Rio
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A mãe da jovem Allana Andrade Augusto de Oliveira, de 19 anos, espancada pelo namorado, de 28 anos, no Vidigal, na Zona Sul do Rio, conta que a filha foi atraída para o local onde ocorreram as agressões com a justificativa de comprar cerveja e tirar uma foto. Nathalia Andrade relata que o casal estava assistindo a disputa entre Flamengo e Vasco, no último domingo, quando Lucas viu uma ligação antiga de um ex-namorado no celular de Allana.

— A minha irmã chamou a Allana para almoçar na casa dela e a minha filha perguntou se poderia levar o Lucas. Estava correndo tudo bem até ele ver uma ligação antiga de um ex-namorado no celular dela. Os dois ficaram um período afastados e estavam tentando uma reconciliação agora. Quando ela recebeu essa ligação, eles não estavam juntos — conta Nathalia — Depois disso, o Lucas agiu normal, esperou o jogo acabar e falou que os dois iriam sair para comprar cerveja. Minha irmã até questionou porque ainda tinha cerveja em casa, mas ele disse que eles iriam aproveitar para tirar uma foto num mirante também.

Segundo a mãe da jovem, a tia de Allana estranhou a demora do casal e começou a tentar entrar em contato com Lucas. No entanto, o mesmo não atendia o celular. Passado um tempo, a mulher decidiu sair de casa para procurá-los. Contudo, notou que o rapaz havia trancado a porta da residência e levado a chave.

Allana Andrade Augusto de Oliveira, de 19 anos — Foto: Arquivo Pessoal
Allana Andrade Augusto de Oliveira, de 19 anos — Foto: Arquivo Pessoal

— Quando ela viu que estava trancada ficou ainda mais preocupada. Por sorte, ela lembrou que tinha uma chave reserva. Nisso, a minha irmã saiu e encontrou o Lucas. Ela perguntou a ele por onde a Allana estava e ele só respondia que ela tinha descido. Com a insistência da minha irmã, o Lucas disse que eles tinham discutido e ele tinha dado um empurrão e um tapa nela — diz Nathalia.

Ainda de acordo com Nathalia, Allana foi encontrada por uma criança num matagal próximo a uma ribanceira:

— Uma criança encontrou a minha filha e pediu ajuda para os mototaxistas. Nisso, a minha irmã ficou sabendo e foi até o local. Ela me ligou quando soube do ocorrido e eu saí correndo para o hospital. Nós levamos a Allana para o Miguel Couto para receber atendimento porque ela estava irreconhecível, o rosto desfigurado. O Lucas foi cruel, ele premeditou tudo isso. Eu não durmo desde domingo porque a minha filha geme o dia inteiro de dor.

Por conta do espancamento, Allana teve vários ferimentos e hematomas, principalmente, na cabeça e no rosto. As pernas também ficaram machucadas. A mãe da jovem relata que o casal tinha um relacionamento conturbado, que já durava 7 anos, entre idas e vindas. Ela aponta que não foi a primeira vez que Allana foi agredida por Lucas, que seria ciumento e controlador.

— Eu nunca fui a favor desse relacionamento porque ela era muito nova quando eles se conheceram, tinha 12 anos. Enquanto isso, o Lucas já era um homem de 21. O relacionamento deles sempre foi abusivo e não é a primeira vez que ele bate nela. Minha filha é uma menina muito tranquila, não merecia isso. Ele foi maléfico e eu quero justiça por tudo que ele fez. Ele tem que pagar por isso — destaca Nathalia.

Depois das agressões, Lucas, que mora perto da vítima, desapareceu. Ele não voltou mais para casa. O caso foi registrado na 14ª DP (Leblon). Em nota, a Polícia Civil disse que o caso será investigado pela 15ª DP (Gávea). O comunicado informa que no momento do registro da ocorrência os agentes solicitaram à Justiça medidas protetivas para Allana.

Tentativas de feminicídio assustam

Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que entre janeiro e abril deste ano, 38 mulheres foram vítimas de feminicídios em todo o estado. Nesse mesmo período, foram registradas 152 tentativas de feminicídio

No mesmo período do ano passado, 34 mulheres foram assassinadas pelos seus companheiros ou ex-companheiros. Outros 105 casos de tentativas foram contabilizados. Em 2023, ao todo, foram 99 feminicídios em todo o estado e 308 tentativas de feminicídio.

Em muitos dos casos de agressões às mulheres e violência doméstica não são tipificadas como tentativa de feminicídio.Um número mostra que a violência doméstica é um problema ainda maior no estado do RJ é o de medidas protetivas concedidas pelo Tribunal de Justiça para proteger as vítimas. Só nos últimos 12 meses, 40.471 medidas protetivas foram concedidas.

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