O bem-sucedido casamento do esporte com a moda renova os votos a cada quatro anos, nos Jogos Olímpicos. Em 2024, o cenário dessa festa é ainda mais especial: Paris, a capital fashion do planeta. “A Olimpíada é uma espécie de semana de alta-costura da elite mundial do esporte”, define a pesquisadora e analista de moda Paula Acioli. Em 2024, questões como sustentabilidade impactam o design das roupas. Os uniformes do Time Brasil retratam essa transição — tecidos reciclados estão presentes nas peças de viagem e nas roupas da cerimônia de abertura, desenvolvidas pela Riachuelo. Outra novidade é a predominância do azul, no lugar da tradicional combinação do verde e amarelo, em homenagem aos “donos da casa”. A cor reina nos uniformes de vila, treino e pódio confeccionados pela Peak. “Ao lado do amarelo, para extravasar toda brasilidade”, diz Julia Goldemberg, coordenadora de marketing do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
![A judoca Rafaela Silva com uniforme dos Jogos Olímpicos de Paris — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/0dtz5oVR-IyKdeM6t5v1ratx7IQ=/0x0:2560x1710/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/D/X/JjXRsISquoaWl0V3SHbA/2024-06-05-uniformes-pariswhatsapp-image-2024-06-06-at-18.14.55.jpeg)
Em 1920, após a Primeira Guerra Mundial, o esporte e o Sol — sim, ele mesmo, o astro rei — viraram sinônimo de saúde, e entraram em voga. A pessoas passaram a se bronzear e a mostrar mais o corpo. Entre os estilistas que prontamente entenderam isso, estava o francês Jean Patou (1878-1936), que vestiu a tenista Suzanne Lenglen (1899-1938) com saia plissada. Anos depois, no Brasil, Maria Esther Bueno (1939-2018) trouxe vestidos curtos para as quadras.
![Rayssa Leal, em Tóquio, em 2020 — Foto: Reuters](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/1iPYmjbuKyqKSIF6R8lLfjdMwEU=/0x0:1284x871/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/m/p/hBESoTQ2Kp9v60q2AB6g/94155378-tokyo-2020-olympics-skateboarding-womens-street-final-ariake-urban-sports-park-t.jpg)
A partir da década de 1950, as fibras sintéticas garantiram mais flexibilidade aos tecidos que, com o avanço da tecnologia têxtil, viraram aliados dos atletas de alta performance. “Atualmente, há outra revolução em curso, a da sustentabilidade”, diz Alexandre Bojar, consultor de moda e confecção do Senai Cetiqt. “Os dois universos se retroalimentam. A moda aderiu ao estilo esportivo e ao esporte, à pesquisa de formas, cores e texturas”, analisa. Match point.