Por mais que a simples menção do nome Fluminense FM tenha um apelo nostálgico tremendo para uma parcela dos jovens dos anos 80 no Rio de Janeiro, transformar a história de uma rádio alternativa num filme de ficção com ambições comerciais não é tarefa das mais fáceis. Para quem teve sua formação musical moldada pela programação da rádio, o filme escrito por L.G. Bayão e dirigido por Tomás Portella traz momentos de puro deleite. Mas como a geração que só se diverte nos shows filmando com smartphone vai se deparar com a cena de uma plateia dançando enlouquecidamente?
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Ambientado num mundo analógico que hoje pode parecer ficção científica para essa galera, “Aumenta que é rock ‘n’ roll” conta a história dos primeiros anos (1982-1985) da rádio que ficou conhecida como A Maldita pela ousadia de trazer exclusivamente locutoras mulheres, tocar só rock e romper com o círculo vicioso dos jabás de gravadora. Baseado nas memórias de seu criador, o jornalista Luiz Antônio Mello, a aventura empreendida por ele se dá num momento efervescente da história política e cultural do país, em meio ao processo de redemocratização e o surgimento da geração do BRock capitaneada por Blitz, Paralamas e Legião Urbana.
Isso ajuda a ditar o ritmo envolvente, com casos engraçados intercalados com momentos musicais. A concessão fica por conta da historinha de amor, que não convence, mas é compensada pela produção caprichada e os ótimos desempenhos do elenco, com destaque para Johnny Massaro.
Bonequinho aplaude.