Tarcísio tenta atrair estrangeiros para a Sabesp em momento de baixa da Bolsa e fuga de investidores

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A oferta das ações da Sabesp acontece num cenário de queda da Bolsa, 9% no ano até maio, e retirada de capital estrangeiro: até agora, saíram R$ 41 bilhões. Ainda assim, analistas avaliam que o tamanho da transação da Sabesp (que deve movimentar R$ 15 bilhões) e o setor em que a empresa atua (infraestrutura) tendem a ser fatores positivos para grandes investidores. No ano, as ações da Sabesp sobem 2,4%.

— A privatização da Sabesp tem potencial de atrair investidores internacionais pelo seu tamanho e a empresa ser do setor de utilities (prestação de serviços e infraestrutura), um segmento em que o Brasil precisa de investimentos, e que tem estabilidade regulatória. A Sabesp tem fluxo de caixa estável no longo prazo e é uma oportunidade interessante para estrangeiros que buscam investimento de mais longo prazo — explica Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos.

Paulo Luives observa que apesar do cenário ser 'vendedor na Bolsa' para os estrangeiros, ele entretanto não impacta uma oferta pública como a da Sabesp. O especialista lembra que as entradas e saídas de capital externo da bolsa são um 'fluxo tático'.

— Esse dinheiro que entra ou sai não costuma ficar alocado ou desalocado por muito tempo. Trata-se de um fluxo tático do investidores. Acredito que fundos de pensão ou grandes fundos devem montar posições em Sabesp, já que é maneira de ter participação na empresa sem afetar o preço das ações no pregão — explica.

O modelo de privatização da Sabesp é inédito e prevê duas fases. Na primeira, investidores interessados em se tornar acionistas de referência da empresa vão fazer ofertas por 15% das ações que o governo vai oferecer. Conhecido o acionista de referência, começa a segunda fase em que outros 17% das ações nas mãos do governo vão ser vendidos.

Nessa fase, investidores pessoas físicas, empresas e os próprios funcionários podem fazer reservas das ações, escolhendo um acionista de referência. O acionista de referência que tiver o maior número de reservas e o melhor preço ofertado será o vencedor. O governo tem 50,3% das ações da Sabesp e vai ficar com 18,03% ao final do processo.

Para Márcio Santiago, sócio da gestora de investimentos Araújo Fontes, especialista em saneamento, energia e infraestrutura, a venda das ações da Sabesp tem potencial para atrair tanto investidores estrangeiros, sobretudo financeiros (fundos de investimento) quanto aplicadores nacionais.

— O formato inovador da privatização tem méritos, entre eles o fato de que o acionista de referência terá o estado como acionista, garantindo avanço de políticas públicas, e vai antecipar as metas de universalização — diz.

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O governo do estado informou que o road show da Sabesp é uma das missões mais importantes do ano. Tarcísio de Freitas afirmou que existe interesse global por ativos de saneamento e infraestrutura, principalmente os de longo prazo, o que deve levar a Sabesp a atrair a atenção desses investidores internacionais.

A delegação paulista que vai ao exterior também reúne os secretários estaduais Rafael Benini (Parcerias e Investimentos), Natália Resende (Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística) e Lais Vita (Comunicação).

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O governador abre a agenda em Nova York com uma série de encontros com executivos e representantes de empresas e fundos de investimentos. Ao longo da próxima semana, a comitiva também terá encontros com investidores em Boston, Massachusetts.

No dia 1º de julho, a comitiva estará no Reino Unido para a rodada europeia de detalhamento da operação da Sabesp. Em Londres, Tarcísio vai apresentar também oportunidades em São Paulo para investimentos verdes, saneamento e infraestrutura.