o que se convencionou chamar de linha zero, o ponto onde as tropas estão combatendo diretamente em trincheiras ou pequenos aglomerados urbanos. Foto tirada em Kostiantinyvka, Oblast de Donetsk, Ucrânia — Foto: Yan Boechat
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![Edifício da administração civil da cidade de ocheretyno foi duramente bombardeado durante o avanço das tropas russas em direção à cidade. Nesta semana, soldados russos ergueram a bandeira do país neste mesmo prédio, mostrando que havia tomado a cidade estratégica. Foto tirada em Ocheretyno, Oblast de Donetsk, Ucrânia — Foto: Yan Boechat](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/XxstwLFI2BtpfOT1UmK3IHZH5Oo=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/y/P/A5juIlRzKAC2noA1g3IA/106705458-oglobo20-ocheretyno-oblast-de-donetsk-ucrania-edificio-da-administracao-civil-da-cidad.jpg)
Edifício da administração civil da cidade de ocheretyno foi duramente bombardeado durante o avanço das tropas russas em direção à cidade. Nesta semana, soldados russos ergueram a bandeira do país neste mesmo prédio, mostrando que havia tomado a cidade estratégica. Foto tirada em Ocheretyno, Oblast de Donetsk, Ucrânia — Foto: Yan Boechat
![Paraskovya e a sua família decidiram ficar em sua casa mesmo com a guerra chegando cada vez mais perto de sua cidade semi-destruída. A senhora diz estar com medo das explosões constantes, mas conta ter ainda mais medo de se tornar uma refugiada. Foto tirada em Ocheretyno, Oblast de Donetsk, Ucrânia — Foto: Yan Boechat](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/NIEv5vWXbS-RJv16zDNxeTyoD8o=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/1/B/AhvAy2TfqBh7dcLgBAWQ/106705414-oglobo1-ocheretyno-oblast-de-donetsk-ucrania-paraskovya-e-a-sua-familia-decidiram-fica.jpg)
Paraskovya e a sua família decidiram ficar em sua casa mesmo com a guerra chegando cada vez mais perto de sua cidade semi-destruída. A senhora diz estar com medo das explosões constantes, mas conta ter ainda mais medo de se tornar uma refugiada. Foto tirada em Ocheretyno, Oblast de Donetsk, Ucrânia — Foto: Yan Boechat
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![Soldado ucraniano caminha com drone de observação na retaguarda das áreas de combate. Os drones simples, baratos e em imensa quantidade transformaram a maneira como russos e ucranianos estando combatendo. Foto tirada em Zarichne, Oblast de Donetsk, Ucrânia — Foto: Yan Boechat](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/-tAhX8zdU6mSWcS6Dv_URi7M-CQ=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/1/I/JUyEs0T4uAI9P0hW0vGg/106705400-oglobo18-zarichne-oblast-de-donetsk-soldado-ucraniano-caminha-com-drone-de-observacao.jpg)
Soldado ucraniano caminha com drone de observação na retaguarda das áreas de combate. Os drones simples, baratos e em imensa quantidade transformaram a maneira como russos e ucranianos estando combatendo. Foto tirada em Zarichne, Oblast de Donetsk, Ucrânia — Foto: Yan Boechat
![Monya (nome de guerra), 43 anos, passou os últimos dois anos na linha de frente e teve apenas uma folga desde o início da invasão russa contra a Ucrânia. Foto tirada em Pokrovsk, Oblast de Donbas, Ucrânia — Foto: Yan Boechat](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/H7cK_OK9J2sRAkZVdrOpk3XQiSs=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/P/w/cbot6DR0Wxz4Ty2xjpGQ/106718239-26-04-2024-pokrovsk-oblast-de-donbas-ucrania-monya-nome-de-guerra-43-passou-os-ultimos-d.jpg)
Monya (nome de guerra), 43 anos, passou os últimos dois anos na linha de frente e teve apenas uma folga desde o início da invasão russa contra a Ucrânia. Foto tirada em Pokrovsk, Oblast de Donbas, Ucrânia — Foto: Yan Boechat
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![Monya (nome de guerra), 43 anos, passou os últimos dois anos na linha de frente e teve apenas uma folga desde o início da invasão russa contra a Ucrânia. Foto tirada em Pokrovsk, Oblast de Donbas, Ucrânia — Foto: Yan Boechat](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/BUXIeuvavffjZ1W3WIoe-pfcyhc=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/t/O/tSSSNdRVa4JyhfaxrLJA/106718235-26-04-2024-pokrovsk-oblast-de-donbas-ucrania-monya-nome-de-guerra-43-passou-os-ultimos-d.jpg)
