Cópia única do álbum 'mais raro do mundo' será apresentada ao público pela primeira vez em museu na Austrália

Não tem no streaming: álbum foi adquirido pela última vez por coletivo dos Estados Unidos que pagou mais de R$ 20 milhões

Por O Globo com agências internacionais — Rio de Janeiro


Caixa prateada que abriga o disco Divulgação/ Pleasr e Mona

O álbum “Once Upon a Time in Shaolin”, do coletivo norte-americano de hip hop Wu-Tang Clan, estará finalmente disponível para audições — se você estiver na região da Tasmânia. Com apenas uma única cópia física e considerado o “álbum mais raro do mundo”, o CD foi vendido por mais de R$ 10 milhões a um empresário e, mais recentemente, revendido por mais de R$ 20 milhões para um coletivo, que emprestou a obra para o museu da Austrália.

O Museu de Arte Antiga e Nova de Hobart adquiriu o álbum emprestado do coletivo de arte digital Pleasr para sua próxima exposição Namedropping, que explorará status, celebridade e notoriedade.

“Once Upon a Time in Shaolin” foi gravado em segredo entre 2006 e 2013 e está guardado em uma caixa de prata ornamentada. O álbum supostamente guarda contribuições de todos os membros sobreviventes do Wu-Tang Clan, além de duas aparições de Cher.

O álbum foi criado como um protesto contra a desvalorização da música na era digital. Mas, em pouco tempo, ele se envolveu em uma história de vilania capitalista quando foi adquirido por Martin Shkreli, o jovem farmacêutico que mais tarde foi condenado por fraude de títulos.

Após a polêmica, o álbum foi vendido por US$ 4 milhões para PleasrDAO, um coletivo que construiu reputação por adquirir obras digitais de alto perfil. Agora, a empresa mantém o valioso álbum guardado em um "cofre" em algum lugar da cidade de Nova York.

Embora "Once Upon a Time" anteceda a febre recente pelos NFTs — “tokens não fungíveis”, ou itens digitais criados usando código de computador blockchain, impedindo que sejam duplicados e permitindo que sua proveniência seja rastreada — o objetivo do grupo de recuperar o valor da escassez artística na era digital fez com que fosse visto como um tipo de precursor.

Para conectar “Once Upon a Time” ao reino digital, um NFT foi criado para representar a escritura de propriedade do álbum físico, disse Peter Scoolidge, um advogado especializado em negócios com criptomoedas e NFTs e que esteve envolvido na transação. Os 74 membros da PleasrDAO — a abreviação em seu nome a identifica como uma “organização autônoma descentralizada” — compartilham a propriedade coletiva da escritura de NFT e, portanto, são donos do álbum.

Como proprietários, eles podem ouvir as 31 faixas em seus dois CDs, admirar sua caixa de níquel-prata gravada e folhear o livro de pergaminho encadernado em couro que fazem parte do pacote geral do item. Mas, por enquanto, pelo menos, os membros da PleasrDAO ainda estão vinculados às restrições originais que RZA e Cilvaringz impuseram a Shkreli, incluindo que não pode ser lançado para o público em geral em qualquer forma até 2103 (88 anos após sua venda inicial em 2015).

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