Pastor e irmão de Carla Zambelli criam dia contra fascismo e antissemitismo em SP

Projeto de autoria dos deputados Bruno Zambelli e Oséias de Madureira foi sancionado nesta segunda-feira

Por — São Paulo


Os deputados Bruno Zambelli (PL) e Oseias de Madureira (PSD) Rodrigo Romeo/ Larissa Navarro/ Alesp

Vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth (PSD) sancionou na segunda-feira (13) um projeto de lei que cria o Dia Estadual contra o Fascismo e o Antissemitismo no estado paulista.

A proposta é de autoria dos deputados estaduais Oséias de Madureira (PSD) e Bruno Zambelli (PL), irmão da deputada federal Carla Zambelli. A data escolhida para a celebração é 9 de novembro.

Na justificativa do projeto de lei, o deputado Madureira, que é pastor evangélico, afirma que a comemoração foi adotada no parlamento europeu em referência ao dia 9 de novembro de 1938, quando tropas nazistas destruíram casas, sinagogas e estabelecimentos comerciais de judeus na Alemanha.

A ocasião ficou conhecida como Kristallnacht, a Noite dos Cristais Quebrados, pela quantidade de vidros estilhaçados que cobriram as ruas das cidades alemãs. Na Europa, a data teria sido adotada para combater "a intelorância e os discursos autoritário".

— A política de extermínio do estado nazista também visou e vitimou homossexuais, pessoas com deficiências, comunistas e socialistas, e outras minorias [...] O Holocausto não começou com as deportações de câmaras de gás. Começou com o discurso de ódio e a propaganda nazifascista que disseminou preconceitos milenares — diz a justificativa de Oséias.

Bruno Zambelli afirmou para O GLOBO que entrou como co-autor do projeto de lei por dois fatores. O primeiro, segundo o deputado, é uma suposta tentativa de associar o fascismo como prática "exclusiva da direita conservadora".

— Uma simples análise dos fatos comprova que fascismo não é sinônimo de direita conservadora, mas de qualquer pessoa ou governo, seja qual for sua vertente política — diz Zambelli.

Outro ponto que justifica a data comemorativa, segundo o deputado, é a guerra entre Israel e Hamas.

— O dia 9 de novembro será uma data para reflexão de todos os povos, os vitimados pelo antissemitismo e o que sofrem a opressão do fascismo — finaliza o deputado.

Na mesma data, Felício Ramuth sancionou outras celebrações para o calendário oficial do estado como o Dia do Capelão Civil e o Dia da Imigração Libanesa.

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