Economia
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Por — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 26/06/2024 - 09:48

Inflação desacelera em junho: alimentos e serviços impactam.

Prévia da inflação desacelerou para 0,39% em junho, puxada por alta de alimentos. IPCA-15 acumula 2,52% no ano e 4,06% em 12 meses. Alimentos como batata e leite tiveram aumento significativo.Água e esgoto também contribuíram para alta. Passagem aérea teve queda de 10%.

Com um resultado ligeiramente abaixo do esperado, o IPCA-15, índice considerado prévia da inflação no país, desacelerou de 0,44% em maio para 0,39% em junho. Analistas esperavam alta de 0,44%, segundo consenso da Bloomberg. Apesar da perda de ímpeto do índice geral, os preços de alimentos e bebidas subiram 0,98% no mês e registraram a maior alta desde janeiro (1,53%). É o que apontam os dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira.

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,52%. Em 12 meses, o índice registra avanço de 4,06%, acima dos 3,70% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

O que dizem analistas?

O resultado do IPCA-15 não trouxe surpresas positivas aos analistas do mercado. Isso porque, apesar de o índice geral ter vindo abaixo do esperado, aspectos qualitativos mostram que certos preços da economia ainda custam mais a ceder, o que corrobora, na visão de analistas, com a recente postura de cautela do Banco Central ao interromper o ciclo de queda dos juros.

Economistas estão atentos, principalmente, à dinâmica dos serviços subjacentes. Trata-se de uma medida que exclui itens voláteis e considera preços de serviços mais associados aos salários e à atividade econômica. Por isso, são acompanhados também de perto pela autoridade monetária.

Alberto Ramos, economista-chefe para a América Latina do Goldman Sachs, destacou que a inflação de serviços ligados à mão de obra subiu de 5,56% em maio para 5,73% junho no ano. Segundo ele, o resultado do IPCA-15, somado ao cenário de mercado de trabalho aquecido e política fiscal expansionista, exigem cautela por parte do BC.

Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, destaca que a inflação de serviços associados à mão de obra segue refletindo o aquecimento da atividade econômica. Ela espera ainda que estes serviços acelerem em julho, mantendo preços pressionados. Os alimentos, por sua vez, também não devem ceder com tanta intensidade neste segundo semestre após os efeitos climáticos na primeira metade do ano.

A economista cita ainda outros dois fatores de riscos à inflação ao consumidor, como a alta do dólar e o risco de mudança da bandeira tarifária na conta de luz.

— O câmbio está num momento que pode atrapalhar bastante a inflação aqui, seja por efeito direto ou indireto. E tem o risco de mudança da bandeira tarifária verde para amarela, por conta do acionamento de térmicas desde o fim de maio em função da seca que afeta reservatórios. Se confirmado, a projeção do IPCA para o ano que gira em torno de 4% pode subir para 4,2%.

Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, ressalta que o cenário de inflação está mais complicado para o segundo semestre diante da economia aquecida, mercado de trabalho e da desvalorização do real frente ao dólar.

"Apesar de a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) ter mostrado um BC atento e comprometido com o combate à inflação, o cenário continua desafiador. (...) A vida do Banco Central será mais difícil nos próximos meses", resumiu, em comentário.

Alimentos mais caros

O preço de alimentos é um dos que têm pressionado a inflação este ano. Os efeitos do fenômeno climático El Niño, além da tragédia no Rio Grande do Sul e da recente alta do dólar, já levou analistas a elevarem as expectativas para a inflação de produtos alimentícios este ano.

Para se ter ideia do impacto, o grupo Alimentação e bebidas acelerou de 0,26% em maio para 0,98% em junho. O custo da alimentação no domicílio, por sua vez, saltou de 0,22% em maio para alta de 1,13% em junho. Itens como batata inglesa, leite longa vida, arroz e tomate foram os que mais subiram de preço no período. No lado das quedas, destacam-se o feijão-carioca, a cebola e as frutas.

Para Luis Otavio Leal, economista-chefe da G5 Partners, boa parte da alta de alimentos em junho - o "vilão" do resultado do IPCA-15 - foi reflexo das enchentes no Rio Grande do Sul.

— Grosso modo, podemos dizer que quase 40% da inflação veio apenas destes 3 itens (38,5%): arroz, leite e batata inglesa — sintetiza.

Comer fora de casa também ficou mais caro em junho. Os preços da alimentação fora de casa aumentaram de 0,37% para 0,59% em junho, comparado com maio, devido ao aumento dos custos de lanches e refeições.

Veja a variação dos grupos em junho

  • Alimentação e bebidas: 0,98%
  • Habitação: 0,63%
  • Artigos de residência: -0,01%
  • Vestuário: 0,30%
  • Transportes: -0,23%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,57%
  • Despesas pessoais: 0,25%
  • Educação: 0,05%
  • Comunicação: 0,17%

O grupo Habitação registrou a segunda maior alta, com avanço de 0,63%. O aumento foi puxado, principalmente, pelas taxas de água e esgoto que subiram 2% no mês diante de reajustes em São Paulo, Brasília e Curitiba. Já a energia elétrica residencial subiu 0,79% no período, fruto de reajustes tarifários em Salvador, em Recife, em Fortaleza e em Belo Horizonte.

Em seguida ficou o grupo Saúde e cuidados pessoais, com alta de 0,57%, influenciado pelos reajustes dos planos de saúde. O grupo Transportes, por sua vez, registrou queda de 0,23%. Houve retração de 10% nos preços da passagem aérea, seguida dos combustíveis, com recuo de 0,22%.

O período de coleta do IPCA-15 foi do dia 16 de maio a 14 de junho. Trata-se da segunda pesquisa a captar os efeitos das fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul. As enchentes começaram no dia 27 de abril e se intensificaram no início de maio.

Segundo o IBGE, cerca de 49% da coleta de preços do IPCA-15 em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, foi feita remotamente. Em situações normais, esse percentual fica em torno de 20%. O órgão garantiu, contudo, que a coleta está voltando ao normal e que a captação remota de preços foi menor do que durante o pico das enchentes.

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