Crowdfunding de investimentos mira exemplos de EUA e Europa para crescer no Brasil

Mercado brasileiro possui ainda pequena quantidade de plataformas de investimento e base de investidores menor

Por — Rio de Janeiro


Crowdfunding de investimentos: modalidade está crescendo no Brasil Imagem usando ativos da Freepik.com

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GERADO EM: 21/06/2024 - 04:04

Crowdfunding de Investimentos no Brasil

O crowdfunding de investimentos está em crescimento no Brasil, com regulamentação similar aos EUA e Europa. Menor quantidade de plataformas e investidores no país, mas potencial de expansão.

O crowdfunding de investimentos, forma de financiamento coletivo que permite que indivíduos contribuam com pequenas quantias para apoiar projetos ou empreendimentos, tem crescido significativamente em todo o mundo. No entanto, as abordagens e o ambiente regulatório variam entre países, incluindo os Estados Unidos e países da Europa, onde a prática já é comum. No Brasil, porém, ainda caminha para a consolidação.

— É preciso difundir mais o novo crowdfunding no Brasil. O potencial do país é imenso para esse tipo de negócio. Nos Estados Unidos e na Europa, esse modelo é uma realidade. O investidor cada vez mais tem necessidade de acompanhar como seu dinheiro está sendo usado. Nada mais justo que fazer efetivamente parte do projeto, retirando lucros e tendo poder de decisão — afirma Carlos Eduardo Mariani, CEO da Pitch n’Play, plataforma de crowdfunding de investimentos que acaba de chegar ao Brasil.

Nos Estados Unidos, o crowdfunding de investimentos é amplamente utilizado e regulamentado pela Securities and Exchange Commission. As plataformas operam sob as regras do Regulation Crowdfunding, que permite que empresas levantem até US$ 5 milhões, por ano, por meio de investimentos de pequenos investidores individuais. O faturamento total da Republic, maior empresa do setor no país, já chegou a US$ 2,5 bilhões.

Um dos exemplos que comprovam o desenvolvimento da prática nos EUA é o financiamento coletivo de fazendas, como no caso da plataforma FarmTogether. O site conecta fazendas a investidores, apresentando diversos projetos e oferecendo retornos com juros que variam de 6% a 13% de rendimento.

Um dos projetos oferece retorno de 10,5% de IRR (sigla em inglês para Taxa Interna de Retorno) ao ano, permitindo que se invista em um pomar de cítricos. Na prática, um investimento de US$ 100 mil poderia mais do que dobrar em 11 anos.

Na Europa, as regulamentações podem variar significativamente de país para país, devido à estrutura descentralizada da União Europeia. Algumas nações, como o Reino Unido, têm regulamentações específicas para crowdfunding, enquanto outras adotam abordagens mais abrangentes. Entretanto, as normas são bem semelhantes às já praticadas no Brasil.

Em 2017, a cidade britânica de Brighton and Hove solicitou a ajuda dos moradores para restaurar sua histórica orla. O terraço Madeira, uma série de arcos costeiros frequentados por turistas, estava em ruínas. A cidade, então, pediu doações para ajudar a revitalizar essa área.

No Brasil, o crowdfunding começou a ganhar popularidade nos últimos anos, especialmente com o crescimento das plataformas de financiamento coletivo para projetos criativos, sociais e empresariais. As regulamentações brasileiras têm evoluído para acomodar o crowdfunding, com a CVM estabelecendo regras para a iniciativa, como o que acontece nos EUA.

Uma diferença notável entre o crowdfunding nos Estados Unidos e na Europa, em comparação ao Brasil, é a variedade maior de plataformas e as oportunidades disponíveis. O mercado brasileiro ainda está em desenvolvimento, com menor quantidade de plataformas e uma base de investidores menos desenvolvida – apenas cerca de 40 mil pessoas optaram por esse modelo de negócio em 2023.

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