Cinema
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Por — Rio de Janeiro

O escritor britânico Alex Garland fez sua estreia na direção com o ótimo “Ex Machina — Instinto artificial” (2014), pelo qual foi indicado ao Oscar de melhor roteiro. Após os interessantes “Aniquilação” (2018) e “Men: Faces do medo” (2022), ele entrega mais um belo trabalho com “Guerra civil”, um filme tenso e hipnotizante. Apesar de o projeto ser uma ficção, a maneira realista com que Alex desenvolve cada sequência faz o espectador se sentir assistindo a um documentário sobre o incansável e perigoso trabalho dos jornalistas que cobrem conflitos armados, especialmente quando resultam em guerras.

A história acontece num futuro distópico em que uma generalizada guerra civil envolve um presidente dos EUA que toma medidas autoritárias e forças contrárias ao regime que ele estabelece. No meio desse conflito, um grupo de jornalistas liderados por Lee (Kirsten Dunst) e Joel (Wagner Moura) embarca na missão de chegar à capital e tentar entrevistar o presidente. Junto com a dupla, estão a jovem Jessie (Cailee Spaeny) e o veterano Sammy (Stephen McKinley Henderson). Todos ótimos e críveis com a interpretação que os atores dão a seus personagens.

Num primeiro momento, o roteiro escrito por Alex Garland carece de informação sobre o que levou ao tal imbróglio armado, assim como falta levantar temas em torno do autoritarismo e da banalização da violência. Mas o objetivo de retratar a selvageria da guerra e como isso afeta os profissionais encarregados de cobrir os combates é cumprido. Com muita habilidade técnica, e a competente participação do elenco, Alex faz o espectador experimentar com precisão o que os jornalistas sentem no cenário caótico.

Bonequinho aplaude

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