Gilmar Mendes diz não haver 'clima' para anistiar presos do 8 de janeiro

Em Portugal, decano do STF também caracterizou a reversão da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como 'muito difícil'

Por — Rio de Janeiro


Gilmar Mendes (STF) no Senado Federal Brenno Carvalho / Agência O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 25/06/2024 - 10:50

Gilmar Mendes critica Bolsonaro e Lava-Jato em entrevista à CNN Portugal.

O ministro Gilmar Mendes afirmou que não há clima para anistiar os presos do 8 de janeiro e considerou difícil reverter a inelegibilidade de Bolsonaro. Ele criticou a Lava-Jato e Sergio Moro durante entrevista à CNN Portugal.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta segunda-feira que não há clima no Brasil para anistiar os presos pelos ataques aos prédios dos Três Poderes do 8 de janeiro. Segundo o decano da Corte, pesa contra os investigados a gravidade dos fatos.

— É natural que haja esse tipo de dialogo retórico e político (pela anistia). Não acredito que haja clima no Brasil para um debate sobre anistia diante da gravidade dos fatos que ocorreram — disse o magistrado em entrevista à CNN Portugal.

Gilmar Mendes também foi questionado sobre a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que sofreu duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no ano passado. Na avaliação do ministro, uma reversão no STF seria "muito difícil".

— Acho muito difícil. Vamos aguardar a deliberação do tribunal, mas tudo tende a manter a decisão que já foi tomada. Essa tem sido a rotina em casos semelhantes.

Na entrevista, o ministro ainda criticou a operação Lava-Jato e atuação do ex-juiz federal e hoje senador, Sergio Moro (União Brasil). Gilmar afirma que Moro "gostava muito de dinheiro".

— No Brasil a gente inventou uma forma de combate à corrupção, mas os combatentes gostavam também muito de dinheiro. No caso de Sergio Moro e seus colegas que inventaram essas fundações e buscaram se apropriar como se estivessem remunerando-se pelo fato de terem combatido a corrupção, isso foi extremamente negativo.

O ministro do STF deu entrevista à CNN Portugal durante sua passagem pelo país. Até sexta-feira (28), ele participa do 12º Fórum Jurídico de Lisboa.

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