'Rivais': Zendaya vive triângulo amoroso em filme que 'esbanja sensualidade'

Dirigido por Luca Guadagnino, de 'Me chame pelo seu nome' (2017), longa com Caetano Veloso na trilha sonora 'valoriza as relações masculinas'; Bonequinho olha

Por — Rio de Janeiro


Em cena no longa 'Rivais', o triângulo amoroso com Mike Faist, Zendaya e Joch O'Connor Divulgação

Em “Rivais”, os amigos Patrick (Josh O’Connor) e Art (Mike Faist) se envolvem com a mesma mulher, Tashi (Zendaya). Ao abordar esse imbróglio afetivo, Luca Guadagnino — escorado no roteiro de Justin Kuritzkes — prioriza não exatamente o vínculo de cada um com Tashi, e sim o elo entre os homens. Não é a primeira vez que o diretor valoriza as relações masculinas, a julgar pelo celebrado “Me chame pelo seu nome” (2017).

Além desse oportuno recorte, o filme destaca, por meio de (excessivos) avanços e recuos no tempo, o contraste entre a leveza da juventude e a desestabilização emocional dos personagens anos depois. Tashi age de forma manipuladora, Art se sente ameaçado tanto na profissão quanto na esfera conjugal, e Patrick enfrenta dificuldades econômicas, mas conserva certo deboche. Como se pode perceber, não falta assunto ao longo de “Rivais”. Guadagnino, porém, parece mais interessado em seduzir o espectador. Não por acaso, o elenco central esbanja sensualidade e o universo esportivo (os protagonistas são atletas do tênis) ganha registro eletrizante.

O resultado evidencia qualidades consideráveis. Duas sequências merecem elogios: a do embate entre Patrick e Art na sauna e a da partida final, na qual o público é “inserido” dentro da quadra através dos movimentos de câmera (fotografia de Sayombhu Mukdeeprom, habitual colaborador de Guadagnino). Há ainda a bem-vinda inclusão de Caetano Veloso na trilha sonora. Apesar desses méritos, o cineasta assina um filme repleto de atmosfera, mas algo vazio.

Bonequinho olha.

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