Nestlé promete plantar 6 milhões de árvores até 2027 em áreas degradadas de Cerrado e Mata Atlântica

Trata-se do maior projeto de reflorestamento já feito pela empresa no país

Por — São Paulo


Seca no Cerrado: mudanças climáticas e desmatamento afetam bioma; Nestlé objetiva plantar 6 milhões de árvores em MG Agência Brasil

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GERADO EM: 27/06/2024 - 00:01

Nestlé: Reflorestamento no Brasil

Nestlé inicia projeto de reflorestamento no Brasil, plantando 6 milhões de árvores nativas em áreas degradadas de Mata Atlântica e Cerrado até 2027. A iniciativa faz parte do objetivo global da empresa de plantar 200 milhões de árvores até 2030 e eliminar 100% das emissões de CO2 até 2050. A ação visa recuperar áreas degradadas, contribuir para a fertilidade do solo e promover um ecossistema mais saudável.

A multinacional suíça Nestlé está iniciando no Brasil seu maior projeto de reflorestamento de áreas degradadas de Mata Atlântica e Cerrado, que terá a duração de 30 anos. O objetivo é plantar 6 milhões de árvores nativas, até 2027, numa área equivalente a quatro mil campos de futebol, em Minas Gerais, numa região que vai de Belo Horizonte a Montes Claros, no norte do estado. A empresa não divulga o investimento total, mas vai oferecer, com recursos próprios, US$ 75 por hectare a agricultores daquela região que toparem entrar no projeto.

— A ideia é ter comprometimento de longo prazo com esse projeto, que envolve a companhia, fazendeiros e ONGs parceiras. O reflorestamento no Brasil faz parte de um projeto global, em que a Nestlé está reflorestando áreas degradadas na África e na Ásia, e que já está em andamento — conta Marcelo Melchior, CEO de Nestlé Brasil. Globalmente, o objetivo é plantar 200 milhões de árvores até 2030.

Minas é grande fornecedor de leite e café, matérias-primas usadas pela Nestlé em seus produtos, mas mesmo agricultores de culturas como soja e milho, por exemplo, que não sejam parceiros da companhia, podem participar do reflorestamento de suas propriedades. Só precisam aderir ao projeto através de um contrato não vinculante e dar acesso à propriedade.

Melchior afirmou que a a receptividade dos produtores à recuperação dessas áreas tem sido positiva. O novo código florestal prevê uma reserva de mata nativa de 35% no caso de propriedades rurais localizadas no cerrado e 20% na mata atlântica.

Secas prolongadas afetam preços

Por enquanto, lembra Melchior, a empresa não foi impactada no Brasil pela falta de matérias-primas resultado das mudanças climáticas. Mas o presidente da Nestlé lembra que há sinais de que as mudanças já estão acontecendo — como secas mais prolongadas, por exemplo — que impactam preços e trazem especulação. Por isso, a Nestlé decidiu iniciar agora o projeto de reflorestamento, que é de longo prazo. A iniciativa está incluída também no objetivo da companhia de eliminar 100% das emissões de CO2 até 2050.

O plantio de cem espécies de árvores nativas começa em setembro e vai acontecer no entorno de nascentes, córregos e rios que fazem parte das bacias hidrográficas dos rios Doce e São Francisco. A companhia já fez ações de reflorestamento no país, no Sul da Bahia, por exemplo, mas nada nessa dimensão. Após o plantio, as áreas serão monitoradas até que as florestas se consolidem.

A ideia desse projeto começou a ser desenhada há dois anos pela Nestlé e parceiros como a NatureCo, ONG global que busca soluções baseadas na natureza, e o Instituto Espinhaço, de Minas, que tem foco em reflorestamento para recuperação de bacias hidrográficas, explica Barbara Sapunar, diretora-executiva de transformação de negócios da Nestlé Brasil.

— A expectativa é que o cultivo de árvores em áreas onde adquirimos nossos principais ingredientes contribua com a fertilidade do solo e um ecossistema mais saudável. Estamos incentivando as práticas de agricultura regenerativa de nossos colaborares — diz Sapunar.

Para chegar a ser uma empresa Net Zero, a Nestlé já vem adotando várias práticas como reciclagem de embalagens, busca de fornecedores com práticas sustentáveis, uso de energia limpa, uso de veículos elétricos na cadeia logística, eliminação de plásticos, entre outras.

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