Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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O dólar encerrou o primeiro dia de julho em alta de 1,15%, a R$ 5,6527, depois de encostado na máxima de R$ 5,6573 durante o dia, maior valor em dois anos e meio (11 de janeiro de 2022). Uma alta de quase R$ 0,10 em relação ao último pregão, no qual o câmbio terminou o pregão em R$ 5,58. As falas sequenciais de Lula contra autonomia do BC pressionam o câmbio e quem mais perde é o próprio governo, como escreveu Miriam Leitão. Mas a pressão internacional também teve impacto na desvalorização da moeda brasileira.

Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, explica que pode dividir este movimento de alta em dois vetores de explicação. No campo internacional, desde quinta-feira, após o debate presidencial nos Estados Unidos, a percepção que o mercado criou foi de que a probabilidade de vitória do Donald Trump aumentou, dado ao desempenho do presidente Joe Biden.

- Na sexta-feira já tinha tido um movimento de elevação dos juros, principalmente à tarde, depois da divulgação do PCI. Hoje, continuou esse movimento.

Ele salienta que, com isso, está havendo um movimento de fortalecimento do dólar em relação às moedas de emergentes.

- Então não é só o real hoje que sofre, o rande sul-africano também, o peso chileno. Há um movimento mais global de aversão a risco e de enfraquecimento de moedas de emergentes, que potencializa um pouco as questões vindo para o lado doméstico, que a gente já tem aqui há algumas semanas, que é a indefinição da questão fiscal.

Para ele, o mercado agora quer esperar efetivamente as medidas, principalmente com a divulgação do relatório bimestral no dia 22.

- E provavelmente o governo vai fazer um bloqueio e um contingenciamento de despesas. Isto será importante como sinalização desse compromisso do governo com relação às metas do arcabouço e também um pouco mais à frente com a a discussão do projeto de leis orçamentárias para 2025.

Para Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, do ponto de vista internacional, a fraqueza dos PMIs chineses de junho, a alta dos preços de petróleo e a alta dos juros globais resultaram em dia de força do dólar ante a maioria das moedas emergentes.

- Por aqui, a continuidade da desancoragem das expectativas de IPCA no boletim Focus, os sinais de resistência do governo de anunciar medidas para conter as despesas públicas, reforçadas pelas declarações do ministro Alexandre Padilha ("quem ficar especulando sobre irresponsabilidade fiscal vai errar de novo", além da continuidade das críticas do presidente Lula à política monetária do BCB reforçam os sinais de piora nos fundamentos econômicos locais.

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