Justiça condena criador de grupo no Discord que praticava estupros virtuais e induzia atos de extrema violência a 24 anos de prisão

Pedro Ricardo Conceição da Rocha, preso em julho de 2023, responde pelos crimes de associação criminosa, estupro qualificado e coletivo, estupro de vulnerável e corrupção de menores

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Pedro Ricardo Conceição da Rocha foi preso no ano passado Reprodução

O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) condenou Pedro Ricardo Conceição da Rocha, conhecido como 'King do Discord', a 24 anos e sete meses de prisão pelos crimes de associação criminosa, estupro qualificado e coletivo, estupro de vulnerável e corrupção de menores. A decisão saiu após denúncia da 2ª Promotoria de Justiça de Cachoeiras de Macacu, na Região Metropolitana do Rio.

Entre agosto de 2021 e março de 2023, Pedro criou um grupo no Discord com outros quatro adolescentes para cometer crimes contra menores de idade. A plataforma permite que as pessoas se comuniquem em transmissões de vídeos ao vivo.

"Os integrantes da associação criminosa, dentre eles o denunciado, atuavam não só através da contemplação virtual, mas também pela determinação ao vivo e online de ações proativas de vítimas, crianças e adolescentes, constrangidas sob ameaças de causar mal às vítimas e seus familiares e de divulgação de fotos e vídeos íntimos anteriormente hackeados, a praticarem atos de automutilação, degradação física, exposição íntima, zoofilia e atos libidinosos, colocando em risco a saúde, integridade física e psicológica das vítimas", ressalta a denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ).

Os crimes de Pedro Ricado vieram à tona em 4 de julho do ano passado, quando foi preso em Teresópolis, cidade da Região Serrana do Rio. De acordo com as investigações da Polícia Civil, entre agosto de 2021 e março de 2023, ele teria criado um grupo com mais quatro adolescentes no Discord, na qual divulgavam e armazenavam arquivos contendo cenas de abuso sexual infantojuvenil; produção de arquivos contendo cenas de abuso sexual infantojuvenil; estupro de vulnerável e induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação.

Segundo as investigações, os participantes da associação criminosa, em um primeiro momento, vasculhavam as redes sociais das vítimas, usuárias da plataforma Discord, na busca de fotos e vídeos tidos como comprometedores e dos dados pessoais dos menores e seus familiares. Em seguida, as vítimas eram ameaçadas e os criminosos diziam que iriam divulgar os arquivos, atraindo crianças e adolescentes para chamadas de vídeo. Ainda de acordo com as autoridades, Pedro Ricardo Conceição da Rocha exercia o domínio sobre os demais integrantes do grupo.

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