'Ele era o meu príncipe, quero justiça', diz pai de menino encontrado morto em piscina na Zona Oeste do Rio

Na noite de segunda-feira, Kaique Gabriel Lima da Silva, de 4 anos, estava em um salão de festas com a mãe quando saiu para brincar com outras crianças e não foi mais visto

Por — Rio de Janeiro


Menino de 4 anos é encontrado morto em piscina na Zona Oeste do Rio Arquivo pessoal

O pai do menino Kaique Gabriel Lima da Silva, de 4 anos, encontrado morto dentro de uma piscina, na Comunidade do Rollas, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, na madrugada desta quarta-feira, afirma que a família está arrasada e pede por justiça. Segundo o encarregado de açougue Marco Aurélio de Paula Lima, de 38 anos, a criança era querida por todos.

— A minha família está arrasada e destruída. Eu sempre fui considerado um dos mais queridos dentro de casa, então o Kaique era o nosso príncipe. Meu filho era uma criança que amava brincar, andar de bicicleta e ser amigo de todo mundo. Ele não merecia nada disso que aconteceu com ele e eu vou lutar para conseguir todas as respostas. Eu quero justiça, o que eu mais desejo é entender o que aconteceu com o meu filho, se foi negligência ou se alguém fez maldade com ele — conta Marco Aurélio.

Ainda de acordo com o pai, o menino, que morava com a mãe, chegou a "implorar" para viver com ele, no último sábado:

— Eu peguei o Kaique para sair e ele chorou pedindo para morar comigo. Ele implorou para viver na minha casa, mas não tinha como porque a minha mulher trabalha em dois lugares e eu também passo o dia inteiro fora, não conseguiríamos cuidar dele. Meu coração dói toda vez que lembro disso.

Kaique Gabriel e o pai — Foto: Arquivo Pessoal

A família relata que o pequeno Kaique estava em um salão de festas, ainda não inaugurado, na segunda-feira, com a mãe e parentes, perto da associação de moradores da favela, quando saiu para brincar com outras crianças e desapareceu. Na madrugada desta quarta, o corpo da criança foi encontrado dentro da piscina da casa de festas. Ainda não há informações sobre o que aconteceu. Marco aponta que a criança sumiu por volta das 22h, porém a mãe só foi dar falta do menino às 14h desta terça.

— A mãe dele me contou que achou que o Kaique estava na casa da minha sobrinha porque ele tinha o costume de ir para lá. Na segunda-feira, por volta das 14h, ela pediu para a irmã mais velha dele ir buscá-lo, mas ele não estava na residência. Eu fiquei sabendo do caso e corri para os hospitais atrás dele, só que não achamos. Nisso, eu fui na delegacia e registrei um boletim de ocorrência na 36ª DP (Santa Cruz). Como eu sou muito conhecido na região, o pessoal fez uma força-tarefa. A galera chegou até a pular o muro do salão de festas na terça-feira e ninguém viu o corpo do Kaique. Ele não estava lá e depois apareceu na madrugada na piscina — afirma Marco Aurélio.

O delegado Edezio Ramos, titular da 36ª DP (Santa Cruz), destaca que as investigações estão em andamento e o próximo passo será ouvir o responsável pelo salão de festas. Uma perícia foi realizada no local e parentes do menino estão prestando depoimento para apurar as circunstâncias da morte.

— Nós estamos tentando montar o cenário, o corpo está no IML e queremos entender se ele foi afogado ou não. Não estamos descartando nada, vamos tentar todas as linhas possíveis — ressalta Edezio.

Em nota, a Polícia Militar disse que "homens do 27º BPM (Santa Cruz), foram acionados para a ocorrência e, chegando ao local, os policiais foram informados pelo pai de uma criança sobre o seu desaparecimento desde o dia 3 e que a mãe não foi localizada até o momento". Ainda de acordo com a PM, "após buscas no endereço onde acontecia um evento no momento em que foi percebido o sumiço da criança, o corpo foi achado na beira de uma piscina. O caso foi registrado na 36ª DP (Santa Cruz)".

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