Luana Génot
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Luana Génot
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Luana Génot


Quando o Prêmio Sim à Igualdade Racial era só um rascunho em folhas de papel, nem imaginávamos o quanto ele se tornaria importante. O sonho sempre foi grande. Queríamos que fosse um Oscar da igualdade. E hoje ele é. Aprendi com a minha mãe que a luta para conseguir um “sim” em meio a tantos “nãos” é grande e mobilizadora. Nesta jornada, também entendi que, mais do que dizer não ao racismo, é importante convidar toda a sociedade a dizer sim à igualdade racial. O sim alavanca a ação. O não, a inércia.

Aliás, transformar o “não” em “sim” tem sido uma luta diária. Especialmente para quem está à frente de uma organização e de iniciativas dedicadas à pauta antirracista.

O intuito é ecoar essa pauta tão sensível, que espero não ser mais tão necessária no Brasil, no futuro. Mas ainda temos um caminho pela frente.

A ideia do prêmio nasceu em um jantar beneficente, como uma das ações que fazemos pela educação antirracista, num encontro que tinha o propósito de angariar fundos para o Instituto Identidades do Brasil, o ID_BR. Com o passar do tempo e o prestígio deste espaço semanal na ELA, o jantar se transformou num palco para dar visibilidade às histórias de pessoas negras, indígenas e aliadas antirracistas.

Desde o início, entendemos que o prêmio precisava ser mais do que um evento de entrega de troféus. Queríamos que fosse um espaço em que histórias invisibilizadas pudessem ser contadas e celebradas.

O tema do prêmio deste ano é Inteligência Ancestral, para reforçar a importância de conectar os saberes e conhecimentos passados de geração em geração, com diálogos e ajustes de rota. Nesta edição, lançamos a Deb por meio de Inteligência Artificial. Ela foi desenvolvida para apoiar na disseminação em massa do letramento racial.

Vemos a Deb como uma aliada e com paciência ilimitada para diálogos sobre tópicos sensíveis. A IA já tem até uma madrinha: Xuxa.

Xuxa, que, nos anos 1990, reunia paquitas somente louras, mostrou-se aberta a dialogar sobre a necessidade da desconstrução de estereótipos que, mesmo de modo não intencional, limitavam o papel de pessoas negras e indígenas no passado, e ainda ecoam no presente.

E, assim como ela mostrou-se aberta a questionar inclusive as próprias atitudes, acreditamos que esse precisa ser um exercício coletivo e diário, que pode potencializar a nossa inteligência ancestral. Um exercício que vale a pena para todos nós, baixinhos e altinhos.

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