Monya (nome de guerra), 43 anos, passou os últimos dois anos na linha de frente e teve apenas uma folga desde o início da invasão russa contra a Ucrânia. Foto tirada em Pokrovsk, Oblast de Donbas, Ucrânia — Foto: Yan Boechat
![Monya (nome de guerra), 43 anos, passou os últimos dois anos na linha de frente e teve apenas uma folga desde o início da invasão russa contra a Ucrânia. Foto tirada em Pokrovsk, Oblast de Donbas, Ucrânia — Foto: Yan Boechat](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/l6qUPvrLFHSEcOw-2CgDjyZNSIU=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/T/h/f0OOo1Suu2F2aVh7hLbw/106718241-26-04-2024-pokrovsk-oblast-de-donbas-ucrania-monya-nome-de-guerra-43-passou-os-ultimos-d.jpg)
Monya (nome de guerra), 43 anos, passou os últimos dois anos na linha de frente e teve apenas uma folga desde o início da invasão russa contra a Ucrânia. Foto tirada em Pokrovsk, Oblast de Donbas, Ucrânia — Foto: Yan Boechat
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![Monya (nome de guerra), 43 anos, passou os últimos dois anos na linha de frente e teve apenas uma folga desde o início da invasão russa contra a Ucrânia. Foto tirada em Pokrovsk, Oblast de Donbas, Ucrânia — Foto: Yan Boechat](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/p78PBYVaXmWBPYTSCvrQOYnym5c=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/m/R/qz59ZdRnucX0qgFtCKPw/106718237-26-04-2024-pokrovsk-oblast-de-donbas-ucrania-monya-nome-de-guerra-43-passou-os-ultimos-d.jpg)
Monya (nome de guerra), 43 anos, passou os últimos dois anos na linha de frente e teve apenas uma folga desde o início da invasão russa contra a Ucrânia. Foto tirada em Pokrovsk, Oblast de Donbas, Ucrânia — Foto: Yan Boechat
A embaixadora do Brasil na Suíça, Claudia Fonseca Buzzi, foi a representante do país na reunião. Na quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil não iria participar da cúpula porque ela não teria representantes dos dois lados do conflito.
—Eu tinha mandado carta para a presidenta (da Suíça, Viola Amherd, e disse) que o Brasil não ia participar de uma cúpula que só tem um lado. As guerras são feitas por duas nações. Se quiser encontrar paz, tem que colocar os dois em um ambiente de negociação.
A presença dos sauditas entre os que preferiram não assinar a declaração também não surpreende: Riad não esconde a força da parceria com Moscou, intensificada ao longo dos últimos anos, ao mesmo tempo em que nutre laços também com Kiev, em busca de uma imagem de neutralidade. Na quarta-feira passada, Zelensky esteve em Jedá, onde se encontrou com o príncipe herdeiro (e virtual líder do reino) Mohammad bin Salman.
![Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (E), conversa com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman, em Jedá — Foto: AFP PHOTO / HO / SPA](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/BiYz6qxtGMKrczzunCjJFfTkI1o=/0x0:3500x2333/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/x/i/vS85GjRAi2KRtMlrMAIw/107282195-correction-a-handout-picture-provided-by-the-saudi-press-agency-spa-on-june-12-2024-show.jpg)
Tal como o Vaticano, os sauditas querem ser vistos como potenciais e legítimos mediadores de um processo de paz, embora os laços com Moscou, sejam bilaterais ou através de organizações como o Brics expandido e a Opep+, possam ser questionados por atores alinhados a Kiev.
Com ou sem assinaturas, o encontro foi uma demonstração do compromisso político dos aliados de Kiev com a soberania do país, apesar de não trazer tantos resultados concretos, como esperava Zelensky. No sábado, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, prometeu um pacote de US$ 1,5 bilhão destinados à reconstrução ucraniana — na sexta-feira, o presidente ucraniano fez um apelo aos líderes do G7 para que adotassem uma estratégia similar ao Plano Marshall, criado pelos EUA para viabilizar a reconstrução da Europa depois da Segnda Guerra Mundial.
— Essa guerra continua sendo um fracasso absoluto para Putin. estou aqui na Suíça para apoiar a Ucrânia e os líderes de todo o mundo em um apelo por uma paz justa e duradoura — disse Harris.